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Política e Economia

Ativistas pedem a órgãos internacionais empenho por mídia mundial democrática

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Carta Mundial de Mídia Livre: Documento aprovado durante Fórum Social na Tunísia é considerado um marco na briga por democratização da comunicação

Vanessa Martina Silva

2015-04-03T19:10:00.000Z

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Diante do cenário heterogêneo da comunicação no mundo, a discussão sobre a necessidade de democratizar os meios e o acesso à comunicação ganhou um novo marco, a partir da aprovação da Carta Mundial de Mídia Livre, em Túnis, durante o Fórum Social Mundial realizado na Tunísia na última semana. O documento será enviado a uma série de organismos internacionais, como Nações Unidas e União Europeia, pressionando pela adoção, conjuntamente com outros movimentos sociais, dos princípios contidos no texto.

A carta, aprovada por ativistas de todo o mundo presentes no FMML (Fórum Mundial de Mídia Livre), no último sábado (28/03), contém princípios e ações estratégicas para a promoção de uma comunicação democrática e é fruto de quatro anos de discussões, vários seminários e um intenso processo de consulta virtual. O texto defende a governança democrática da internet, a garantia de neutralidade da rede, o direito à vida privada e à liberdade de expressão, além da universalização do acesso aos meios de comunicação e à internet banda larga.

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Ativistas assinam simbolicamente carta de mídia livre

De acordo com a jornalista brasileira Bia Barbosa, integrante da coordenação do FMML e do Intervozes (Coletivo Brasil de Comunicação Social), a carta é fundamental porque os ativistas perceberam que era preciso um “documento que unificasse todos em torno de uma estratégia comum de ação internacional e que, apesar das realidades diferentes, era preciso travar uma luta comum porque os inimigos são os mesmos”.

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Ciranda

Bia Barbosa, durante FMML

Desta forma, ela avalia que as pessoas, mesmo em seus diferentes contextos, poderão se apropriar do conteúdo da carta para fazer frente à realidade que enfrentam. Por esta razão, ela será usada como um instrumento de reivindicação dos movimentos sociais e será enviada a uma série de organismos internacionais, como ONU (Organização das Nações Unidas), União Europeia, Liga Árabe, Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos), etc.

Particularidades

A questão da democratização da comunicação enfrenta etapas muito distintas dependendo de regiões e países. Como uma aplicação prática desta carta, Bia cita o exemplo do blogueiro chadiano Makaila N’Guebla que, perseguido em seu país pelo conteúdo de suas postagens, teve que pedir exílio à França. Agora, utilizará o instrumento pata fazer pressão internacional para garantir a liberdade de expressão no Chade.

Mídia Ninja

Fórum Mundial de Mídia Livre foi realizado entre dias 22 e 28 de março em Túnis

O Brasil contou com uma grande delegação no FMML. Para Barbosa, isso reflete a dimensão que a discussão está tomando no país. Apesar de não ter políticas tão desenvolvidas quanto as que se observam em outras regiões do mundo, o país conta com uma “profusão de ativistas e coletivos que percebem ser cada vez mais importante a disputa de ideias no âmbito da democratização da comunicação”, conta.

Cobertura do FMML foi realizada por diversos veículos alternativos:

Ayer empezaron las actividades en #Túnez. Acompañe la cobertura de @faccionlatina desde las Hashtags #FMML y #WSF2015 pic.twitter.com/2U3Ub9xXfx

— Facción Latina (@faccionlatina) 26 março 2015

Como exemplo positivo do que está ocorrendo em outros países, a jornalista ressaltou a experiência equatoriana, onde um consórcio de mídias comunitárias está montando agências de publicidade para atender especificamente as mídias comunitárias. “Essa iniciativa ocorre após a constatação de que esse tipo de veículo não consegue disputar espaço com os meios comerciais”, observa.

Outra experiência que se destaca, segundo a especialista, ocorre na Argentina onde, passados cinco anos da aprovação da Lei de Meios, já é possível mensurar o impacto que a legislação teve ao reservar parte do espectro para canais comunitários e ter implantado uma política pública de financiamento “que mudou o panorama do audiovisual de maneira brutal. Não só diminuiu a importância do [jornal] Clarín, como garantiu sustento de rádios indígenas, TVs comunitárias. Esse é um exemplo de que um marco regulatório aliado a políticas públicas pode transformar o cenário midiático de um país”, conclui.

 Confira os principais eixos presentes no documento:

· Afirmar o direito à comunicação comum como um direito fundamental.

· Defender a internet como um bem comum.

· Desenvolver os marcos democráticos de regulação da comunicação, através de órgãos ou agências independentes, especialmente visando a combater a concentração dos meios.

· Apoiar e incentivar o desenvolvimento dos meios de comunicação comunitários e associações, com reserva de frequência para os diferentes setores da sociedade civil.

· Reforçar a independência dos serviços públicos de difusão (ou mídia pública) frente aos serviços governamentais e de mercado.

· Incentivar a utilização das línguas e dialetos nos diversos espaços de expressão midiática, dando uma atenção particular às línguas minoritárias.

· Reivindicar o desenvolvimento de políticas públicas que visem a reforçar as mídias livres, sua qualidade e sustentável.

· Recusar o monopólio das infraestruturas de internet, a guarda de dados pelas corporações e a vigilância do ciberespaço.

