O ministro da Energia e Mineração da Argentina, Juan José Aranguren, informou nesta segunda-feira (22/02) que a tarifa de gás deve aumentar em até 300% a partir de março.
“Antes de junho acontecerá o aumento na tarifa. Hoje o preço do gás que está sendo produzido no país é maior do que o do gás importando”, argumentou Aranguren em entrevista à rádio Con Vos.
Segundo ele, o aumento deve começar nos 40% e pode chegar até os 300%. A mudança ocorrerá a partir de 1o de março, porém pode ser adiada até o dia 1o de abril, dependendo dos processos burocráticos e teconológicos necessários para implementar a alteração.
Agência Efe
Aumento da tarifa de gás segue aumento da tarifa de eletricidade, que provocou apagões em diversas regiões do país
A Argentina possui cerca de 1.300 tarifas distintas de gás para as residências. Cada uma delas sofrerá uma alteração diferente. Em alguns casos, o aumento será superior a 300%, mas em outros não passará dos 40%.
De acordo com o ministro, a economia de gás será recompensada na tarifa e serão analisados os benefícios sociais dados a certos setores da população, principalmente os mais pobres, para decidir quais serão mantidos.
Aranguren também anunciou que os apagões terão continuidade nos nos próximos dias.
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“Estes cortes programados se devem à capacidade que temos de produzir energia elétrica e a problemas na distribuição. Em casos de zonas onde a população ficou muitos dias sem eletricidade, nós puniremos as empresas e iremos ressarcir os moradores”, disse Aranguren.
Eletricidade
Em janeiro, a Argentina já havia anunciado um aumento de 300% na tarifa de eletricidade, colocando fim aos subsídios concedidos nos últimos 12 anos ao fornecimento de energia elétrica. No entanto, a tarifa acabou subindo mais de 600%, como reportam os meios de comunicação do país.
A medida entrou em vigor no início de fevereiro e, segundo o governo, foi adotada a fim de reduzir o déficit público do país. Como consequência, uma série de cidades argentinas, inclusive a capital Buenos Aires, passam por uma série de apagões, chamados cortes programados.
Medidas impopulares
Desde sua posse, o presidente da Argentina, Maurício Macri, vem tomando uma série de medidas impopulares que têm gerado protestos por parte da população, como a tentativa de modificação da Lei de Meios, o fim dos subsídios estatais na tarifa de eletricidade e a prisão da líder comunitária Milagro Sala, que faz oposição ao governador do estado de Jujuy, Geraldo Morales, aliado de Macri.
Como resultado, o Ministério de Segurança aprovou uma restrição aos protestos em vias públicas do país. Segundo a nova diretriz, as manifestações, que durante o período kirchnerista eram livres, deverão agora ser comunicadas às autoridades, que vão autorizar ou não o percurso indicado e poderão dispersar os protestos quando julgarem que estes estejam afetando o trânsito.
O protocolo ainda prevê certas regras para os protestos em vias públicas, a repressão das manifestações com uso da força pela polícia e a prisão de manifestantes que se opuserem à dispersão.