O presidente do Iêmen, Abdo Rabbo Mansour Hadi, renunciou nesta quinta-feira (22/01), horas após o anúncio de que o primeiro-ministro iemita, Khaled Bahah, deixou o cargo. De acordo com o mandatário, o país predominantemente sunita está “em um beco sem saída” depois que a oposição xiita representada pelo movimento Houthi investiu contra o palácio presidencial.
EFE/ arquivo
Foto de 2013 do presidente iemita, Abdo Rabu Mansur Hadi, no palacio presidencial da capital, Sanaa
Mansour Hadi alega ter se sentindo “humilhado” desde que assumiu a Presidência em 25 de fevereiro de 2012, após a renúncia de seu antecessor, Ali Abdullah Saleh, influenciada pelos protestos populares de 2011. Ao pedir perdão aos iemenitas, o chefe de Estado reconheceu “não ter sido capaz de cumprir os objetivos pelos quais aguentou um grande sofrimento” durante o tempo no poder.
Como não existe um vice-presidente no Iêmen e conforme a atual constituição do país, a presidência será ocupada pelo presidente do Parlamento, Yahia al Raie, após este aceitar a renúncia de Hadi, o que deve acontecer no próximo sábado (24/01), segundo a Agência Efe.
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Na quarta (21/01), os houthis e Hadi chegaram a um acordo de cessar-fogo para tentar apaziguar a crise. Na ocasião, o grupo se comprometeu a esvaziar os edifícios ocupados e a Presidência, a modificar a Constituição.
Os houthis, que pegaram em armas em várias ocasiões entre 2004 e 2010, sequestraram no último sábado (16/01) o chefe de gabinete da presidência, Ahmed Awad Mubarak. Nos últimos meses, o grupo tomou o controle de 7 das 17 províncias do Iêmen, incluindo a capital, Sanaa, onde os níveis de tensão aumentaram nesta semana com o ataque às sedes presidenciais.
Em clima de caos, Sanaa permanecia amplamente paralisada, disseram testemunhas à Reuters. Além disso, a filial local da sunita Al Qaeda tem reagido à ascensão dos houthis, atacando suas forças, assim como alvos governamentais e militares. Atualmente, o movimento xiita reivindica uma maior participação no poder, um pacto contra a corrupção e a aplicação dos acordos assinados com as autoridades em setembro de 2014.
EFE
Homens de tribo iemita montam guarda para prevenir possível ataque de milícias xiitas dos Houthis na província de Marib, rica em petróleo