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Política e Economia

PSUV encerra campanha apostando em legado de Chávez para garantir maioria na Assembleia Nacional

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Em viagens pelo interior do país, Maduro tem sublinhado que dessas eleições dependem a 'estabilidade, a paz e a continuidade das missões' no país

Marina Terra

2015-12-03T20:17:00.000Z

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No centro de Caracas soa alto em caixas de som, em looping, a canção “Chávez Corazón del Pueblo”, criada para a campanha presidencial de outubro de 2012. Ao mesmo tempo, centenas de militantes chavistas, uniformizados com camisetas vermelhas, algumas com a característica estampa com o olhar do líder venezuelano, caminham em direção à Avenida Bolívar – cenário nesta quinta-feira (03/12) do encerramento da campanha chavista. No domingo (06/12), o país vota para eleger 167 deputados à Assembleia Nacional, mas o clima é de eleições presidenciais. E o candidato é Chávez.

Marina Terra

"Votamos em 6 de dezembro com Maduro", diz mensagem em grafitti no centro da capital venezuelana

Falecido em 5 de março de 2013, o presidente venezuelano é figura onipresente nos muros de Caracas e na fala daqueles que apoiam e sustentam o projeto revolucionário iniciado por ele. Defender o atual governo neste novo teste eleitoral significa, para muitos, garantir a continuidade da chamada Revolução Bolivariana, apesar das dificuldades pelas quais passa o país. Isso principalmente no plano econômico, onde uma dura crise fez disparar a inflação e proliferar as filas em supermercados, que quase não têm produtos para vender.

Leia mais:
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“Não se trata somente de uma eleição legislativa, mas da defesa do legado do nosso comandante. A defesa da justiça social. Seis de dezembro ganha Chávez”, afirma a Opera Mundi Yaselin Quintero, de 43 anos. Moradora de Caracas, ela aposta que a conscientização política chavista será suficiente para manter a maioria governista na Assembleia, mas comenta qual seria o efeito de uma vitória opositora. “No caso hipotético de que a oposição ganhe, eles vão eliminar as missões. Vão se sentir poderosos e, como têm o apoio internacional das grandes oligarquias, dos poderes econômicos, vão querer tirar o presidente do poder”, opina.

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Para Quintero, é preciso se lembrar do que já foi conquistado “Não se brinca com a comida, com a saúde, com a moradia. Somos um povo consciente agora. Nosso comandante nos ensinou que temos direitos e deveres, a fazer política”, diz.

Mais à frente na multidão, Carlos Salinas, 32 anos, funcionário de uma papelaria em Parque Central, reforça a percepção de que, mesmo com a série de problemas pela qual passa a Venezuela, o mais importante para o chavismo hoje é se manter no poder. “Cada dia sinto que a cidade está mais insegura e perigosa. O comércio fecha cedo. Também há muita dificuldade para comprar as coisas. Mas eu confio no presidente Nicolás Maduro e sei a quantidade de pressões que ele sofre de dentro e de fora, principalmente dos Estados Unidos. Acima de tudo, sei do que a oposição seria capaz caso chegasse próximo do poder. Nos perseguiriam”, expressou.

Salinas lembra da onda de protestos opositores em março de 2014 que se converteu em ações de extrema violência na capital e em outras cidades do país. Mais de 40 pessoas foram mortas de forma direta ou indiretamente relacionada à onda de agressões. “Chegaram a incendiar uma escola, com crianças dentro. Se são capazes de querer machucar cidadãos tão indefesos, imagine o que poderiam fazer uma vez que estejam no comando. No domingo votarei pela estabilidade do meu país”, finaliza.

Economia

Se a lógica de “castigar” uma administração com problemas nas urnas parece não ter eco entre os chavistas, se deve a uma ampla transformação da realidade política venezuelana desde a chegada de Chávez, analisa a Opera Mundi Luis Salas, economista. “À diferença de outras sociedades, a venezuelana entende que existe um conflito político no país. Que de um lado está o governo e do outro a oposição, apoiada pelos poderes econômicos principalmente”, observa.

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"A revolução não é traída nem condicionada", afirma outra mensagem pixada em Caracas

Porém, como se observa especialmente entre aqueles que fazem filas de longas horas em supermercados, a paciência é cada vez menor. Também, não são poucos os que opinam que o governo não combate com tanta firmeza a corrupção, outro problema importante na atual gestão. “Sim, se admite que essa administração cometeu erros, mas ao mesmo tempo se valoriza tudo o que se ganhou com o chavismo e, também, o perigo que pode ser uma mudança na politica”, afirma.

“Muitos criticam e condenam a política de controle de preços, de câmbio, mas entendem que até certo ponto ela é necessária, para que não se beneficiem os especuladores”, explica o analista. “A única saída real para a crise econômica é uma intervenção mais ativa do Estado, acompanhada da promoção de outras atividades econômicas. Não podemos continuar tentando controlar o capitalismo, mas sim impulsar outros tipos de economia”, opina.

Em passagem por diversas cidades do país no encerramento da campanha pelas legislativas,  o presidente Nicolás Maduro por diversas vezes sublinhou que dos resultados do próximo domingo depende a “estabilidade, a paz e a continuidade das missões” no país. Atualmente com maioria de 100 deputados (hoje a Assembleia tem 165 assentos), o chavismo precisa conquistar pelo menos 84 representantes no parlamento para manter a maioria simples.

“Não somos um governo perfeito, um povo perfeito, mas avançamos muito e precisamos seguir adiante. Temos muita responsabilidade, porque a Venezuela é a voz dos mais pobres daqui e de fora”, conclui Quintero, antes de se misturar à multidão de vermelho que tomava o centro de Caracas.

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Política e Economia

Organizações da Sociedade Civil tiveram direitos violados no governo Bolsonaro, diz associação

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Pesquisa feita com 135 organizações sociais de todas as regiões do país foi apresentada no Fórum Político de Alto Nível da ONU

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-07-05T21:50:00.000Z

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A Associação Brasileira de ONGs afirmou, por meio de uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (05/07) no Fórum Político de Alto Nível da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, que as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) foram submetidas a violações sistemáticas de direitos pelo Estado brasileiro no período entre 2019 e 2021.

O estudo, intitulado Criminalização Burocrática, foi feito a partir do levantamento do perfil de 135 organizações sociais de todas as regiões do Brasil, combinando abordagens qualitativa e quantitativa, incluindo ainda grupos focais e entrevistas entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022. Para conferir o relatório completo, clique aqui. 

“Desde o início do governo de Jair Bolsonaro, o que se observa é um aumento de desconfiança sobre o campo da sociedade civil organizada. Há uma escalada nas tentativas de criminalização das OSCs, com projetos de lei e outras medidas legais destinadas ao controle e restrição do espaço de atuação dessas organizações”, apontam os pesquisadores da pesquisa. 

Segundo a Abong, as organizações têm sido alvo de uma “série de ataques” por meio de medidas em âmbito administrativo que “visam dificultar a captação de recursos, impor pagamentos indevidos e, de forma geral, inviabilizar o trabalho das entidades”. 

Flickr
Segundo a Abong, as organizações têm sido alvo de uma “série de ataques” por meio de medidas em âmbito administrativo

“As informações também apontam que as OSCs têm sofrido, com o governo federal como agente, crimes de calúnia, difamação ou injúria, todos previstos no Código Penal”, diz a associação.

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