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Política e Economia

Ombudsman do Le Monde diz que jornal foi parcial ao dizer não haver golpe de Estado no Brasil

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Jornalista critica publicação por não lembrar que líderes pró-impeachment são acusados de corrupção e não registrar a falta de pluralidade da mídia brasileira

Redação

2016-04-24T14:48:00.000Z

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Clique para acessar todas as matérias e artigos de Opera Mundi e Samuel sobre o processo de impeachment

O articulista Franck Nouchi, que assina a coluna Médiateur do jornal francês Le Monde e que trata da relação entre os leitores e o periódico, semelhante ao posto de ombudsman mos jornais brasileiros, publicou neste sábado (23/04) um artigo em que analisa a cobertura que o periódico vem fazendo da crise política brasileira.

Para ele, o jornal errou, sim, na avaliação que fez da situação política brasileira, sobretudo no editorial "Brésil : ceci n’est pas un coup d’Etat" (Brasil: isto não é um golpe de Estado, em tradução livre), publicado no dia 31 de março de 2016.

Roberto Stuckert Filho/ PR 

Presidente Dilma Rousseff defende que há um golpe em curso porque sem crime de responsabilidade não pode haver impeachment

O artigo de Nouchi começa se perguntando se o jornal "tratou de maneira equivocada a crise política que atravessa atualmente o Brasil" e diz que foram numerosos os leitores, franceses e brasileiros, que avaliaram que sim. "Ao mesmo tempo, é verdade, outros leitores, menos numerosos, avaliaram que nós defendemos cegamente as posições do Partido dos Trabalhadores".

Em seguida, cita a correspondência de quatro leitoras brasileiras que vivem em Paris, Stella Bierrenbach, Simone Esmanhotto, Helena Romanach e Adriana Silva, que, numa carta bastante argumentada, questiona: "Le Monde tem razões para escolher a parcialidade ao abordar a crise política brasileira? Há algum motivo para o Le Monde escolher não questionar nem abordar outros ângulos e não ouvir as vozes em contraponto ao coral monocórdico da mídia brasileira?".

Uma outra carta, aponta a misoginia, o desrespeito e o escárnio que jornal francês reproduz em seus textos em relação à presidente Dilma Rousseff e ao ex-mandatário Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto não se questiona por que personalidades como "Caetano Veloso, Gilberto Gil, Leonardo Boff e Luiz Carlos Barreto se engajam na defesa da continuidade democrática".

Um leitor parisiense, Christian Colas, felicita o Le Monde por ter lembrado que os políticos responsáveis pela tentativa de afastar Dilma "são acusados de malversações diversas e de fraudes fiscais bem piores do que as que são direcionadas à presidente".

Nouchi diz que, após reler os artigos do jornal e discuti-los com a direção e com a correspondente em São Paulo, Claire Gatinois, concluiu que a manchete "Dilma Rousseff numa tormenta, o Brasil em crise" e o editorial do dia 19 de abril que a acompanha estão equilibrados. Porém, para ele, o editorial "Brasil: isto não é um golpe de Estado", do dia 31/3, não é suficientemente equilibrado. Para ele, o editorial não lembra justamente que Eduardo Cunha e outras lideranças pró-impeachment estão implicadas em diversas acusações de corrupção e, além disso, o texto não registra suficientemente a falta de pluralidade da mídia brasileira.

O texto cita ainda um trecho do livro "Brasil - país do futuro" (1941), de Stefan Zweig, e conclui dizendo que o "país de adoção de Zweig, um autor muito lido na França, ainda não está livre do "fantasma de um retorno ao passado".

Veja a íntegra (em francês):

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Maioria dos católicos alemães rejeita condenação do aborto

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Declarações do papa e da Igreja contra a interrupção da gravidez são rechaçadas por 58% dos católicos, indica pesquisa

Darko Janjevic

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-08-09T21:59:00.000Z

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Uma pesquisa de opinião realizada na Alemanha revelou uma grande distância entre a os fiéis católicos e a os líderes da Igreja Católica, em relação ao aborto.

O levantamento, realizado pela INSA Consulere a pedido do jornal Die Tagespost, perguntou aos entrevistados: "É bom que o papa e a Igreja se manifestem contra o aborto?"

Somente 17% dos respondentes católicos responderam que sim. Outros 58% disseram que não. Entre os protestantes, apenas 13% eram favoráveis às declarações contra o aborto. Mais de dois terços discordaram dos posicionamentos do papa Francisco ou da Igreja Católica sobre o aborto.

Para a pesquisa foram entrevistados 2.099 cidadãos no fim de julho e início de agosto.

Igreja progride, mas só até certo ponto

O papa Francisco reorientou a Igreja Católica para um caminho mais liberal desde que assumiu o cargo de pontífice, em 2013. Ele tomou posições contundentes sobre padres envolvidos no abuso sexual de crianças, condenou governos de países do Ocidente por deportarem imigrantes, pediu mais ajuda para os pobres e mais esforços para preservar o meio ambiente. Publicamente, ele também agiu para reduzir o preconceito contra pessoas LGBTQ, afirmando que Deus "não renega nenhum de seus filhos" e endossando as uniões civis entre homossexuais.

Papa Francisco conduziu iniciativas para modernizar a Igreja Católica, mas mantém sua firme condenação ao aborto
Eric Gay/dpa/AP/picture alliance

No entanto, o papa Francisco também decepcionou alguns de seus apoiadores mais liberais ao rejeitar a benção católica para os casamentos gays. Ele também recusou-se a abandonar a posição tradicional da Igreja sobre o celibato de sacerdotes, assim como sobre o aborto, que o Vaticano vê como um ato de assassinato.

Francisco sobre o aborto: "É correto contratar um assassino?"

Em entrevista à agência de notícias Reuters em julho, Francisco reafirmou a sua opinião de que fazer um aborto seria semelhante a contratar um assassino.

"A questão moral é se é correto matar uma vida humana para resolver um problema. De fato, é correto contratar um assassino para resolver um problema?" questionou.

A questão do aborto não é a única em que o Vaticano enfrenta perda de apoio na Alemanha. Há menos de três semanas, a Igreja Católica pronunciou-se contrária ao movimento católico progressista alemão Caminho Sinodal, advertindo-o que não tem autoridade para instruir bispos sobre questões de moralidade e doutrina.

O movimento vem fazendo pressão para que os padres sejam autorizados a casar, mulheres possam tornar-se diáconos e que a Igreja dê sua benção a casais do mesmo sexo.

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