O juiz federal Ariel Lijo proibiu nesta sexta-feira (11/12) o ex-vice-presidente da Argentina, Amado Boudou, de sair do país. Segundo a determinação, Boudou deverá pedir autorização à Justiça toda vez que tiver a intenção de deixar o território argentino. Boudou é acusado de estar envolvido no Caso Ciccone, esquema de corrupção em que uma empresa de impressão de papel-moeda teria sido comprada ilegalmente. Ele nega irregularidades
Presidência da Argentina/Reprodução
Sem foro privilegiado, Amado Boudou foi proibido nesta sexta-feira (11/12) de cruzar as fronteiras da Argentina sem autorização da Justiça
“Faça-se saber a Amado Boudou que, antes de se ausentar do país, deverá solicitar autorização ao Tribunal”, pontuou o juiz na resolução. A decisão ocorreu um dia após Boudou perder o foro privilegiado, quando assumiu o governo do presidente Mauricio Macri. A situação de Boudou foi notificada pela Justiça à Direção Nacional de Migração.
Segundo a acusação, Boudou teria participado, em 2010, período em que era ministro da Economia da Argentina, da compra irregular da empresa Ciccone Calcográfica, que imprimia papel-moeda para o Estado e teria sido salva da falência com a operação. Boudou é acusado de enriquecimento ilícito, suborno e atividades incompatíveis com seu cargo público. Ele teria usado sua influência política na compra da empresa.
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Em junho do ano passado, pela primeira vez desde a restauração da democracia na Argentina, em 1983, um vice-presidente em exercício foi intimado a prestar depoimento como acusado perante a Justiça. À época, a oposição pediu a renúncia de Boudou e o governo de Cristina Kirchner falou em “perseguição sistemática e linchamento midiático”.
José María Núñez Carmona e Alejandro Vandenbroele, também acusados de envolvimento no Caso Ciccone, já haviam sido proibidos de sair do país.