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Política e Economia

O que pensam brasileiros que vivem na Argentina sobre o impeachment de Dilma?

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Julia, em Buenos Aires, é contra: 'não há crime de responsabilidade, logo, é golpe'; já Daniela é a favor por julgar que Dilma cometeu 'abuso de poder'

Aline Gatto Boueri

2016-04-15T09:00:00.000Z

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O processo de impeachment que a presidente Dilma Rousseff enfrenta na Câmara dos Deputados tem mobilizado brasileiros que moram no exterior contra e favor da destituição da mandatária.

Na Argentina, a reportagem de Opera Mundi conversou com brasileiros que vivem em Buenos Aires. Julia Cavalcante, de 33 anos, se opõe ao possível de impeachment da presidente brasileira. "Sou contra por um motivo bem simples: não há crime de responsabilidade, logo, é golpe", diz Cavalcante. Para ela, parlamentares que querem destituir Dilma têm interesse no engavetamento de investigações de casos de corrupção no poder público. "Com a saída de Dilma", diz a musicista, "todos os processos serão engavetados. É ingenuidade achar que mesmo a Lava Jato terá continuidade."

Já Daniela Damiani, que vive na capital argentina há sete anos, diz ser a favor do impedimento de Dilma "e de qualquer pessoa que cometa abuso de poder ao exercer cargo político e coloque sua ambição e interesses próprios acima de coisas básicas, como ética, moral e valores". Para ela, a situação da saúde pública e da educação no país "já é motivo para justificar uma mudança".

Leia a seguir os depoimentos de Julia, Daniela e de outros brasileiros que vivem na Argentina:
 

Julia Cavalcante, 33, diretora de coral em Buenos Aires

Julia Bragança Cavalcante tem 33 anos e mora em Buenos Aires há um ano e seis meses. A paulistana, que estudou música na Unirio, é diretora de um coral na capital argentina e é contra o impeachment da presidente do Brasil.

“Sou contra por um motivo bem simples: não há crime de responsabilidade, logo, é golpe. E isso fica cada vez mais explícito quando se vê a quantidade de deputados que votaram a favor de aprovar o impeachment na Comissão da Câmara que estão acusados de corrupção. Fica claro qual é o interesse dessas pessoas. Durante o governo do PT, as investigações sobre corrupção fluíram com autonomia e, se as investigações prosseguirem, vão todos presos. Além disso, com a saída de Dilma e a chegada do [vice-presidente Michel] Temer à presidência - com [Eduardo] Cunha como vice [mesmo não assumindo o cargo formalmente, o deputado é o próximo na linha sucessória] - todos os processos serão engavetados. É ingenuidade achar que mesmo a Lava Jato terá continuidade.”

 

Gustavo Jonck, 33, professor de português em Buenos Aires

O paulistano Gustavo Jonck, de 33 anos, veio para Buenos Aires para praticar o espanhol, logo depois de se formar em Letras pela USP (Universidade de São Paulo). Na cidade desde 2009, ele trabalha como professor de português em um colégio particular e se declara contrário ao impeachment de Dilma Rousseff.

“Não existe nenhum crime que justifique esse impeachment e, feito dessa forma, seria uma ação contra a democracia, contra o voto popular que elegeu a Dilma. Os políticos que estão a favor desse impeachment são justamente os criminosos, os corruptos que querem tirá-la da presidência, tomar o poder e se livrar dos processos abertos contra eles. O primeiro de todos é o [deputado federal pelo PMDB do Rio de Janeiro] Eduardo Cunha. É claro que existe uma insatisfação com o governo da Dilma, mas retirá-la do governo seria um golpe contra a democracia.”
 

Daniela Damiani, 33 anos, formada em relações públicas; mora em Buenos Aires

Daniela Tigre Damiani, de 33 anos, é formada em relações públicas e deixou Lages, em Santa Catarina, há sete anos, quando se apaixonou por um argentino. Em Buenos Aires desde então, ela hoje tem dois filhos. Daniela apoia o impeachment.

“Eu sou a favor do impeachment de Dilma e de qualquer pessoa que cometa abuso de poder ao exercer cargo político e coloque sua ambição e interesses próprios acima de coisas básicas, como ética, moral e valores. O povo está cansado de ser enganado e trabalhar para sustentar e pagar a vida de marginais e delinquentes. É muito triste ver, mesmo que de fora, a situação lastimável em que se encontra o Brasil. Não precisa ser especialista para ver o que está acontecendo em nosso país. Basta ver como vai a saúde pública e a educação e isso já é motivo para justificar uma mudança.”

