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Política e Economia

Contra aluguéis ilegais de imóveis no Airbnb, Paris multa proprietários em até R$ 280 mil

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Só em 2014, 56 alojamentos irregulares levaram € 567 mil em multas; teme-se que donos prefiram alugar para turistas (e não moradores) para ganhar mais

Amanda Lourenço

2015-06-26T09:00:00.000Z

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Alugar o próprio apartamento para turistas de passagem se tornou uma prática comum no mundo todo graças a sites de anúncios entre particulares como o Airbnb. A ideia original era oferecer a possibilidade de um dinheiro extra durante as férias do proprietário, por períodos curtos. Com o tempo, porém, a atividade foi crescendo e a amplitude do fenômeno começou a ter impacto direto na esfera sócio-economica de alguns grandes centros turísticos como Paris, Londres ou Nova York. Desde então, autoridades tentam encontrar a melhor maneira de lidar com a nova prática sem que ela se torne um problema para a sociedade.

Paris, cidade que mais recebe turistas no mundo, se tornou também a campeã de anúncios de apartamentos no Airbnb, disponibilizando mais de 40 mil imóveis em sua aglomeração – 7.000 a mais que Nova York. A prefeitura de Paris, no entanto, está preocupada com o recorde: segundo estimativa municipal, entre 25 e 30 mil alojamentos que, antes, eram alugados a habitantes, agora são locados exclusivamente a viajantes. Em alguns prédios de bairros turísticos, como o Marais, um em cada quatro apartamentos já teria sido convertido em locação temporária. Em médio prazo, tal conjuntura pode aumentar ainda mais os preços dos imóveis da região e expulsar os moradores para a periferia.

Fotos: Amanda Lourenço/Opera Mundi

Turistas procuram direções no bairro do Marais, em Paris: prefeitura começou a multar aluguéis irregulares feitos no Airbnb

“Não temos o menor problema com as pessoas que saem de férias e alugam seus apartamentos durante esse período. Elas têm todo o direito. Porém, transformar uma residência secundária em locação turística permanente sem registrar como atividade comercial é uma prática ilegal”, afirmou a assessoria de comunicação da Prefeitura de Paris por telefone. Atraídos por lucros consideráveis, proprietários estariam abandonando a locação tradicional pela turística: o valor do aluguel que seria cobrado mensalmente é rapidamente alcançado em apenas uma semana com turistas.

Para lutar contra este tipo de atividade, a prefeitura de Paris organiza visitas surpresas aos apartamentos. “É fácil descobrir quem aluga o ano todo, basta fazer uma pesquisa nos sites”, explicou a assessora. No mês de maio, uma operação visitou 80 imóveis em três dias no Marais e notificou 30 deles. Apesar do susto de abrir a porta e dar de cara com todo o aparato policial, turistas não são alvo de nenhuma acusação. Os proprietários, por outro lado, recebem uma primeira notificação para regularizar o imóvel como locação turística ou cessar a atividade. Caso não sigam as normas, podem ser obrigados a pagar multas de até € 80 mil (cerca de R$ 280 mil).

Leia também: Para evitar 'efeito Nova York', Berlim começa a aplicar lei que limita preços de aluguel

Apenas no ano passado, 56 alojamentos irregulares somaram € 567 mil, cerca de R$ 2 milhões, em multas. Um dos proprietários condenados era dono de quatro apartamentos e foi obrigado a pagar € 100 mil (R$ 350 mil) sozinho. Neste ano, reicidente, teve que pagar a mesma quantia novamente.

Nova York

Prevendo complicações semelhantes já em 2010, Nova York criou uma lei que proibe locações e sublocações de menos de um mês. O proprietário, porém, pode alugar um quarto de seu apartamento, com a condição de que ele também esteja no imóvel ao mesmo tempo em que o visitante. O resultado é que a maior parte dos anúncios do Airbnb de NY são ilegais. Além disso, segundo relatório do governo do Estado de Nova York publicado no fim do ano passado, 6% dos anunciantes são responsáveis por 37% dos pagamentos do site, ou seja, há uma profissionalização do setor também nos EUA.


Em Londres, a reclamação é a mesma. Sarah Hayward, conselheira municipal, declarou à imprensa britânica que não é favorável às locações massivas: “Com milhares de famílias londrinas precisando de casas, temos que resistir firmemente ao mercado de alugueis de curta duração, pois sabemos que isto vai reduzir as opções disponíveis para cidadãos procurando um local de preço acessível para viver”, afirmou.

Leia também: Um dia em Luanda, a cidade mais cara do mundo

Contatada pela reportagem, a Airbnb afirmou que são poucos casos de irregularidade dos inscritos no site. “A grande maioria dos nossos anfitriões aluga sua residência principal de maneira ocasional, o que é totalmente autorizado por lei”. A empresa afirma ainda que apoia o trabalho da prefeitura. “Desde o ano passado pedimos aos proprietários que assinem um termo de compromisso de respeito às regras em vigor”, explicou a representante.


Comerciantes do bairro do Marais (foto) ficam divididos com presença de turistas na área

Cotidiano

Ilegal ou não, o aluguel de apartamentos por turistas têm interferido no cotidiano de alguns bairros. Há mais reclamações de vizinhos por causa de barulho e do entra e sai de malas nos apartamentos, até então, residenciais. Alguns comerciantes também não estão muito satisfeitos, como o dono de um açougue no Marais que em entrevista à imprensa local reclamou do movimento: “O bairro está perdendo seus habitantes. O comércio tem cada vez menos clientes, pois os turistas não compram ingredientes, vão ao restaurante e comem sanduíches”.