· Desenvolver uma governança democrática para a internet, incluindo a garantia de neutralidade de rede, o direito à vida privada e a liberdade de expressão nas redes.

· Facilitar o acesso às tecnologias livres e abertas.

· Universalizar o acesso aos meios de comunicação e à internet banda larga.

· Lutar contra a criminalização de militantes e organizações que desenvolvem mídias livres.

· Proteger jornalistas e todos os atores da comunicação contra a violência, a perseguição ou a exploração.

· Mobilizar e criar conexões entre as diferentes mídias e os movimentos sociais, especialmente no processo do Fórum Social Mundial.

 

Assista a trechos da entrevista, legendada em português, de Dominique Wolton

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Política e Economia

Guaidó é acusado de pedir desbloqueio de US$ 53 milhões aos EUA para governo paralelo

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Valor seria 'orçamento anual' do gabinete do líder opositor, denuncia Jorge Rodríguez, presidente do Poder Legislativo

Michele de Mello

Brasil de Fato Brasil de Fato

Caracas (Venezuela)
2021-04-13T22:50:00.000Z

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O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, denunciou nesta terça-feira (13/04) que o ex-deputado Juan Guaidó pode desbloquear US$ 53, 2 milhões (cerca de R$265 milhões) nos Estados Unidos para manter a estrutura do governo paralelo. 

Segundo Rodríguez, Guaidó e seus aliados enviaram um orçamento anual ao Escritório de Controle de Bens Estrangeiros (OFAC - sigla em inglês), unidade do Departamento do Tesouro, que libera os dólares diretamente das contas venezuelanas em bancos nos EUA.

O montante seria dividido entre o gabinete da presidência de Guaidó, os seus escritórios de Assuntos Exteriores, deputados da antiga Assembleia Nacional, que seriam parte do seu “Conselho Administrativo”, e o canal TV Capitólio, responsável por cobrir atividades da oposição.

Somente para gastos pessoais do ex-deputado Juan Guaidó teriam sido indicados US$ 2 milhões. Os repasses atingem membros dos quatro maiores partidos da oposição, chamado G4: Vontade Popular, Primeiro Justiça, Ação Democrática e Um Novo Tempo.

Com base em gravações telefônicas do ex-deputado Sergio Vergara, assessor de Guaidó, a AN pode ter acesso aos detalhes do esquema de desvio de dinheiro público venezuelano.

Vergara foi um dos assessores de Guaidó que assinou o contrato com a empresa militar Silverscorp para colocar em prática a Operação Gedeón – tentativa de invasão paramilitar de maio de 2020.

Desde 2019, a Casa Branca reconhece o opositor Juan Guaidó como presidente encarregado da Venezuela, deixando sob sua responsabilidade o gerenciamento dos ativos públicos venezuelanos nos Estados Unidos, incluindo a maior empresa pública da Venezuela no exterior: Citgo Petroleum, filial da Pdvsa. 

A Citgo é avaliada em US$ 7 bilhões e tem uma capacidade de refino de 759 mil barris de petróleo anualmente.  Entre 2015 e 2017, teve um lucro de cerca de US$ 2,5 bilhões (R$ 10 bilhões). No esquema revelado por Jorge Rodríguez, a diretoria da Citgo teria acesso a US$ 1,15 milhão do orçamento.

Presidente da AN apresentou detalhes do esquema de desvio do dinheiro público venezuelano por parte da oposição aliada a Guaidó

O valor depositado nas contas dos opositores deveria servir para pagar gastos com transporte, alimentação, segurança e seus salários, como assessores políticos nomeados pelo autoproclamado Guaidó. 

"Esse dinheiro tem servido para comprar suas mansões em Miami. Roubar é a única atividade na qual Guaidó teve êxito", declarou o presidente do Legislativo.  

Neste ano, a OFAC solicitou ao setor guaidosista recortar o "orçamento" e este seria o motivo da reunião liderada por Vergara, que detalhou o passo a passo do repasse do dinheiro no exterior à oposição.   

Em resposta ao pedido do Departamento do Tesouro, Guaidó teria encerrado o programa "Heróis da Saúde", criado em 2020, para oferecer um bônus de US$ 100 como recompensa aos profissionais que trabalham no combate à pandemia na Venezuela. 

"Eles se roubam entre eles mesmos", acusa Rodríguez e aponta que, neste momento, há uma disputa dentro da oposição venezuelana entre Juan Guaidó e Leopoldo López, do partido Vontade Popular, contra Júlio Borges (Primeiro Justiça) e Henry Ramos Allup (Ação Democrática), para liderar o bloco opositor de extrema-direita e ter prioridade no acesso aos recursos financeiros. 

A Venezuela denuncia que possui US$ 7 bilhões bloqueados em entidades bancárias nos Estados Unidos e na União Europeia.

O governo venezuelano denuncia que Guaidó não cumpre com acordos assinados no ano passado para o desbloqueio de parte do dinheiro público que seria destinado para um fundo de combate à pandemia, gerenciado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Na última semana, Guaidó conseguiu sacar cerca de US$ 30 milhões (aproximadamente R$ 150 milhões) dos fundos depositados em Londres para cobrir gastos pessoais, mas se negou a liberar as reservas de ouro venezuelano retidas no Banco da Inglaterra.

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