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Política e Economia

Contra novos ataques, é preciso discutir bomba atômica no Japão em 1945, dizem especialistas

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Vídeo: Sedi Hirano, professor emérito da FFLCH-USP, e Artur Theodoro, mestre em psicologia pela USP, analisam aspectos sociais da bomba atômica

Dodô Calixto

2015-08-08T09:00:00.000Z

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Setenta anos após o ataque atômico dos EUA contra as cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, ainda é preciso analisar e discutir o assunto para alertar e previnir a sociedade contra a possibilidade de novos disparos nuclerares. Essa é a análise do sociólogo Sedi Hirano, professor emérito da FFLCH-USP (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo), e Artur Theodoro, mestre em psicologia pela USP e pesquisador dos reflexos psicossociais dos ataques contra o Japão em 1945.

Assista trechos da entrevistas de Sedi Hirano e Artur Theodoro


Para Hirano, uma mentalidade bélica e destrutiva do ocidente, somada a preconceitos contra os povos do oriente, resultou em "um ato insano e desumano" em Hiroshima e Nagasaki.  

"Existe uma oposição entre Ocidente, considerado civilizado, e Oriente, tratado como bárbaro e não civilizado. Quem comete esses atos (disparo de armas nucleares e intervenções militares) não está agindo de forma civilizada. Pelo contrário, agem [Ocidente] como missionários de um valor extremamente bélico e destrutivo, sem considerar a vida humana e o convívio entre culturas diferentes. Essa é uma visão que considera as pessoas do oriente como seres inferiores. E se fossem europeus, será que as bombas seriam disparadas?", questiona.

Já Arthur Theodoro alerta que as condições que levaram aos ataques nucleares em 1945 continuam a existir mesmo após 70 anos. Sem discutir o assunto, afirma o pesquisador, há o temor que um novo disparo de armas de destruição em massa possa acontecer.


"A abolição das armas nucleares não representaria uma situação de paz, pois infelizmente outras armas de potencial destrutivo foram construídas da partir de 1945. A partir dessa reflexão de que continuamos a produzir armas de destruição em massa desde a invenção da bomba atômica, percebemos que as condições para que existisse Hiroshima e Nagasaki continuam a existir atualmente. Em primeiro lugar, a própria organização da sociedade, de como se dá a relação de poder entre os estados. Em segundo, do ponto de vista econômico, a ideia majoritária capitalista desempenha um papel importante, pois os interesses econômicos acabam levando a reboque decisões políticas", analisa.

Opera Mundi TV

Sedi Hirano e Artur Theodoro analisam aspectos sociais do disparo de bombas atômicas em 1945


Sedi Hirano também contesta as motivações do ataque nuclear dos EUA contra o Japão. Para o sociólogo, a versão de que os norte-americanos dispararam a bomba com o intuito de encerrar a guerra ou para proteger os soldados deve ser questionada.

"O argumento de que as bombas foram lançadas contra civis para poupar vidas americanas é desumano. Em nome de uma certa humanidade do ocidente, você pode dizimar milhares de pessoas no oriente?", critica.  

A abordagem  da sociedade aos ataques nucleares em 1945 contra o Japão é objeto de preocupação a Theodoro. "É perigoso pensar Hiroshima e Nagasaki pela perspectiva do entretenimento, enfatizando o aspecto espetacular e fantástico do acontecimento. Isso é prejudicial, pois você pode criar uma abordagem de quem vê essa tragédia como quem vê um filme. Estamos acostumados a essa perspectiva da ficção e isso é preocupante, pois nos afasta de de entender a real dimensão da tragédia", explica.

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Política e Economia

Alemanha reduz imposto sobre o gás em meio a alta dos preços

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Scholz afirma que imposto sobre valor agregado cairá temporariamente de 19% para 7% a fim de 'desafogar consumidores'. Governo alemão estava sob pressão após anunciar uma sobretaxa ao consumo de gás durante o inverno

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-08-18T22:00:00.000Z

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O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou nesta quinta-feira (18/08) que o governo vai reduzir temporariamente o imposto sobre valor agregado (IVA) do gás, de 19% para 7%, a fim de "desafogar os consumidores" em meio a alta dos preços.