 

Thais da Motta Câmara, 21 anos, estudante de medicina em Buenos Aires

Thais da Motta Câmara, de 21 anos, veio a Buenos Aires para estudar medicina. Ela saiu de Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro, há dois anos e hoje é aluna da UBA (Universidade de Buenos Aires). Favorável ao impeachment, ela reclama que no Brasil não conseguiria cursar a carreira pelo volume de investimento que precisaria fazer - em um cursinho preparatório ou em uma universidade particular - e elogia o acesso universal ao ensino superior na Argentina.

“Acho que, com o PT, já deu o que tinha que dar. É muita covardia com o povo brasileiro um  partido que se diz eleito pelo povo, que diz lutar pelo povo, se virar contra o próprio povo e começar a roubar. É muita covardia com o povo. É complicado ver pessoas que diziam antes que lutavam pelo povo, como o Lula, começar a fazer isso. Michel Temer e Eduardo Cunha não são as melhores pessoas para governar o país, mas do jeito que está é muita cara de pau. Acho que o impeachment seria bom com novas eleições para tentar mudar de verdade.”

CLIQUE NOS PAÍSES EM AZUL, NO MAPA INTERATIVO, PARA VER AS OPINIÕES DE BRASILEIROS

Lula Marques / Agência PT

A presidente brasileira, Dilma Rousseff, em evento no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (13/04)

 

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Guerra na Ucrânia

Rússia diz que assumiu o controle total de Lugansk

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Ministério da Defesa da Rússia afirma que suas tropas tomaram a cidade estratégica de Lysychansk, assegurando o controle da região de Lugansk, no leste da Ucrânia

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-07-03T20:53:00.000Z

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A Rússia reivindicou neste domingo (03/07) o controle de toda a região de Lugansk, no leste da Ucrânia, após a conquista da cidade estratégica de Lysychansk, que foi palco de intensos combates.

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, o titular da pasta, Serguei Shoigu, informou oficialmente "o comandante em chefe das Forças Armadas russas, Vladimir Putin, sobre a libertação da República Popular de Lugansk".

Mais tarde, o Estado-Maior da Ucrânia confirmou em um comunicado publicado no Facebook que as tropas ucranianas foram forçadas a se retirar de Lysychansk,

"Depois de intensos combates por Lysychansk, as Forças de Defesa da Ucrânia foram forçadas a se retirar de suas posições e linhas ocupadas", disse o comunicado.

"Continuamos a luta. Infelizmente, a vontade de aço e o patriotismo não são suficientes para o sucesso - são necessários recursos materiais e técnicos", disseram os militares.

Lysychansk era a última grande cidade sob controle ucraniano na região de Lugansk.

Na manhã deste domingo, o governador ucraniano da região de Lugansk, Serguei Gaidai, já havia sinalziado que as forças da Ucrânia estavam perdendo terreno em Lysychansk, uma cidade de 100.000 habitantes antes da guerra. "Os russos estão se entrincheirando em um distrito de Lysychansk, a cidade está em chamas", disse Gaidai no Telegram. "Eles estão atacando a cidade com táticas inexplicavelmente brutais", acrescentou.

A conquista de Lysychansk - se confirmada - pode permitir que as tropas russas avancem em direção a Sloviansk e Kramatorsk, mais a oeste, praticamente garantindo o controle da região, que já estava parcialmente nas mãos de separatistas pró-russos desde 2014.

Militärverwaltung der Region Luhansk/AP/dpa/picture alliance
Lysychansk está em ruínas após combates entre as forças russas e ucranianas

No sábado, um representante da "milícia popular de Lugansk" havia afirmado que os separatistas e as tropas russas haviam cercado completamente Lysychansk, algo que foi inicialmente negado pela Ucrânia

Explosões em cidade russa

Ainda neste domingo, a Rússia acusou Kiev de lançar mísseis na cidade de Belgorod, perto da fronteira entre os dois países.

"As defesas antiaéreas russas derrubaram três mísseis Totchka-U lançados por nacionalistas ucranianos contra Belgorod. Após a destruição dos mísseis ucranianos, os restos de um deles caíram sobre uma casa", informou o porta-voz do ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.

O governador da região, Viacheslav Gladkov, já havia anunciado anteriormente a morte de pelo menos três pessoas em explosões naquela cidade.

As acusações levantadas por Moscou foram divulgadas um dia depois de a Ucrânia denunciar o que chamou de "terror russo deliberado" em ataques na região da cidade ucraniana de Odessa.

Segundo autoridades militares e civis ucranianas, pelo menos 21 pessoas, incluindo um menino de 12 anos, foram mortas na sexta-feira por três mísseis russos que destruíram "um grande edifício" e "um complexo turístico" em Serhiivka, uma cidade na costa do Mar Negro, a cerca de 80 km de Odessa, no sul da Ucrânia.

"Isso é terror russo deliberado e não erros ou um ataque acidental com mísseis", denunciou o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, na noite de sexta-feira, enquanto as autoridades locais asseguraram que "não havia qualquer alvo militar" no local dos ataques.

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