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Política e Economia

Despedida de Mujica: 15 frases para não esquecer o líder uruguaio

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Sem papas na língua, Pepe ficará eternizado por críticas ao capitalismo e pelo modo simples com que vive e encara a vida

Vanessa Martina Silva

2015-02-28T09:00:00.000Z

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Conhecido pelo Fusca azul com que anda pelo Uruguai, o presidente José “Pepe” Mujica, que deixa o cargo neste domingo (01/03), se destacou, nos cinco anos em que ficou à frente do país, pela guinada progressista que colocou o Uruguai na vanguarda latino-americana ao legalizar o aborto e regulamentar a venda e consumo de maconha, além de aprovar a lei de meios.

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Avesso às homenagens e desapegado às formalidades que o cargo pressupõe, "el Pepe" tem como outra característica peculiar a sinceridade com que emite sua opinião. Conheça 15 frases que sintetizam parte do pensamento do líder tupamaro, que passou 14 anos detido, vítima da perseguição da ditadura militar que governou o Uruguai entre 1973 e 1985.

Frases:

1.   "Para mim é um emprego qualquer. Tomo banho e vou trabalhar"
Sobre como encara o cargo de presidente

2. “Nós políticos temos que viver como vive a maioria e não como vive a minoria”
Em reflexão sobre o exercício da política

3.   “Não sou pobre, sou sóbrio. Vivo somente com o justo para que as coisas não me roubem a liberdade"


Ao recusar o título de presidente mais pobre do mundo ainda argumentou que "se tivesse muitas coisas, gastaria tempo cuidando delas e não fazendo o que me motiva”. (foto: Agência Efe)

4.“ Arrasamos as selvas e implantamos selvas de cimento"
Para Mujica, hoje pensamos que somos felizes, mas "enfrentamos o sedentarismo com esteiras, a insônia com remédios e estamos deixando de ser humanos” 
 
5.   Este mundo está louco porque se surpreende com o normal”

Em crítica à comoção por seu estilo de vida. "O que chama a atenção do mundo? Que vivo em uma casa simples, que ando em um carrinho velho. Essas são as novidades?"  (Foto: Agência Efe)
6.   “Sou do Sul e carrego milhões de pessoas pobres na América Latina"
Em um dos discursos mais celebrados já feitos na ONU, falou em nome das "culturas originárias esmagadas, do bloqueio inútil a Cuba" e disse carregar "a dívida social e a necessidade de defender a Amazônia, os rios e de lutar por pátria para todos”. 
 
7.   “O deus mercado organiza a economia, a vida e financia a aparência de felicidade. Parece que nascemos só para consumir e consumir"


"E quando não podemos, carregamos a frustração, a pobreza e a autoexclusão”, disse em crítica ao capitalismo no discurso na ONU

8.  "A vida escapa e se vai minuto a minuto e não podem ir ao supermercado comprar a vida. Então lutem para vivê-la, para dar conteúdo a ela”
Falando aos jovens, criticou o fútil e defendeu que cada um deve ser autor do caminho de sua própria vida, em discurso na Unasul 

9.   “Eu não me comovo com esta homenagem, daqui sairei o mesmo velho que sou"

Após receber homenagem da Unasul em 2014

10.  “Não há nenhum vício bom, nenhum salvo o do amor”.
Ao comentar, em entrevista à CNN, o uso e a legalização do uso e comercialização da maconha no país

11. “O homem médio às vezes sonha com férias e liberdade. Sempre sonha em pagar as contas, até que um dia o coração para e adeus”

Ao comentar o modo de vida ocidental, ressaltou ainda que pessoas vivem entre as financeiras e o tédio rotineiro dos escritórios (Foto: Flickr/ Gonzalo Viera Azpiroz)

12.  "Esta velha [Cristina Kirchner] é pior que o caolho [Néstor Kirchner] (...) o caolho era mais político, ela é teimosa"
Sem saber que o microfone estava aberto, ao criticar os entraves ao comércio regional impostos pela Argentina. O chanceler argentino no Uruguai chegou a ser convocado para prestar esclarecimento à Casa Rosada. Após as declarações, Mujica pediu desculpas publicamente.

