A Justiça argentina começa nesta semana a julgar seis ex-militares e agentes de inteligência acusados de ter participado da Operação Condor e de ter sequuestrados, torturado e assassinado 65 pessoas durante a última ditadura militar do país (1976-1983).
Os crimes foram cometidos na prisão clandestina conhecida como Automotores Orletti, na cidade de Buenos Aires, onde antes funcionava uma oficina mecânica. Estima-se que 200 pessoas passaram pelo lugar, apelidado pelos militares de “El jardín”.
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A frente da antiga oficina mecânica, onde funcionava a prisão
Por ali, passaram também presos estrangeiros, que estavam na Argentina e foram deportados para seus países por meio da Operação Condor. A maioria era de uruguaios, mas também havia chilenos, paraguaios, bolivianos e brasileiros.
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Esta é a primeira causa do país que julga a Operação Condor – uma aliança político-militar entre os vários regimes militares da América do Sul (Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai) criada com o objetivo de coordenar a repressão a opositores dessas ditaduras instalados nos seis países do Cone Sul.
Os réus são os ex-agentes da Secretaria de Inteligência de Estado Honorio Martínez Ruiz e Eduardo Ruffo, e os ex-militares Eduardo Cabanillas (ex-general), Rubén Visuara (ex-coronel) e Raúl Guglielminetti (ex-agente civil de inteligência).
Alguns familiares de priosioneiros da Orletti cobram uma resposta da justiça, como Marcelo Gelman, filho do poeta argentino Juan Gelman e jornalista, cujos restos foram encontrados em 1989 no rio Luján, de acordo com informações da BBC Mundo. Dois funcionários da Embaixada de Cuba na Argentina também foram levados para este centro de detenção, Jesús Cejas Arias e Galañega Crescencio. Ambos continuam desaparecidos.
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