Como se é de imaginar, proprietários de restaurantes e outros tipos de comércios não são da mesma opinião e acham que a permanência dos turistas no bairro é positiva. “O Marais é um bairro turístico, sempre esteve cheio de visitantes. A diferença é que agora eles participam mais. Por exemplo, ao invés de comprarem na Champs Elysée, compram aqui que é mais perto de casa”, argumenta Jonathan Allouch, dono de uma ótica no bairro. “Gosto da presença dos turistas. No bairro onde moro também tem vários apartamentos alugados para eles, acho ótimo. Meu irmão, inclusive, já alugou o dele”, diz o comerciante. 

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Política e Economia

Alemanha reduz imposto sobre o gás em meio a alta dos preços

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Scholz afirma que imposto sobre valor agregado cairá temporariamente de 19% para 7% a fim de 'desafogar consumidores'. Governo alemão estava sob pressão após anunciar uma sobretaxa ao consumo de gás durante o inverno

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-08-18T22:00:00.000Z

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O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou nesta quinta-feira (18/08) que o governo vai reduzir temporariamente o imposto sobre valor agregado (IVA) do gás, de 19% para 7%, a fim de "desafogar os consumidores" em meio a alta dos preços.

Em coletiva de imprensa, o líder alemão disse esperar que as empresas de energia repassem a economia possibilitada pela medida de maneira proporcional aos consumidores, que usam o gás, por exemplo, para aquecer suas casas em meses mais frios.

A medida deve entrar em vigor em outubro e durar ao menos até o fim do ano que vem. A ideia é diminuir o peso de uma sobretaxa ao uso de gás anunciada pelo governo alemão no início desta semana.

Essa sobretaxa, que também entrará em vigor em outubro para residências e empresas alemãs, foi fixada em 2,4 centavos de euros por quilowatt-hora de gás utilizado durante o inverno europeu.

O anúncio levou a indústria e políticos da oposição a pressionarem o governo alemão a tomar alguma medida para suavizar o aumento dos preços.

"Com essa iniciativa, vamos desafogar os consumidores num nível muito maior do que o fardo que a sobretaxa vai criar", afirmou Scholz.

Inicialmente, o governo alemão havia dito que esperava amenizar o golpe da sobretaxa ao gás tornando somente ela isenta do IVA. Mas, para isso, Berlim precisaria do aval da União Europeia (UE), que não aprovou a ideia.

Por outro lado, o que o governo de Scholz poderia fazer sem precisar consultar Bruxelas é alterar a taxa do IVA sobre o gás em geral. E foi o que ele fez.

O gás é o meio mais popular de aquecimento de residências na Alemanha, sendo usado em quase metade dos domicílios do país.

Alemanha corre para encher reservatórios

Além de planos para diminuir o uso de energia, a Alemanha também segue tentando encher suas reservas de gás natural liquefeito antes do início do inverno.

O vice-chanceler federal e ministro da Economia e da Proteção Climática, Robert Habeck, anunciou recentemente um plano para preencher os reservatórios com 95% da capacidade até 1º de novembro.

No momento do anúncio, as reservas estavam em 65% do total e, no fim de semana passado, chegaram a 75%, duas semanas antes do previsto.

Julian Stratenschulte/dpa/picture alliance
Redução no imposto sobre o gás ocorreu após pressão da indústria e de políticos da oposição

Ainda assim, o chefe da agência federal alemã responsável por diferentes redes, como redes de trens e de gás, disse nesta quinta-feira que tem dúvidas sobre o alcance da meta.

"Não acredito que vamos atingir nossas próximas metas de reserva tão rapidamente quanto as primeiras. Em todas as projeções ficamos abaixo de uma média de 95% até 1º de novembro. A chance de isso acontecer é baixa porque alguns locais de armazenamento começaram num nível muito baixo", disse Klaus Müller ao site de notícias t-online.

Ele também alertou que os consumidores provavelmente terão que se acostumar com as pressões no mercado de gás de médio ou longo prazo.

"Não se trata de apenas um inverno, mas de pelo menos dois. E o segundo inverno [a partir do final de 2023] pode ser ainda mais difícil. Temos que economizar muito gás por pelo menos mais um ano. Para ser bem direto: serão pelo menos dois invernos de muito estresse", afirmou Müller.

Plano de contingência

Em 26 de julho, a União Europeia aprovou um plano de redução do consumo de gás, com o objetivo de armazenar o combustível para ser usado durante o inverno e diminuir a dependência da Rússia no setor energético. O plano de contingência entrou em vigor no início de agosto.

Na Alemanha, o governo segue analisando maneiras de limitar o consumo de energia, antevendo a situação para o próximo inverno.

Prédios públicos, com exceção de hospitais, por exemplo, serão aquecidos somente a 19 ºC durante os meses frios. Além disso, diversas cidades na Alemanha passaram a reduzir a iluminação noturna de monumentos históricos e prédios públicos.

Em Berlim, cerca de 200 edifícios e marcos históricos, incluindo o prédio da prefeitura, a Ópera Estatal, a Coluna da Vitória e o Palácio de Charlottenburg, começaram a passar por um processo de desligamento gradual de seus holofotes no final de julho, em um processo que levaria quatro semanas.

Hannover, no norte do país, também anunciou seu plano para reduzir o consumo de energia em 15% e se tornou a primeira grande cidade europeia a desligar a água quente em prédios públicos, o que inclui oferecer apenas chuveiros frios em piscinas e centros esportivos.

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