O professor da Mauritânia Ahmed Ould Abd al-Aziz foi libertado nesta quinta-feira (29/10) da prisão de Guantánamo, localizada na base naval norte-americana em Cuba.
Efe/Arquivo
Norte-americanos protestaram em NY, em 2013, contra manutenção da prisão de Guantánamo
Aziz, de 45 anos, foi preso sem acusações, nem julgamento em 2002. Desde 2009, um processo envolvendo seis agências federais dos EUA — incluindo a CIA e FBI — aprovou sua soltura em 2009. Entretanto, a medida só foi efetivada hoje.
“Embora seja incrível que Ahmed possa voltar para casa com a sua família hoje, isso ocorreu com 14 anos de atraso”, comentou seu advogado, Clive Stafford, que também é diretor da ONG internacional de direitos humanos Reprieve.
“Sua soltura foi apenas atrasada, pois ele, como um homem inocente, protestava cotidianamente pelos seus maus-tratos. Por que, nós, como uma nação, não temos a coragem de simplesmente pedir desculpas a Ahmed, à sua mulher e ao seu filho?”, questiona o advogado norte-americano, em comunicado divulgado pela organização.
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Segundo a ONG Close Guantanamo, o mauritano não estava conectado ao atentado de 11 de setembro, em Nova York, nem estava ligado a grupos extremistas. Ele vivia na cidade de Candar, a terceira maior do Afeganistão, e ensinava árabe e islamismo para crianças.
O professor nunca viu, nem conversou com seu filho, já que a esposa estava grávida na ocasião em que ele estava preso.
[WikiLeaks vazou foto de Aziz de arquivos militares em 2011]
A libertação de Ahmed Ould Abd al-Aziz ocorre pouco mais de um mês depois de os EUA soltarem o saudita Abdul Shalabi, suposto guarda-costas de Osama Bin Laden.
De acordo com a ONG Reprieve, contudo, ainda há 113 homens detidos em Guantánamo, dos quais, 53 já tiveram suas ordens de transferência autorizadas.
Em 2015, oito prisioneiros já foram libertados da base naval, enquanto o presidente dos EUA, Barack Obama, tenta colocar em prática seu plano de fechar a base naval até 2017 e realocar outros detentos.