O processo de impeachment que a presidente Dilma Rousseff enfrenta na Câmara dos Deputados tem mobilizado brasileiros que moram no exterior contra e favor da destituição da mandatária.
No Reino Unido, a reportagem de Opera Mundi conversou com Rafael Maciel, que vive em Londres, e Fernanda Anderson, que vive em Lincoln, no interior da Inglaterra. Rafael diz não ter votado em Dilma, mas é contra o possível impedimento da presidente brasileira. “O impeachment seria apenas mais um imediatismo e, sinceramente, acho que este é justamente um dos problemas do Brasil: essa fome de resolver as coisas agora, sem se preocupar com o futuro”, acredita o guia turístico.
Já Fernanda diz ser “super a favor” do impeachment da presidente do Brasil. “Eu fui expulsa do meu país por causa do governo Dilma”, afirma a especialista em recursos humanos. Ela refuta a afirmação de que o possível impedimento seria um golpe da oposição. “Golpe é o que estou sentindo no meu bolso, enquanto estou lá pagando imposto de renda e vendo essas palhaçadas, essas pedaladas, esse rombo na Petrobras, tudo com o meu dinheiro e sem ver nenhum retorno pra mim.”
Leia a seguir os depoimentos de Rafael e Fernanda, brasileiros que vivem no Reino Unido:
Rafael Maciel, 25 anos, blogueiro do Guri in London e guia turístico; vive em Londres desde 2014
Não sou a favor da Dilma, não votei e nem votaria nela. Tirá-la até pode soar bem, mas não acho que é a melhor solução para o Brasil no momento. A não ser, claro, que ela esteja realmente envolvida com casos de corrupção e que isso seja comprovado – o que não aconteceu. O impeachment seria apenas mais um imediatismo e, sinceramente, acho que este é justamente um dos problemas do Brasil: essa fome de resolver as coisas agora, sem se preocupar com o futuro.
Nas últimas eleições não voltei porque estava em Londres e, na penúltima, votei no Serra. Muitas vezes as pessoas não conseguem entender que eu sou contra a Dilma, mas sou contra o impeachment também. Tem muita gente que fala “ah, mas você não pode ficar em cima do muro”. Mas eu não estou em cima do muro!
Para mim, a saída é a reforma política. Vejo o sistema parlamentarista funcionar muito bem aqui no Reino Unido e acho que no Brasil ele poderia revolucionar a situação, desde que feita uma reforma. No Brasil tem partido demais. Um ano o PMDB está aliado ao PSDB, depois já está com o PT…
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Fernanda Anderson, 46 anos, especialista em recursos humanos; vive em Lincoln, no interior da Inglaterra
Sou super a favor do impeachment. Não podemos deixar impune o que está acontecendo. O PT entrou no governo com uma proposta que era justamente a de combater a corrupção e está se mostrando um dos partidos mais corruptos que já apareceram – não que os outros partidos não o sejam. Sou a favor de novas eleições, e quem me dera se os nossos votos em branco pudessem valer.
Eu fui expulsa do meu país por causa do governo Dilma. Eu estava no Brasil faz quinze anos, até janeiro, e só saí porque não tinha mais condições de morar lá. Perdi meu emprego, todas as microempresas estavam fechando as portas… e a gente que tem um pouquinho mais de estudo acaba sendo um pouco mais afetado, porque a gente tem um padrão e não consegue mais mantê-lo. Acho engraçado ter gente falando que o impeachment é golpe. Golpe é o que estou sentindo no meu bolso, enquanto estou lá pagando imposto de renda e vendo essas palhaçadas, essas pedaladas, esse rombo na Petrobras, tudo com o meu dinheiro e sem ver nenhum retorno pra mim.
Acho que o PT já deu, o prazo dele já venceu.
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Roberto Stuckert Filho / PR
A presidente brasileira, Dilma Rousseff, em evento no Palácio do Planalto no dia 22 de março