Atualizada às 10:29
Um relatório lançado nesta quinta-feira (11/02) pelo Centro Sírio para Pesquisas Políticas (SCPR, na sigla em inglês) concluiu que a guerra que assola a Síria desde 2011 já causou 470 mil mortes e deixou 1,9 milhão de feridos, tendo afetado diretamente 11,5% da população total do país.
O número de mortos encontrado pelo SCPR é quase o dobro da estimativa da ONU de 250 mil mortes divulgada em meados de 2014, quando a organização parou de contar as fatalidades no país alegando falta de acesso e de credibilidade nas fontes.
Agência Efe
Refugiados aguardam em fila para comida em campo nos arredores da cidade de Bab Al-Salama, no norte da Síria, no último sábado (06/02)
Segundo o relatório do SCPR, intitulado “Confronting Fragmentation” (“Confrontando a Fragmentação”, em tradução livre, a expectativa média de vida na Síria caiu de 70 anos em 2010 para 55,4 anos em 2015. As perdas econômicas estão estimadas em 255 bilhões de dólares. Para a entidade, a riqueza, a infraestrutura e as instituições do país foram “praticamente aniquiladas” pelo “impacto catastrófico” dos cinco anos de conflito.
Dos 470 mil mortos, 400 mil pereceram pela violência direta e 70 mil pela falta de serviços de saúde adequados e pela escassez de comida, água potável, saneamento e moradia apropriada, especialmente em zonas de conflito direto, diz o SCPR. “Utilizamos métodos de pesquisa rigorosos e estamos seguros destas estimativas”, afirmou Rabie Nasser, autor do relatório, ao jornal britânico The Guardian. “Acreditamos que a documentação da ONU e estimativas informais subestimaram as mortes por falta de acesso às informações durante a crise”, declarou.
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Benvenuti a Homs. Una serie di video ripresi con l’utilizzo di alcuni droni mostrano cosa resta della città siriana. La prossima volta che qualcuno si chiede perché i rifugiati stanno rischiando tutto per venire in Europa, mostrate loro questo spettacolo: goo.gl/yMfQeK
Publicado por Left em Quarta, 3 de fevereiro de 2016
Ainda de acordo com o relatório, cerca de 13,8 milhões de pessoas sírias perderam sua fonte de renda, e a população diminui 21% nos últimos cinco anos – além dos mortos, esta queda se dá pela fuga em massa do país em direção a nações vizinhas e à Europa. Quase metade da população – 45% – foi desalojada, com 6,36 milhões de pessoas deslocadas internamente e mais de 4 milhões refugiadas no exterior.
Para o SCPR, o resto do mundo não está prestando atenção suficiente ao que está acontecendo na Síria. “Apesar dos sírios estarem sofrendo há cinco anos, a atenção global aos direitos humanos e à dignidade deles somente se intensificou quando a crise teve um impacto direto nos países desenvolvidos”, afirma o relatório, em referência à emergência de refugiados na Europa.
Encontro de líderes na Alemanha
Líderes dos EUA, da Rússia e de outros dez países se encontrarão na cidade alemã de Munique a partir desta quinta-feira até o próximo domingo (14/02) para discutir soluções para a crise na Síria. Segundo jornal norte-americano Washington Post, Moscou propôs um fim aos bombardeios aéreos em apoio ao governo de Bashar al Assad para o dia 01 de março. Washington, porém, estaria pouco disposto a aceitar a proposta, pois acredita que a oferta russa significaria uma intensificação dos bombardeios nas próximas semanas. Os EUA exigem o fim imediato dos ataques aéreos russos, que começaram em setembro do ano passado e são considerados pela oposição síria e por outros atores, como os próprios Estados Unidos, como o principal agravante da crise humanitária no país.
Uma ofensiva das forças de Assad apoiada pelos bombardeios russos na cidade de Aleppo iniciada no dia 01 de fevereiro provocou até agora a morte de 500 pessoas – 89 delas, civis – segundo o Observatório Sírio para Direitos Humanos, e a fuga de 50 mil pessoas em direção à fronteira com a Turquia, segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha.