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Política e Economia

Com Pelé, New York Cosmos treina em Havana para jogo histórico contra seleção cubana

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É o primeiro clube de futebol norte-americano a viajar a Cuba desde 1978; partida amistosa representa outro passo na reaproximação diplomática entre os países

Redação

2015-06-01T23:09:00.000Z

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Agência Efe

Equipe norte-americana New York Cosmos, a primeira a viajar a Cuba desde 1978, desembarcou em Havana no domingo (31/05)

A equipe norte-americana de futebol New York Cosmos treinou nesta segunda-feira (01/06) em Havana para o amistoso de amanhã contra a seleção cubana, um evento que representa mais um passo na reaproximação diplomática entre os Estados Unidos e a ilha. A equipe viajou acompanhada de Pelé, presidente de honra do clube nova-iorquino pelo qual atuou entre 1975 e 1977.

Pelé é presidente de honra do clube em que atuou entre 1975 e 1977"É emocionante estar aqui tantos anos depois de uma equipe norte-americana ter feito isso. Acho que é um momento histórico, muito importante para o Cosmos. E que o futebol seja o esporte eleito para esse evento tão lindo que vai unir as pessoas", disse o treinador do Cosmos, Giovanni Savarese.

O técnico disse que toda a equipe se sente privilegiada de poder representar os EUA em um evento tão importante, que busca ir além da política para fortalecer os laços entre as pessoas e fazê-las desfrutarem de um bom jogo.

O Cosmos é o primeiro clube de futebol dos EUA que viaja para Cuba desde 1978, quando o Chicago Sting enfrentou a seleção local em Havana. É também a primeira equipe profissional americana em território cubano desde 1999, ano em que o Baltimore Orioles encarou a seleção cubana de beisebol, encontro que se repetirá em 2015.


Além do Rei do Futebol, o Cosmos leva outro embaixador à capital cubana. O atacante espanhol Raúl está confirmado entre os titulares amanhã no estádio Pedro Marrero, apesar do cansaço por ter jogado três partidas em uma semana.

Mesmo com o clima festivo e mais simbólico do que esportivo, Savarese indicou que o Cosmos viajou a Cuba para sair com uma vitória na bagagem.

"Acho que é isso que a seleção cubana quer, uma equipe competitiva que os ajude a se preparar para a Copa Ouro", indicou o treinador.

Agência Efe

O brasileiro naturalizado espanhol Marcos Senna também participará da partida: 'a ideia é abrir portas'

O capitão do Cosmos, Carlos Méndez, disse que seleção cubana é forte e que será uma partida difícil. No entanto, o jogador preferiu avaliar a partida por seu lado histórico, desejando que os torcedores se divirtam e possam desfrutar de um bom futebol.

"Somos privilegiados de sermos os primeiros a estar aqui. Acho que o futebol pode servir de ponte entre os dois países. Estamos contentes de ter essa oportunidade", afirmou.

O brasileiro naturalizado espanhol Marcos Senna também destacou o privilégio que a partida simbólica representa para os jogadores do Cosmos, agora integrantes da nova diplomacia que marca o reinício das relações entre os dois países. "A ideia é abrir portas e muitos outros clubes americanos venham aqui", disse Senna.

Fundado em 1970, o Cosmos fez história entre 1975 e 1984, quando contratou craques mundiais em seus últimos anos de carreira. Além de Pelé, jogaram com a camisa do time nova-iorquino o alemão Franz Beckenbauer e o holandês Johan Neeskens.

(*) Com informações da Agência Efe

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Análise

Patentes na OMC é uma derrota para os países do Sul Global

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Pandemia de covid-19 reativou a debate sobre a quebra de patentes para medicamentos e vacinas. Apesar de sua união em torno do tema, países subdesenvolvidos sofreram uma derrota

Alessandra Monterastelli

Outras Palavras Outras Palavras

2022-07-06T22:35:00.000Z

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No dia 17 de junho, saiu fumaça branca das chaminés da Organização Mundial do Comércio (OMC). A entidade, responsável pela regulação de patentes internacionais, anunciou que chegara a uma conclusão sobre as vacinas contra o coronavírus. Tratava-se do pedido de isenção do acordo TRIPS – sigla em inglês para Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio. Firmado na virada do século, tal compromisso obriga os países-membros da OMC a adotar padrões mais rigorosos de proteção patentária. Consequentemente, encarece o acesso às inovações tecnológicas, inclusive no setor farmacêutico. Mas a decisão final foi amplamente criticada por ativistas da saúde e movimentos populares em todo o mundo, já que a OMC rejeitou a isenção total do TRIPS. 

