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Política e Economia

Após 5 anos, painéis 'Guerra e Paz', de Portinari, são reinaugurados na sede da ONU em NY

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'Sou profundamente grato a Portinari', declarou Ban Ki-moon; Já Antonio Patriota ressaltou que Brasil 'se sente muito bem representado por essa obra'

Patrícia Dichtchekenian

2015-09-09T18:00:00.000Z

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Nos últimos cinco anos, os painéis “Guerra e Paz”, do pintor brasileiro Cândido Portinari (1903-1962), passaram por um processo de renovação e por um tour inédito pelo Brasil e pela França. A poucas semanas do aniversário de 70 anos da ONU (Organização das Nações Unidas), os murais foram reinaugurados na sede da entidade na noite de terça-feira (08/09) em Nova York, em evento com a presença do secretário-geral, Ban Ki-moon.

“Eu sou profundamente grato a Portinari”, declarou Ban na cerimônia, que ocorreu no salão nobre da sede, local que recepciona anualmente a Assembleia Geral da ONU.

Patrícia Dichtchekenian

Painel foi reinaugurado na noite desta terça-feira

Em discurso, o secretário-geral recordou que os imponentes murais de 14 metros de altura e 10 de largura foram os dois últimos trabalhos do artista antes de morrer. “Ele literalmente deu sua vida por essa obra de arte”, afirmou. “Portinari e seu legado viverão para sempre nas Nações Unidas”, acrescentou, pedindo, em seguida, um minuto de silêncio ao pintor.

Elaborados entre 1952 e 1956, os dois murais de “Guerra e Paz” foram um presente do governo brasileiro à sede da ONU em Nova York. Entretanto, como lembrou na cerimônia o filho de Portinari, João Cândido, o pintor não conseguiu visitar os EUA à época da inauguração por “motivos políticos”.

Painel que representa a Guerra| Foto Patrícia DichtchekenianA Opera Mundi, o embaixador Antonio Patriota, representante permanente do Brasil na ONU e ex-ministro das Relações Exteriores (2011-2013), declarou que a reinauguração da obra, no contexto das vésperas do aniversário de 70 anos da entidade,  é vista como uma “alegria para os diplomatas brasileiros”.

“É uma obra que simboliza a missão central das Nações Unidas, que é a promoção da paz, ou em outro ângulo, o combate à violência para evitar a guerra”, afirmou. “O Brasil, como membro fundador das Nações Unidas e como país que se identifica com essa visão de paz e com o compromisso contra a violência, o militarismo e o uso da forca nas relações internacionais, se sente muito bem representado por essa obra”, completou.

Durante mais de meio século, os dois murais que compõem “Guerra e Paz” nunca haviam deixado a sede nova-iorquina. Apenas em 2010, quando o edifício entrou em reforma, as duas obras retornaram ao Brasil, onde passou por um processo de restauração. Entre 2011 e 2014, foram exibidas no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Belo Horizonte e em Paris, retornando ao prédio da ONU em dezembro passado, mas os painéis permaneceram cobertos desde então.

Espetáculo

Com pouco mais de uma hora de duração, o evento contou com um espetáculo dirigido pela cineasta brasileira Bia Lessa, chamado de “A Segunda Revelação” (“The Second Unveiling”). A apresentação multimídia foi dividida em 12 capítulos que exploravam a necessidade de paz, uma das principais mensagens da obra de Portinari.

Patrícia Dichtchekenian

Com 12 capítulos, apresentação durou pouco mais de uma hora

Durante a cerimônia, Lessa leu um comunicado enviado pelo papa Francisco para a ocasião, em que o pontífice argentino ressalta o valor da solidariedade face ao individualismo generalizado, bem como a importância da fidelidade do edifício das Nações Unidas em Nova York ao propósito da entidade.
 


Durante o espetáculo, o salão virou palco de projeções, com citações de poemas e de frases de diversos autores, brasileiros e estrangeiros, desde Vinícius de Moraes e Haroldo de Campos até Walt Whitman, Gertrude Stein e Eduardo Galeano.

