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Política e Economia

Argentina: líder comunitária é presa por organizar protestos contra governador aliado de Macri

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Milagro Sala foi detida por 'atrapalhar livre trânsito' e por se recusar a 'cumprir ordens do governo'; organizações de direitos humanos denunciam 'criminalização do protesto' no país

Vanessa Martina Silva

2016-01-18T20:08:00.000Z

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Milagro Sala, uma das mais importantes líderes comunitárias da Argentina e deputada do Parlasul (Parlamento do Mercosul), foi detida no último sábado (16/01) por supostos crimes relacionados à organização de protestos na província de Jujuy, no norte do país. Imediatamente após a detenção, Sala iniciou uma greve de fome para denunciar o que considera ser uma perseguição política. Como resposta, organizações sociais de todo o país se mobilizaram em apoio à ativista e realizarão, nesta segunda-feira (18/01) um amplo protesto em Buenos Aires para pedir sua libertação.

Reprodução/ Facebook

Sala é criticada pela oposição por ser ligada ao kirchnerismo

“Neste momento a polícia de Gerardo Morales está me prendendo”, tuitou Sala no momento da detenção. “É uma perseguição política”, acrescentou. Ela disse ainda que o fato “é um grave precedente” para as organizações do resto do país e uma “tremenda violação aos direitos sociais, civis e políticos dos cooperativistas”.

En este momento la policía de Gerardo Morales me está deteniendo, esto es como en la dictadura. #Jujuy

— Milagro Sala (@SalaMilagro) 16 janeiro 2016

Sala é acusada pelos delitos de bloqueio de vias, por impedir a livre circulação de pessoas e veículos e por uma suposta recusa de cumprir a decisão do governo de executar o plano de regularização e transparência das cooperativas.

O Cels (Centro de Estudos Legais e Sociais), uma organização de direitos humanos do país, se pronunciou prontamente sobre o caso: “criminalizar as práticas relacionadas com o exercício do direito ao protesto conduz a uma restrição das liberdades democráticas e a uma aplicação ilegítima do direito penal”, diz o informe da entidade.  

Ainda mais crítico, o ex-chanceler do país durante o governo da ex-presidente Cristina Kirchner, Héctor Timmerman, ironizou: “com a lógica do governo, após a prisão de Milagro Sala, a Venezuela deveria pedir a aplicação da cláusula democrática do Mercosul” para excluir a Argentina do bloco, afirmou, em referência às declarações de Macri, que disse cogitar a possibilidade de invocar a cláusula para expulsar o país caribenho do bloco devido às detenções de políticos que incitaram manifestações violentas em 2014.

Organização Tupac Amaru

A Organização Tupac Amaru, da qual Sala é integrante, tem uma ampla atuação no norte argentino. A entidade executa desde programas de moradia, organização de escolas e de geração de emprego e renda.

Reprodução/Facebook

A vitória de Gerardo em Jujuy foi importante para eleição de Macri, que ele realizou nesta província o encerramento de sua campanha

Mas, com a vitória do governador Gerardo Morales, aliado de Macri, os subsídios econômicos destinados à organização foram cortados. Por essa razão, Sala fez uma ampla convocatória para um protesto, iniciado em meados de dezembro do ano passado, para pedir uma audiência com o governador e um diálogo a respeito dos programas sociais e continuidade das cooperativas.
 

Organizações indígenas e comunitárias se somaram ao chamado e, como é prática na Argentina, criaram um acampamento em frente ao prédio do Poder Executivo para pedir que o governo aceite dialogar com os movimentos.

Mesmo sem qualquer denúncia de violação por parte dos manifestantes, o governo considerou que os protestos são “desestabilizantes” e não descarta uma reintegração de posse.

Reprodução/Facebook

Manifestantes denunciam que mais de 6 mil pessoas que trabalhavam com as cooperativas perderam o emprego

De acordo com o jornal espanhol El País, o governo de Jujuy também irá apresentar uma demanda contra Sala pelo “roubo” de 29 milhões de pesos (R$ 8,7 milhões) do Estado.

Denúncias infundadas

De acordo com o advogado de Sala, Luis Pas, no expediente “não estão descritos os fatos, as circunstâncias nas quais [o delito] teria ocorrido, o tempo, o modo”. E ressalta: “a detenção carece de provas de cabo a rabo”.

Ainda de acordo com Pas, “Milagro é acusada de não respeitar o plano de regularização de cooperativas, mas ela não é presidente de nenhuma delas; sequer é autoridade — formal — da Tupac. Ela é presidente do Partido pela Soberania Popular e deputada do Parlasul. Acusá-la como quem deveria responder pelas cooperativas é como acusar a um cidadão comum pelo não cumprimento dos deveres de funcionário público. Somente quem tem responsabilidade pode cometer esse delito”, concluiu.

No Facebook, a organização Tupac Amaru ressaltou que o acampamento não será desfeito enquanto Sala estiver presa:

La ocupacion de la plaza es una contravencion, no un delito y no se va a desocupar hasta q #LiberenAMilagro y se abra instancia de dialogo

Posted by Prensa Amaru on lunes, 18 de enero de 2016

 

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