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Política e Economia

Argentina: Votos dados a Massa vão decidir 2º turno entre Scioli e Macri, diz sociólogo

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No centro de Buenos Aires, eleitores estavam surpresos com resultado que chegou a apresentar Mauricio Macri na frente do kicrhnerista Scioli durante apuração

Aline Gatto Boueri

2015-10-27T08:00:00.000Z

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O clima foi de surpresa em Buenos Aires. Nas proximidades da praça de Maio, , em cada roda de conversa, era possível ouvir comentários sobre o surpreendente desempenho de Mauricio Macri, candidato à presidência pela aliança Cambiemos (Mudemos). O atual prefeito da capital argentina empurrou a eleição para o segundo turno pela primeira vez na história do país.

Com diferença de apenas 2% de votos para o primeiro colocado, o kirchnerista e atual governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, Mauricio Macri chega ao segundo turno com a força de quem cresceu nas intenções de voto e elegeu a governadora da província de Buenos Aires, a maior do país com quase 12 milhões de eleitores. Sua aliada, María Eugenia Vidal, será a primeira mulher a governar o Estado que, desde 1987 é comandado por peronistas, como Scioli.

Agência Efe

Scioli (esq.) e Macri disputam, agora, voto massista para vencer a eleição

Voto a Massa

Cerca de 3 milhões de eleitores que não votaram nas PASO (Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias) foram às urnas no domingo (25/10). O sociólogo Daniel Schteingart avalia que a aliança Cambiemos foi a que mais cresceu entre esses votantes, arrematando mais da metade deles.

Em compensação, Scioli foi o que menos cresceu com a maior participação popular nas eleições, em torno de 350 mil. O sociólogo crê que o que pode definir a eleição é justamente o destino dos cerca de 750 mil votos desse universo que foram para Sergio Massa, da aliança UNA (Unidos por uma Nova Argentina), que ficou em terceiro lugar, com 21% dos votos.

"A pergunta do milhão é se o voto a Massa é peronista ou antikirchnerista", comenta. "As outras forças podem influir, mas é o voto massista que define essa eleição".

Para Schteingart, o grande erro na província de Buenos Aires foi a apresentação da fórmula kirchnerista que saiu vitoriosa nas PASO, composta por Aníbal Fernández, chefe de gabinete de Cristina Kirchner, e Martín Sabatella, presidente da Afsca (Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual).

Agência Efe

"Pergunta do milhão é se voto a Massa [foto] é peronista ou antikirchnerista", diz sociólogo

Fernández, que tem grande rejeição entre os setores mais progressistas do kirchnerismo, se aliou a Sabatella, nome forte da Lei de Meios e que, sem ter origem peronista, tem rejeição entre os que poderiam eleger o chefe de gabinete.

Schteingart acredita que esse mau desempenho pode ter prejudicado a eleição de Scioli em nível nacional. No entanto, ele avalia que o maior impacto veio das províncias do Noroeste do país. "Apesar da FpV ter ganhado na região, Scioli ganhou com menor vantagem que nas PASO. Foi Massa quem teve maior crescimento aí, provavelmente porque os votos peronistas e dos indecisos foram para ele".

Surpresa entre eleitores

A enfermeira Silvia Camus, de 50 anos, está feliz com o resultado. Ela conta a Opera Mundi que acompanhou a contagem de votos durante toda a madrugada e que tinha medo de que Macri não chegasse ao segundo turno. Sua principal expectativa é que o candidato ponha fim à corrupção, que ela crê ser o principal problema do atual governo.

Já Gastón Acea, funcionário de uma empresa privada, diz que seu medo é outro: de que a "mudança", principal mote da campanha de Macri "seja para pior", caso chegue à Casa Rosada. Ele defende o governo de Cristina Kirchner e diz que Scioli deverá continuar investimentos em políticas sociais "para aproximar as classes sociais". "Acredito que, se Macri chegar a ganhar, vai acontecer o contrário e vamos ficar desamparados, como já aconteceu com esse país."Alien

Aline Gatto Boueri/Opera Mundi

Gastón Acea teme que, com Macri no governo, mudança seja "para pior"

Rodrigo Simes, 44 anos, despachante alfandegário, diz que não imaginou jamais que o resultado seria o que se viu com o final da apuração. Ele acha que, independente de quem seja eleito, vai haver mudança. "Acho que a prioridade é destinar os recursos do Estado de maneira mais eficaz, principalmente a saúde e educação".

Andrea, de 26 anos, prefere não dar o sobrenome porque é funcionária do Poder Judiciário da Capital Federal. Ela diz que esperava o segundo turno, mas acreditava que a diferença seria maior entre os candidatos. Sua expectativa é que o próximo governo "implemente um plano nacional que permita que todos os habitantes do país tenham acesso por igual ao sistema de saúde e educação". A jovem também reclama uma "mudança radical" nas forças de segurança.

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Hoje na História

Hoje na História: 1937 - morre o megaempresário norte-americano John Rockefeller

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Ele encarnou o símbolo do homem de negócios implacável, astuto e sem alma caracterizado no século XIX

Max Altman

2022-05-23T16:45:00.000Z

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John Davison Rockefeller, homem de negócios rígido, astuto mas sem alma, embora fervoroso batista, o mais marcante e o mais rico dos grandes empresários norte-americanos do final do século XIX, morre em 23 de maio de 1937 em Ormond Beach, Flórida.

A descoberta de uma jazida de petróleo, pela primeira vez, em 27 de agosto de 1859, surge num momento em que as necessidades de claridade não eram mais satisfeitas pelos lampiões tradicionais ou as lâmpadas a óleo.

Aquele óleo negro saído das pedras de Pensilvânia iria revolucionar a vida cotidiana. Esquecidos das lamparinas sujas, custosas e esfumacentas eis que sugue a lamparina a querosene incandescente, uma claridade adequada, de boa luminosidade e relativamente econômica.

A partir da descoberta, ele se dedica à refinar o petróleo bruto, e muito rapidamente, iria dominar a economia do setor. A dominação do setor significava passar pela extração do óleo por meio de poços e ter a capacidade de refinar o produto. E praticamente o único em condições de fazê-lo era John Davison Rockefeller, também fundador da Standard Oil.

Ele iria dominar também as estradas de ferro que transportavam os produtos petroleiros dos locais de extração ao locais de refino, além dos grandes centros consumidores. Passou a ameaçar todos aqueles que se dispunham a com ele concorrer para a construção da arma fatal a solucionar o problema do transporte do petróleo: o oleoduto. E também a fabricar e distribuir no mundo todo os famosos botijões de querosene Jacaré. Os botijões eram distribuídos quase de graça obrigando os usuários a consumir o querosene fabricado pela Standard Oil.

Rockefeller iria visitar uns após outros de seus concorrentes refinadores e propõe a todos eles comprar suas refinarias em troca de um certo volume de ações sem direito a voto de sua própria empresa: a Standard Oil de Ohio.

Usa de métodos muito pouco convencionais, ameaçando os concorrentes em arruiná-los baixando drasticamente o preço do refino. Na verdade, Rockefeller queria era se beneficiar da baixa dos preços de transporte, cujo meio também monopolizava. Pouco demorou para que a Standard Oil viesse a deter 80% do mercado de refino. O produto resultante do refino era a querosene cuja iluminação por intermédios dos lampiões, clareava as noites estendendo pela primeira vez a jornada em muitas horas mais. Mais tarde foi o combustível preferido e adequado que movimentou a nascente indústria do automóvel.

Wikicommons
Rockefeller foi criador da empresa precursora no ramo de petróleo e combustíveis Standard Oil

Era a época do nascimento dos trustes, empresas cheias de tentáculos cujo capital era repartido entre uma minoria de acionistas com direito a voto nas assembleias gerais e os ‘‘trustees’’, acionistas em direito a voto. O abuso da posição dominante dos trustes  como a Standard Oil suscitou a aprovação em 1890 da Lei Shermann ou lei antitruste.

Vinte anos mais tarde, após deter 80% da capacidade de refino em todo o país, por  consequência desta lei e de seus próprios excessos, a Standard Oil foi obrigada a se dividir em 33 sociedades teoricamente independentes. Pouco a pouco, valendo-se das falhas regulamentares, iria se reconstituir em torno da Standard Oil of New Jersey, que seria mais conhecida pelo nome de Esso, depois Exxon e Exxon Mobil para tornar-se a líder de um cartel dominante do setor petrolífero mundial: ‘‘As Sete Irmãs’’, apodo de um cartel oculto que dominou de maneira esmagadora o setor petrolífero mundial durante a primeira metade do século XX.

São compostas dos principais filhos da Standard Oil fundada por John Rockefeller e pulverizada conforme a lei Shermann: Standard Oil of New Jersey (Esso, hoje Exxon-Mobil), Standard Oil of New York (Socony ou Mobil, hoje Exxon-Mobil), Standard Oil of California (Chevron), Texaco (Chevron), Gulf Oil (Chevron), assim como de duas companhias europeias: Anglo-Persian (hoje British Petroleum, ou BP) e Shell.

Também nesta data:

1703 - Surge no Irã a fé baháí
1498 - Após desafiar o papa, Savonarola é morto
1873 - É criada a Real Polícia Montada do Canadá
1992 - O juiz Giovanni Falcone é assassinado pela máfia
1934 - Polícia mata o famoso casal de foras-da-lei Bonnie e Clyde

(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.

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