Em coletiva de imprensa, o líder alemão disse esperar que as empresas de energia repassem a economia possibilitada pela medida de maneira proporcional aos consumidores, que usam o gás, por exemplo, para aquecer suas casas em meses mais frios.

A medida deve entrar em vigor em outubro e durar ao menos até o fim do ano que vem. A ideia é diminuir o peso de uma sobretaxa ao uso de gás anunciada pelo governo alemão no início desta semana.

Essa sobretaxa, que também entrará em vigor em outubro para residências e empresas alemãs, foi fixada em 2,4 centavos de euros por quilowatt-hora de gás utilizado durante o inverno europeu.

O anúncio levou a indústria e políticos da oposição a pressionarem o governo alemão a tomar alguma medida para suavizar o aumento dos preços.

"Com essa iniciativa, vamos desafogar os consumidores num nível muito maior do que o fardo que a sobretaxa vai criar", afirmou Scholz.

Inicialmente, o governo alemão havia dito que esperava amenizar o golpe da sobretaxa ao gás tornando somente ela isenta do IVA. Mas, para isso, Berlim precisaria do aval da União Europeia (UE), que não aprovou a ideia.

Por outro lado, o que o governo de Scholz poderia fazer sem precisar consultar Bruxelas é alterar a taxa do IVA sobre o gás em geral. E foi o que ele fez.

O gás é o meio mais popular de aquecimento de residências na Alemanha, sendo usado em quase metade dos domicílios do país.

Alemanha corre para encher reservatórios

Além de planos para diminuir o uso de energia, a Alemanha também segue tentando encher suas reservas de gás natural liquefeito antes do início do inverno.

O vice-chanceler federal e ministro da Economia e da Proteção Climática, Robert Habeck, anunciou recentemente um plano para preencher os reservatórios com 95% da capacidade até 1º de novembro.

No momento do anúncio, as reservas estavam em 65% do total e, no fim de semana passado, chegaram a 75%, duas semanas antes do previsto.

Julian Stratenschulte/dpa/picture alliance
Redução no imposto sobre o gás ocorreu após pressão da indústria e de políticos da oposição

Ainda assim, o chefe da agência federal alemã responsável por diferentes redes, como redes de trens e de gás, disse nesta quinta-feira que tem dúvidas sobre o alcance da meta.

"Não acredito que vamos atingir nossas próximas metas de reserva tão rapidamente quanto as primeiras. Em todas as projeções ficamos abaixo de uma média de 95% até 1º de novembro. A chance de isso acontecer é baixa porque alguns locais de armazenamento começaram num nível muito baixo", disse Klaus Müller ao site de notícias t-online.

Ele também alertou que os consumidores provavelmente terão que se acostumar com as pressões no mercado de gás de médio ou longo prazo.

"Não se trata de apenas um inverno, mas de pelo menos dois. E o segundo inverno [a partir do final de 2023] pode ser ainda mais difícil. Temos que economizar muito gás por pelo menos mais um ano. Para ser bem direto: serão pelo menos dois invernos de muito estresse", afirmou Müller.

Plano de contingência

Em 26 de julho, a União Europeia aprovou um plano de redução do consumo de gás, com o objetivo de armazenar o combustível para ser usado durante o inverno e diminuir a dependência da Rússia no setor energético. O plano de contingência entrou em vigor no início de agosto.

Na Alemanha, o governo segue analisando maneiras de limitar o consumo de energia, antevendo a situação para o próximo inverno.

Prédios públicos, com exceção de hospitais, por exemplo, serão aquecidos somente a 19 ºC durante os meses frios. Além disso, diversas cidades na Alemanha passaram a reduzir a iluminação noturna de monumentos históricos e prédios públicos.

Em Berlim, cerca de 200 edifícios e marcos históricos, incluindo o prédio da prefeitura, a Ópera Estatal, a Coluna da Vitória e o Palácio de Charlottenburg, começaram a passar por um processo de desligamento gradual de seus holofotes no final de julho, em um processo que levaria quatro semanas.

Hannover, no norte do país, também anunciou seu plano para reduzir o consumo de energia em 15% e se tornou a primeira grande cidade europeia a desligar a água quente em prédios públicos, o que inclui oferecer apenas chuveiros frios em piscinas e centros esportivos.

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