Clique para acessar todas as matérias e artigos de Opera Mundi e Samuel sobre impeachment
O Itamaraty, Ministério das Relações Exteriores brasileiro, divulgou uma nota nesta segunda-feira (16/05) afirmando que as declarações do governo de El Salvador, que disse no sábado (14/05) que não reconhecia o governo do presidente interino do Brasil, Michel Temer, “revelam amplo e profundo desconhecimento sobre a Constituição e a legislação brasileiras” sobre o processo de impeachment de que está sendo alvo a presidente brasileira, Dilma Rousseff.
A nação da América Central convocou sua embaixadora de volta e, também em nota, defendeu que seu posicionamento de não reconhecimento se dava em razão de uma “manipulação política das ferramentas que a organização constitucional do Brasil contém, já que sem ter concluído o processo [de impeachment], o governo provisório assume que a presidente Dilma Rousseff não retornará ao cargo para o qual foi eleita legítima e legalmente nas urnas”.
Cacalos Garrastazu/Fotos Públicas
O senador José Serra foi nomeado ministro interino das Relações Exteriores pelo presidente em exercício, Michel Temer
Em resposta, o Ministério criticou a atitude, afirmando que ela revela “amplo e profundo desconhecimento sobre a Constituição e a legislação brasileiras, sobre o rito aplicável em processos de impedimento e sobre o pleno funcionamento das normas e instituições democráticas no país”.
NULL
NULL
O Itamaraty também disse que a decisão do país causou “estranheza” tendo em vista as relações econômicas entre El Salvador e Brasil, pois, segundo o órgão, o país é “o maior beneficiário de cooperação técnica brasileira em toda a América Central”.
Por isso, o Ministério — comandado interinamente pelo ex-senador José Serra (PSDB) — pede que o governo reconsidere sua posição sua posição de “suspender contatos oficiais com o Brasil”, “em respeito às instituições brasileiras e aos princípios que têm regido as relações entre os dois países”.
Desde que Michel Temer assumiu a presidência interinamente, após a admissibilidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff ter sido aprovada no Senado na última quinta-feira (12/05), o Ministério das Relações Exteriores adotou uma posição contrastante com aquela dos governos petistas em relação aos governos de esquerda de países latino-americanos. Na sexta-feira (13/03), o Itamaraty já havia divulgado uma nota de repúdio a manifestações de países — como Cuba, Nicarágua, Bolívia, Equador e Venezuela — e oganizações — como a Unasul — que questionaram a legalidade do afastamento da presidente Dilma Rousseff.
Agência Efe
Presidente Salvador Sánchez Cerén disse neste sábado que seu país não reconhecerá governo de Michel Temer