Painel que representa a Paz| Foto: Patrícia DichtchekenianEm um dos momentos da apresentação, dedicado à crítica ao consumismo como um novo conceito de guerra, por exemplo, notas falsas de dólares, euros e reais caíram do teto e surpreenderam a plateia. Segundo funcionários da ONU que participaram do evento, a cerimônia chamou atenção por não ser recorrente no local.

A lista de confirmados para o evento chegou a 1.200 pessoas. Era esperado que a maioria dos participantes fosse brasileira, mas a lista constava com cerca de 700 estrangeiros – uma surpresa, segundo a organização.

De acordo com Rafael Beleboni, da Missão do Brasil na ONU, a produção do espetáculo durou ao menos um ano e meio e fez parte de um esforço para que houvesse a possibilidade de que mais pessoas conhecessem as obras de Portinari na sede nova-iorquina.

Embora o acesso aos dois murais seja restrito a delegados e funcionários das Nações Unidas por questões de segurança, a Missão tenta medidas para que os murais de “Guerra e Paz” sejam abertos à visitação do público.

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Política e Economia

Argentina promulga lei que regula cannabis medicinal e cânhamo industrial

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'Um triunfo da sociedade contra a hipocrisia', assegurou o presidente Alberto Fernández sobre a nova legislação

Fernanda Paixão

Brasil de Fato Brasil de Fato

Buenos Aires (Argentina)
2022-05-27T21:20:00.000Z

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Nesta sexta-feira (27/05), o governo argentino promulgou oficialmente a lei 27.669 que regulariza a cannabis medicinal e o cânhamo industrial no país, conforme publicado no Boletim Oficial. A nova legislação estabelece a criação da Agência Reguladora da Indústria do Cânhamo e da Cannabis Medicinal (Ariccame) e será responsável por "regulamentar, controlar e emitir as autorizações administrativas com respeito ao uso de sementes da planta de cannabis, da cannabis e seus produtos derivados".

A Lei do Marco Regulatório para o Desenvolvimento da Indústria da Cannabis Medicinal e o Cânhamo Industrial também prevê a criação do Conselho Federal para o Desenvolvimento da Indústria do Cânhamo e Cannabis Medicinal, que contará com um representante do governo nacional e um por cada província do país. O já existente Instituto Nacional de Sementes (Inase) ditará as normas complementares.

"Este é um passo para o acesso ao direito à saúde", alegou o presidente Alberto Fernández durante o ato de promulgação da lei na última terça-feira (24/05) na Casa Rosada, sede do governo argentino. "Começamos a escutar as mães que, com a cannabis, faziam com que seus filhos pudessem ter uma vida melhor. Começamos a prestar atenção e hoje estamos ganhando uma batalha contra a hipocrisia", disse o mandatário.

"Por trás dessa lei, há uma indústria que produz, que dá trabalho, que trará dólares mas que, fundamentalmente, cure", agregou o presidente.

Também presente na cerimônia, o ministro de Ciência e Tecnologia, Daniel Filmus, ressaltou que a lei representa uma alternativa produtiva, e estima que levará à criação de pelo menos 10 mil postos de trabalho em três anos.

Twitter/Alberto Fernández
'Este é um passo para o acesso ao direito à saúde', alegou o presidente Alberto Fernández

Luta das mães contra o tabu da cannabis

O projeto de lei foi aprovado no dia 5 de maio na Câmara dos Deputados, com 155 votos a favor e apenas 56 contra. O projeto define um marco legal para o investimento público e privado em toda a cadeia da cannabis medicinal e do cânhamo industrial.

A conquista de uma lei para regularizar o uso medicinal da maconha foi resultado da luta de mães cujos filhos padecem alguma doença tratável com cannabis. Diante do tabu e da penalização sobre o cultivo e o uso da maconha, essas mães conformaram uma rede de troca de conhecimentos e produtos para o tratamento de seus filhos. A organização Mamá Cultiva esteve na linha de frente dessa militância.

O cânhamo, apesar de altamente estratégico industrialmente, também padece do tabu por ser também uma planta da família Cannabis. Neste caso, consiste em uma variedade da planta, a espécie Cannabis ruderalis, cujas fibras possuem alto valor industrial, sendo matéria-prima sustentável para a produção têxtil, como algodão, de alimentos, remédios, produtos de beleza e óleos.

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