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Política e Economia

Inspirada em Marx, esquerda palestina quer Estado único e fim da violência de Israel, diz sociólogo

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Marcelo Buzetto, autor de 'A Questão Palestina', diferencia atores políticos na região e critica contradições brasileiras por acordos com Israel

Dodô Calixto

2016-02-03T10:55:00.000Z

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“Há na Palestina uma interpretação à esquerda para o conflito com Israel”. Para o sociólogo Marcelo Buzetto, essa é uma definição fundamental para diferenciar as forças políticas que atuam no movimento nacional palestino.



Doutor em Sociologia pela PUC e professor do Centro Universitário Fundação Santo André, Buzetto esteve três vezes na Palestina representando os setores de Relações Internacionais do MST e da Via Campesina. Ao lado de militantes palestinos, participou de manifestações contra o exército de Israel na Cisjordânia.

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Marcelo Buzetto é autor do livro 'A Questão Palestina - Guerra, Política e Relações Internacionais'

A experiência o motivou a organizar uma série de  pesquisas sobre os diferentes grupos políticos e sociais que atuam na região. “Não podemos achar que é mesma coisa”, reitera.

Entre as conclusões, publicadas no livro  "A Questão Palestina - Guerra, Política e Relações Internacionais" (Expressão Popular, 223 pgs., R$20), Buzetto explica que a esquerda palestina busca olhar particularidades do mundo árabe “a partir de conceitos fundamentais do materialismo histórico e dialético”.



"É muito comum ouvir no Brasil sobre Hamas e Fatah, dando a impressão que o movimento nacional palestino se resume a essas duas forças. O livro ‘Questão Palestina’ mostra e quer divulgar que existe uma esquerda na Palestina, inspirada nas ideias de Karl Marx, nas revoluções anticolonialistas e socialistas”, afirma.

Buzetto questiona em seu livro a validade da resolução da ONU de 1947 que propõe a solução de dois Estados para a região. Além de ilegal, Buzetto acredita que partilhar o território nesses moldes foi uma das causas do conflito.

“Será que a solução de dois Estados não está superada? A maioria do povo palestino deseja a existência de uma única Palestina, um Estado único, onde todos possam viver em condição de igualdade. Um espaço democrático onde muçulmanos, judeus, cristão, ateus, drusos, enfim, todos possam ter direitos políticos iguais, sem cidadãos de segunda categoria. Essa é a defesa da esquerda palestina, assim como o fim da violência de Israel”, analisa.

Além da análise dos movimentos sociais palestinos, Buzetto também faz duras críticas ao governo israelense e à política sionista, condenando o que considera “ataques sistemáticos aos direitos básicos dos palestinos”.

“O Estado de Israel é racista e pratica apartheid contra a população palestina, desrespeitando resoluções da ONU. Por exemplo, o governo de Israel se nega a discutir o direito de retorno dos refugiados palestinos. Atualmente, são quase 6 milhões de refugiados no mundo. E Israel afirma que nunca irá cumprir as orientações internacionais, pois não reconhece essa pauta. Em 2016, vamos [movimentos de solidariedade à Palestina] intensificar a campanha de denúncia às agressões israelenses, principalmente sobre o direito de retorno”, critica Buzetto, que integra a Campanha Global pelo Direito ao Retorno à Palestina.

“O que nos deixa otimista, por outro lado, é que o povo palestino, por conta dessa crescente violação dos direitos humanos, tem um poder de resistência e de luta muito grande. Quando estive na Palestina, pude notar já nos jovens, crianças e em todas as famílias um alto nível de consciência de que eles estão em uma luta justa”, relembra.

Contradições brasileiras

Marcelo Buzetto fala em “tristeza e indignação” quando cita os acordos comerciais e militares feitos pelos governos de Lula e Dilma nos últimos 15 anos. Para o autor, em uma perspectiva de esquerda, não faz sentido preterir o parque industrial brasileiro e o apoio à causa palestina para firmar acordos para compra de armamentos de Israel.

“Em 2015, o ex-ministro da Defesa, agora Ministro da Casa Civil, Jacques Wagner, firmou um acordo solicitando ao governo federal a compra de mísseis e bombas para serem colocados nos caças suecos Gripen. O custo dessa operação é de R$870 milhões. Agora nos perguntamos: por que ajuste fiscal? Precisamos cortar verbas na saúde, educação e reforma agrária, aumentar a prestação do programa Minha Casa, Minha Vida, mas temos R$ 870 milhões de mísseis e bombas israelenses”, questiona.



“A compra de aparato militar israelense é um absurdo, pois Israel representa a desnacionalização da indústria de defesa brasileira. Não estamos discutindo se o Brasil precisa ou não de um veículo aéreo ou aparato militar para garantir a soberania nacional. Mas por que não convocamos um grupo de empresários brasileiros para produzir essa tecnologia? Temos no Estado de São Paulo, na região do Vale do Paraíba, um complexo industrial capaz de suprir essa demanda. Por que temos de comprar de um país que mais desrespeita as resoluções da ONU e mais ataca os direitos humanos, explodindo hospitais e escolas?”, questiona.

Marcelo Buzetto também acompanhou a repercussão da visita do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) a Israel. Para ele, o caso exemplifica como há contradições sobre o posicionamento da esquerda no Brasil sobre a causa palestina.  

“Ao mesmo tempo em que temos o crescimento de organizações e pessoas que apoiam a causa palestina e a campanha de boicote a Israel no Brasil, temos situações inusitadas, como, por exemplo, a recente visita a Israel do deputado Jean Wyllys, uma figura progressista, que por completo desconhecimento do conflito Israel-Palestina teve uma interpretação equivocada, rompendo o bloqueio cultural e acadêmico a Israel, que é uma orientação de um movimento internacional de solidariedade ao povo palestino”, critica.

A Questão Palestina - Guerra, Política e Relações Internacionais
Editora: Expressão Popular
Páginas: 223
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Política e Economia

China mandará tropas para exercícios militares na Rússia

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Em nota, Ministério da Defesa de Pequim afirmou que atividade 'não está ligada à atual situação internacional e regional'

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-08-17T15:35:00.000Z

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O Ministério da Defesa de Pequim informou nesta quarta-feira (17/08), por meio de uma nota, que a China enviará tropas à Rússia para um ciclo de exercícios militares que também incluirá Belarus, Índia e Tajiquistão. No documento, país afirmou que a atividade "não está ligada à atual situação internacional e regional".

"O objetivo é aprofundar a cooperação prática e amigável com os exércitos dos países participantes, melhorar o nível de colaboração estratégica entre as partes e reforçar a capacidade de resposta a ameaças à segurança", diz o comunicado.

O anúncio chega após a escalada da tensão entre China e Estados Unidos,  causada pela visita da presidente da Câmara dos Representantes americana, Nancy Pelosi, a ilha de Taiwan.

A viagem de Pelosi desencadeou os maiores exercícios militares da história da China no Estreito de Taiwan, incluindo o lançamento de mísseis balísticos e um bloqueio aéreo e naval à ilha.

kremlin.ru
Ministério das Relações Exteriores da China também agradeceu ao presidente Vladimir Putin

As tropas chinesas participarão dos exercícios militares Vostok, marcados para 30 de agosto a 5 de setembro. As atividades serão comandadas pelo distrito militar oriental russo, que tem seu quartel-general em Khabarovsk, a poucos quilômetros da fronteira chinesa.

O Ministério das Relações Exteriores da China também agradeceu ao presidente Vladimir Putin por ter definido a visita de Pelosi a Taiwan como uma "provocação bem planejada" dos Estados Unidos. 

(*) Com Ansa.

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