Em busca de uma “solução global”, os líderes de Ucrânia, Rússia, Alemanha e França se reunirão na próxima quarta-feira (11/02) na cidade de Minsk para debater o plano de paz para pôr fim ao conflito armado no leste ucraniano, que, em dez meses de duração, já matou mais de 5,3 mil pessoas.
Os mandatários dos quatro países — Petro Poroshenko, Vladimir Putin, Angela Merkel e François Hollande — participaram neste domingo (08/02) de uma conversa telefônica conjunta, ocasião em que acertaram o encontro de quarta na capital do Belarus.
Agência Efe
Na sexta (06/02), Merkel e Hollande foram a Moscou se reunir com Putin; na quarta, Poroshenko também participará de conversa
Ao longo da semana passada, Merkel e Hollande estiveram à frente de uma iniciativa diplomática, dialogando com russos e ucranianos, para apresentar um projeto de pacificação da região. Neste esforço, a alemã e o francês viajaram a Moscou para se reunir com Putin, depois de ter parado em Kiev para articular com ucranianos.
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A notícia da reunião trilateral na capital russa aconteceu em paralelo a outro encontro diplomático: John Kerry, secretário de Estado norte-americano, foi a Kiev. Na conversa com autoridades ucranianas o chanceler dos EUA aventou a possibilidade de enviar armas às forças ucranianas, que combatem as milícias pró-Rússia em Donetsk e Lugansk.
Lamberto Zannier, secretário-geral da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), um dos organismos internacionais que monitoram o conflito ucraniano, rechaçou a posição dos EUA.
Carlos Latuff/Opera Mundi
Secretário de Estado, John Kerry, e militares norte-americanos estão ‘abertos’ à possibilidade de oferecer as forças de Kiev
“Isto traz um risco. O risco de fortalecer uma narrativa que já estamos vendo no lado dos separatistas: de que eles estão lutando uma guerra contra a Otan e o Ocidente”, disse Zannier ao jornal britânico The Guardian.
Os Estados Unidos, que, a princípio, não participarão da reunião em Minsk, negam que haja um racha nas posições diplomáticas de Washington e Bruxelas.
“Deixe-me assegurar a todos que não há divisão, não há racha. O que eu escuto são pessoas tentando criar um”, disse John Kerry, após a conferência de segurança em Munique. E completou: “Estamos unidos, estamos trabalhando juntos. Todos nós acreditamos que este desafio não será encerrado por meio da força militar. Estamos unidos em nossa diplomacia”.