13. “O México é um Estado falido onde a vida humana vale menos que a de um cachorro. A situação lá é pior do que em uma ditadura”

A respeito do desaparecimento dos 43 estudantes mexicanos. Declaração causou mal-estar entre os governos (Foto: Agência Efe)

14. “Existem pessoas que lutam por direitos, entre as quais correntes feministas, mas das uruguaias submersas, cheias de criança, ninguém se lembra”
Ao comentar posição de militantes que pedem oportunidades para mulheres ocuparem todas as posições na sociedade

15. “Graças à vida estou vivo. Que tenho para reclamar? Há coisas que não têm conserto. Eu sou um velho, mas vivo pensando para frente"

Ao visitar o presídio em que cumpriu pena, afirmou ainda que sua preocupação "é o que vai acontecer em trinta anos, para onde irá o mundo e os outros. Isso [o período em que ficou preso já passou”. (Foto: Flickr/ Presidência da República do Equador)

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20 Minutos

Breno Altman: esquerda deve deixar o 7 de setembro nas mãos dos bolsonaristas?

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Jornalista alerta para risco de fortalecimento da extrema direita às vésperas das eleições, se puder ocupar as ruas e controlar o Bicentenário da Independência; veja vídeo na íntegra

Pedro Alexandre Sanches

São Paulo (Brasil)
2022-08-09T20:24:00.000Z

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A esquerda se arrisca a alimentar o confronto desejado por Jair Bolsonaro se for às ruas no dia 7 de setembro. No contraponto, deixar o caminho livre para os manifestantes bolsonaristas pode trazer consequências eleitorais perigosas e imprevisíveis. 

Assim o jornalista Breno Altman avalia, no programa 20 MINUTOS ANÁLISE desta terça-feira (09/08), o dilema das forças progressistas diante da frenética mobilização bolsonarista para ocupar as principais cidades do Brasil nas celebrações do bicentenário da Independência. 

“O recuo e a intimidação não costumam ser boas saídas. A intimidação desorganiza, referenda o medo que o fascismo quer provocar e pode levar a um avanço político vitaminado do fascismo, que passa a ser assim capaz controlar as ruas e pode afetar as urnas”, afirmou o fundador de Opera Mundi.

São riscos embutidos nas várias alternativas de que o campo democrático dispõe para fazer frente a um momento decisivo para a extrema direita brasileira. A possibilidade de Bolsonaro colocar dezenas ou centenas de milhares nas ruas, sem um contraponto de esquerda, deve afetar de modos distintos os militantes bolsonaristas e os antifascistas. Por outro lado, é imprevisível o efeito desmoralizante que a hipótese de mobilizar menos gente que o bolsonarismo teria sobre a esquerda.

Uma alternativa para evitar o confronto seria a convocação de uma forte mobilização progressista para o dia 10 de setembro (sábado), por exemplo, e não para o dia 7 (quarta-feira). Isso embutiria o duplo risco de um desgaste por ter deixado as ruas livres para o bolsonarismo e da chance de o dia 10 ter menor participação popular, até por conta do recuo no dia 7. 

“O campo democrático popular teria realmente forças para uma mobilização superior à do bolsonarismo? Seria razoável chegar a uma conclusão derrotista sem colocar todo empenho para impedir que a extrema direita domine o Bicentenário? Esse derrotismo não poderia ser um problema eleitoral ou pós-eleitoral?”, questiona Altman.

Outra alternativa passaria pelo Grito dos Excluídos, ato tradicionalmente articulado no dia 7 de setembro pelos movimentos populares. "Não seria o caso dos partidos de esquerda, sindicatos e movimentos populares fazerem uma convocação ampliada desse evento, jogando todas as suas energias?”, cogita. 

