A FDA (Food and Drug Administration), órgão norte-americano que controla os produtos alimentícios e farmacêuticos, autorizou em 9 de maio de 1960 a comercialização da pílula anticoncepcional.
A invenção teve enorme impacto social, ao liberar centenas de milhões de mulheres do fardo da gravidez indesejada. Isso incentivou o surgimento de uma classe de mulheres profissionais nas sociedades modernas e foi uma das prováveis causas da “revolução sexual” dos anos 1970, ao permitir o sexo fora do casamento sem medo da gravidez.
A pílula foi desenvolvida por dois médicos norte-americanos entre 1950 e 1955, Gregory Pincus e Carl Djarassi, incentivados pela feminista e ativista social Margaret Sanger (que inventou o termo “controle do nascimento”) e Katharine McCormick, uma rica herdeira industrial, que financiou a pesquisa que levou cerca de uma década depois à comercialização do primeiro anticoncepcional oral.
O Enovid foi colocado no mercado em 1961 pelo laboratório Searle
Na França, em 1920, para recompor o equilíbrio demográfico, uma lei proibiu toda propaganda anticoncepcional. Somente em 1967 a Assembléia Nacional legalizaria a contracepção.
Funcionamento
A pílula contraceptiva oral combinada, também conhecida como pílula anticoncepcional, ou simplesmente “a pílula”, é uma combinação de estrogênio e progestágeno administrada oralmente para inibir a fertilidade normal da mulher.
Os contraceptivos orais são usados atualmente por mais de 100 milhões de mulheres em todo o mundo. Os usos variam amplamente entre os países, idades, educação e estado matrimonial: um quarto das mulheres entre 16 e 49 anos na Grã Bretanha atualmente usam a pílula (pílula combinada ou mini-pílula), em comparação a somente 1% das mulheres no Japão.
Aceitação
Quando surgiu no mercado, o novo contraceptivo foi aceito quase que prontamente – com exceção da Igreja Católica que até hoje não aceita os métodos anticoncepcionais –, isso porque elimina a dependência da destreza do homem, como no coito interrompido ou no uso do preservativo; do controle, como o Ogino e Knaus, a “tabelinha”; ou a interferência médica, no caso do DIU, laqueadura e vasectomia.
Além disso, diferente dos outros métodos, podia ser usado sem o conhecimento dos pais, do marido, do amante.
Todas as mulheres queriam usar o contraceptivo hormonal. Apenas aquelas muito religiosas, com receio de castigos divinos por usar um método não natural, não aprovaram o medicamento. Houve também uma rejeição das mulheres muito submissas aos maridos que diziam que suas mulheres não tomariam essas “porcarias”.
Outra explicação para a aceitação desses medicamentos está associada a uma proposta libertária da época que dissociou o sexo da maternidade. Essa proposta apresentou também uma necessidade de inserção no mercado de trabalho, mas “de um mercado masculinizado, que não previa a maternidade”, segundo Daniela Manica, doutoranda de Ciências Sociais do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp.
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