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Política e Economia

Ciência: Extinção em massa de peixes pode ter aberto caminho para a biodiversidade

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Ciência: Extinção em massa de peixes pode ter aberto caminho para a biodiversidade

Agência Fapesp

2010-05-18T21:30:00.000Z

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Há 360 milhões de anos, uma extinção em massa de peixes pode ter mudado os rumos da vida na Terra, abrindo caminho para a biodiversidade de vertebrados modernos.

De acordo com um estudo feito por cientistas da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, uma extinção em massa teria alterado a composição das espécies em uma época próxima àquela em que os primeiros vertebrados se arrastaram da água em direção à terra.

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As poucas espécies que sobreviveram a esse gargalo evolucionário estariam na origem de todos os vertebrados contemporâneos, incluindo os humanos. O estudo será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

“A extinção foi global e ‘reiniciou’ a diversidade em cada um dos ambientes, seja marinho ou de água doce, criando um mundo completamente diferente”, disse Lauren Sallan, autora principal do trabalho.

O período Devoniano – entre 416 milhões e 359 milhões de anos atrás – é também conhecido como a Era dos Peixes pela ampla gama de espécies presentes em ambientes aquáticos da Terra. Placodermos couraçados como o gigantesco Dunkleosteus terrelli e peixes de nadadeira lobada (com lobos) dominaram as águas, enquanto os peixes de nadadeiras raiadas, tubarões e tetrápodes eram minoria.

Mas, entre o período Devoniano tardio e o período seguinte, o Carbonífero, os placodermos desapareceram e os peixes de nadadeira raiada substituíram rapidamente os de nadadeira lobada como grupo dominante – uma alteração demográfica que persiste até hoje.

“O Devoniano era conhecido como a Era dos Peixes, mas de outro tipo de peixes. Tudo o que era dominante naquele período desapareceu e foi substituído”, disse Lauren.

De acordo com Michael Coates, professor de biologia orgânica e anatomia da Universidade de Chicago, as espécies trocaram de função durante o Devoniano. “É como se os papéis persistissem, mas os atores fossem outros: o elenco se transformou dramaticamente. Algo aconteceu e quase apagou completamente o cenário anterior. Mas, dos poucos remanescentes que sobreviveram, alguns reirradiaram de forma espetacular”, apontou.

A ciência tem teorizado intensamente sobre o chamado acontecimento Kellwasser – considerada uma das cinco maiores extinções da história da Terra, no Devoniano tardio – ter sido responsável por uma revolução nas espécies marinhas de invertebrados.

Mas a análise feita pelos pesquisadores sobre registros fósseis de vertebrados assinalou que sua diversidade passou por uma mudança fundamental durante a extinção Hangenberg, evento ocorrido 15 milhões de anos depois.

Antes da extinção, formas com nadadeiras lobadas, como o iiktaalik e os primeiros tetrápodes como o ichthyostega arriscaram os “passos” primordiais em direção a uma existência terrestre.

Mas, depois da extinção, uma longa brecha nos registros fósseis – conhecida como lapso de Romer –, é quase desprovida de tetrápodes. Esse quebra-cabeças tem confundido os paleontólogo há muito tempo. Os dados da equipe da Universidade de Chicago sugerem que o lapso de 15 milhões de anos teria sido um reflexo da traumática extinção de Hangenberg.

“Os lapsos em relação a registros de espécies sobreviventes é algo recorrente após eventos de extinção em massa. Temos, nesses casos, uma diversidade de fauna muito baixa, porque muitas espécies foram destruídas”, disse Lauren.

Quando os tetrápodes finalmente se recuperaram, os poucos sobreviventes provavelmente se tornaram os ancestrais da vasta maioria dos vertebrados presentes hoje no planeta. Os traços dos vertebrados modernos – como os cinco dedos em cada membro, compartilhados por todos os mamíferos, aves e répteis no útero – podem ter sido estabelecidos por esse ancestral comum, segundo os autores.