Altman menciona uma solução de meio termo, nem de confronto aberto, nem totalmente apaziguadora: “Não seria o caso de ser organizado no próprio dia 7 de setembro um ato em Ouro Preto (MG), com a presença de Lula, para homenagear os Inconfidentes e Tiradentes e lançar um manifesto histórico por uma nova Independência, disputando espaço na mídia e nas redes contra o bolsonarismo?”. 

Nessa hipótese, o dia 10 de setembro se caracterizaria como uma grande concentração eleitoral dentro do calendário de campanha, sem ter deixado um vácuo que venha a ser inteiramente ocupado pela extrema direita no dia 7 de setembro.

Wikimedia Commons
O recuo e a intimidação não costumam ser boas saídas para a esquerda, defende Breno Altman sobre ato do 7 de setembro

Em busca de referências históricas, Altman contrasta o momento que se aproxima com dois fatos passados, a começar pela ascensão fascista na Itália do pós-Primeira Guerra Mundial. Num primeiro momento, os grupos liderados por Benito Mussolini eram marginais, mas se exibiam dispostos a romper os limites da democracia liberal, ao contrário dos socialistas, cujo discurso revolucionário estava contido dentro desses limites. 

A burguesia italiana entendeu que a violência poderia lhe ser útil e passou a financiá-la para intimidar rebeliões de trabalhadores impulsionadas pela Revolução Russa de 1917. Mussolini e seus partidários se lançaram nesse cenário numa escalada violenta cada vez mais acelerada, enquanto os socialistas, eleitoralmente majoritários na Itália, não eram capazes ou não tinham vontade política para enfrentar a violência fascista.

“O que se viu em seguida foi uma intimidação sem fim, com os socialistas sendo abatidos pelos fascistas e fugindo, entregando suas próprias organizações para os seguidores de Mussolini, enquanto os liberais cruzavam os braços, satisfeitos com a possibilidade de o fascismo derrotar qualquer período revolucionário”, documenta o jornalista.

O segundo fato se deu em 7 de outubro de 1934, em São Paulo, quando partidos de esquerda viveram dilema semelhante, embora fora do período eleitoral. Os integralistas de Plínio Salgado, fascistas da época, convocaram uma grande manifestação na praça da Sé, apoiados por parte da Igreja Católica e das Forças Armadas. Seu slogan, similar ao do bolsonarismo atual, era “Deus, pátria e família”.

A maioria da esquerda daquele momento optou pelo confronto, formando uma frente única entre comunistas, trotskistas, anarquistas  e outros grupos para impedir a manifestação dos fascistas, num episódio que ficou conhecido como batalha da praça da Sé ou revoada dos galinhas verdes (em referência à cor dos uniformes integralistas). A militância antifascista colocou para correr os seguidores de Plínio Salgado, e o integralismo, intimidado, nunca mais tentou uma mobilização daquele porte.

De volta a 2022, o jornalista fala sobre a aposta da esquerda (e da sociedade brasileira de modo geral) na solução pela via institucional e eleitoral. “O problema é que o bolsonarismo está rompendo e possivelmente tenha forças para romper essa cultura. Vão testar isso no dia 7. Não nos iludamos, eles possuem condições de uma forte mobilização”, pondera. “A esquerda deve jogar parada, esperando apenas pelas urnas? Não ter uma cultura de disputar as ruas com o bolsonarismo, limitando a disputa às urnas, não pode acabar virando um tiro no pé?”, indaga.

“Tenho para mim que recuar da mobilização do dia 7 é uma má saída”, responde Altman à pergunta de um espectador que compara a desmobilização social durante os anos petistas com a desmobilização para o 7 de setembro de 2022. "Muitas vezes a saída mais inteligente é o confronto, e não a omissão”, afirma, voltando ao exemplo da revoada dos galinhas verdes em 1934. 

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