Em 2020, diante da disseminação do novo coronavírus, África do Sul e Índia protocolaram a proposta de isenção do Acordo, que obteve amplo apoio dos países em desenvolvimento e de baixa renda – com exceção do Brasil. A nova decisão foi saudada pelo Secretariado da OMC e por representantes de países ricos como um resultado sem precedentes, mas ativistas condenam que, na prática, a decisão não atende as necessidades mínimas da maior fatia do mundo. “Houve um esvaziamento da proposta pelos países mais ricos. O texto perdeu totalmente sua força, não trouxe nada novo”, explica Felipe Carvalho, Coordenador Regional da Campanha de Acesso do Médicos Sem Fronteiras ao Outra Saúde.

A conclusão do órgão concedeu uma exceção temporária à restrição das quantidades de vacinas que podem ser exportadas sob licença compulsória; diagnósticos e tratamentos não estão incluídos e devem obedecer ao limite de exportação durante o tempo de licença compulsória – decretada durante emergências sanitárias, como é o caso da pandemia. Além disso, a concessão vale apenas para responder à covid-19 e não tem validade diante de outras crises de saúde. O acordo final não inclui o compartilhamento de segredos comerciais e know-how de fabricação, o que prejudicará a produção de vacinas com tecnologia avançada por países de baixa renda – como é o caso dos imunizantes de RNA.

Carvalho conta que o problema é abordado com frequência em reuniões escpecais da OMS e da ONU.  “Existe um consenso entre especialistas e órgãos multilaterais de que as patentes causam constantes crises de acesso e inovação na saúde”. Em maio, o The Guardian divulgou que a Pfizer lucrou 25,7 bilhões de dólares só no início de 2022 – mais da metade do valor está relacionado à venda de vacinas contra a covid-19. Tim Bierley, ativista do Global Justice Now, denunciou ao jornal britânico que apesar do apelo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de outras organizações, a farmacêutica seguia se recusando a compartilhar a tecnologia de produção do imunizante. O diretor da OMS, Tedros Adhanon, afirmou em 2021 que a pandemia estava sendo prolongada por uma “escandalosa desigualdade” diante do acúmulo de doses de imunizantes por países ricos enquanto países pobres não conseguiam avançar em sua meta de vacinação em massa. 

“Desde a criação do acordo TRIPs nós temos um cenário de constantes crises de acesso a medicamentos essenciais”, conta Felipe. Ele relembra o caso emblemático da epidemia de HIV/AIDS, na década de 1990. “Em 1996 surgiu a primeira terapia para a doença. As pessoas pararam de morrer e passaram a conviver com o vírus. Mas essa terapia não chegou nos países onde o cenário era mais grave”, explica. O ano de 1996 foi também quando o acordo TRIPS entrou em vigor, após sua criação em 1994 e preparação em 1995. “A partir daí se criou uma coalizão na sociedade civil, da qual fazemos parte, chamada Movimento de Luta pelo Acesso a Medicamentos. A pergunta era: por que os preços eram tão altos e o tratamento se tornava inacessível para milhões de pessoas? Nos aprofundamos no sistema de patentes e entendemos que o monopólio era a causa”, relembra.

Apesar do TRIPS possuir cláusulas que permitem flexibilizações, elas são de difícil utilização devido a dois fatores principais: sua não-incorporação completa em leis de países-membros e a pressão que as farmacêuticas exercem sobre as decisões da OMC. Na década de 1990, diante da grave situação vivida na África do Sul – país com maior número de mortes pela AIDS na época – o governo então liderado por Nelson Mandela aprovou uma das medidas previstas no TRIPS para importar genéricos. Na ocasião, Mandela sofreu o processo de 39 farmacêuticas que se opuseram à decisão tomada para conter a crise de saúde pública. Apesar da derrota das corporações na justiça, “esse é um exemplo de como essas empresas e seus países-sede tentam barrar as normas legítimas existentes no TRIPS”, exemplifica Carvalho.

A OMC é uma instituição formada por 164 membros e opera com base na tomada de decisões por consenso. “A OMC falhou em fornecer uma isenção. O acordo coloca os lucros à frente das vidas e mostra que o atual regime de propriedade intelectual falha em proteger a saúde e promover a transferência de tecnologia. Essa não-renúncia estabelece um mau precedente para futuras pandemias e continuará a colocar vidas em risco” declarou Lauren Paremoer, médica e integrante do Peoples’ Health Movement na África do Sul. 

A Health Action International, referência no trabalho para expandir o acesso a medicamentos essenciais, argumentou em nota que a decisão da OMC impõe obstáculos ao licenciamento compulsório, uma das poucas flexibilidades existentes no TRIPS, em troca de uma abertura tímida para a facilitação da exportação de vacinas. Outras entidades representantes da sociedade civil já denunciaram a atuação dos países ricos e vêm aumentando a pressão sobre os governos. O objetivo, segundo seus porta-vozes, é que sejam tomadas medidas concretas para desafiar as regras de monopólio farmacêutico da OMC e garantir mais acesso a medicamentos e tecnologias. 

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