Nas eleições de domingo (25/10), o peronismo perdeu hegemonia na província de Buenos Aires, o maior distrito eleitoral da Argentina. Entretanto, o kirchnerismo ganhou seis das 11 províncias que elegeram governadores.
Na província de Buenos Aires, a candidata da coalizão Cambiemos, María Eugenia Vidal, conquistou mais de 39% dos votos, vencendo o ex-chefe de gabinete da presidente, Cristina Kirchner, Aníbal Fernández, que obteve pouco mais de 34% dos votos. O distrito é ponto-chave no país: com quase 12 milhões de eleitores, foi foco de poder de peronistas desde o fim de 1987.
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María Eugenia Vidal será a primeira mulher a governar a província de Buenos Aires
“Fizemos do impossível, possível. Mudamos resignação por esperança”, sintetizou Vidal, atual vice-chefe do governo da capital argentina, que foi liderado por anos pelo candidato à presidência Mauricio Macri, também do Cambiemos e que disputará o segundo turno pela Casa Rosada com o kirchnerista Daniel Scioli.
Após o resultado, Aníbal Fernández afirmou que agora é o “momento em que é preciso dar um passo ao lado”. “Não tenho dúvidas que teve gente que torceu contra”, acrescentou, segundo La Nacion.
De acordo com informações da Télam, o kirchnerismo ganhou em seis das 11 províncias em disputa: Catamarca, Formosa, Misiones, San Juan, Santa Cruz e Entre Ríos. Os peronistas dissidentes venceram em três distritos: Chubut, San Luis e La Pampa.
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Militantes do comitê de Scioli erguem bandeiras em recordação a Evita Peron
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Já os oposicionistas do Cambiemos venceram, além de Buenos Aires, a província de Jujuy, que terá o governador ultraconservador Gerardo Morales. Pertencente ao partido aliado União Cívica Radical, Morales obteve mais de 58% dos votos.
No domingo, milhões de argentinos foram às urnas para eleger presidente e vice-presidente, 24 senadores, 130 deputados nacionais e 43 parlamentares do Mercosul. Em 11 das 23 províncias do país, os eleitores também votaram para o cargo de governador.
Esta foi a sétima eleição para presidente desde a restauração da democracia, em 1983, e foi a primeira em 12 anos em que um membro da família Kirchner não concorreu à presidência. Ontem, Cristina Kirchner disse que, a partir de dezembro, vai se dedicar exclusivamente à militância.
O segundo turno para a presidência será inédito na história da Argentina e está previsto para 22 de novembro. Surpreendemente acirrada, a disputa será entre o kirchnerista Daniel Scioli (36,86%) e o conservador Mauricio Macri (34,33%).