O que permanece misterioso, segundo os cientistas, é o que ocorreu exatamente há 360 milhões de anos para provocar essa extinção em massa. Outros pesquisadores encontraram evidências de uma formação de geleiras considerável durante o período Devoniano, que poderia ter diminuído dramaticamente o nível dos mares, afetando a vida.

O aparecimento de ambientes semelhantes a florestas, em algumas regiões, pode também ter produzido modificações atmosféricas catastróficas para a vida animal. A pesquisa também levanta questões sobre o padrão evolucionário após o evento de extinção. Permanece desconhecida a razão pela qual grupos abundantes antes do evento não se recuperaram, enquanto outros grupos se espalharam e se diversificaram de maneiras radicalmente novas.

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Política e Economia

Argentina promulga lei que regula cannabis medicinal e cânhamo industrial

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'Um triunfo da sociedade contra a hipocrisia', assegurou o presidente Alberto Fernández sobre a nova legislação

Fernanda Paixão

Brasil de Fato Brasil de Fato

Buenos Aires (Argentina)
2022-05-27T21:20:00.000Z

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Nesta sexta-feira (27/05), o governo argentino promulgou oficialmente a lei 27.669 que regulariza a cannabis medicinal e o cânhamo industrial no país, conforme publicado no Boletim Oficial. A nova legislação estabelece a criação da Agência Reguladora da Indústria do Cânhamo e da Cannabis Medicinal (Ariccame) e será responsável por "regulamentar, controlar e emitir as autorizações administrativas com respeito ao uso de sementes da planta de cannabis, da cannabis e seus produtos derivados".

A Lei do Marco Regulatório para o Desenvolvimento da Indústria da Cannabis Medicinal e o Cânhamo Industrial também prevê a criação do Conselho Federal para o Desenvolvimento da Indústria do Cânhamo e Cannabis Medicinal, que contará com um representante do governo nacional e um por cada província do país. O já existente Instituto Nacional de Sementes (Inase) ditará as normas complementares.

"Este é um passo para o acesso ao direito à saúde", alegou o presidente Alberto Fernández durante o ato de promulgação da lei na última terça-feira (24/05) na Casa Rosada, sede do governo argentino. "Começamos a escutar as mães que, com a cannabis, faziam com que seus filhos pudessem ter uma vida melhor. Começamos a prestar atenção e hoje estamos ganhando uma batalha contra a hipocrisia", disse o mandatário.

"Por trás dessa lei, há uma indústria que produz, que dá trabalho, que trará dólares mas que, fundamentalmente, cure", agregou o presidente.

Também presente na cerimônia, o ministro de Ciência e Tecnologia, Daniel Filmus, ressaltou que a lei representa uma alternativa produtiva, e estima que levará à criação de pelo menos 10 mil postos de trabalho em três anos.

Twitter/Alberto Fernández
'Este é um passo para o acesso ao direito à saúde', alegou o presidente Alberto Fernández

Luta das mães contra o tabu da cannabis

O projeto de lei foi aprovado no dia 5 de maio na Câmara dos Deputados, com 155 votos a favor e apenas 56 contra. O projeto define um marco legal para o investimento público e privado em toda a cadeia da cannabis medicinal e do cânhamo industrial.

A conquista de uma lei para regularizar o uso medicinal da maconha foi resultado da luta de mães cujos filhos padecem alguma doença tratável com cannabis. Diante do tabu e da penalização sobre o cultivo e o uso da maconha, essas mães conformaram uma rede de troca de conhecimentos e produtos para o tratamento de seus filhos. A organização Mamá Cultiva esteve na linha de frente dessa militância.

O cânhamo, apesar de altamente estratégico industrialmente, também padece do tabu por ser também uma planta da família Cannabis. Neste caso, consiste em uma variedade da planta, a espécie Cannabis ruderalis, cujas fibras possuem alto valor industrial, sendo matéria-prima sustentável para a produção têxtil, como algodão, de alimentos, remédios, produtos de beleza e óleos.

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