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Política e Economia

'Não há representatividade do povo brasileiro no governo Temer', diz Gregório Duvivier em Lisboa

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Ator brasileiro liderou um ato de solidariedade internacional ao Brasil na capital portuguesa que reuniu centenas de artistas e intelectuais de vários países

Marana Borges

2016-05-20T22:38:00.000Z

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O ator, escritor e humorista brasileiro Gregório Duvivier afirmou nesta sexta-feira (20/05) a Opera Mundi que o governo de Michel Temer, presidente interino do Brasil,  representa “um retrocesso nas políticas culturais, mas não só”, visto que “não há representatividade do povo brasileiro no governo dele”.

Em Lisboa, Duvivier liderou um ato de solidariedade internacional à democracia brasileira que reuniu no Teatro Tivoli mais de 600 artistas, intelectuais e políticos portugueses, brasileiros e de países africanos, de acordo com os organizadores.

"Temer fez um governo dos derrotados, é um governo que não teve nem nunca teria apoio popular", disse o ator, com peça em cartaz na capital portuguesa, durante o evento. Ele criticou a exoneração do diretor da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) e o fim do Ministério da Cultura. "Não é a toa que o Ministério da Cultura surgiu com o fim da ditadura militar e é fechado com o fim da democracia", declarou.

Lucas Rohan / Mídia Ninja

Brasileiros e portugueses se reuniram no Teatro Tivoli, em Lisboa

Em sua fala, Duvivier defendeu eleições antecipadas, “o único grito que a gente pode ter hoje”. A ideia, defendida também por alguns portugueses, não angariou tanto apoio da plateia, que maioritariamente aplaudiu o repúdio ao governo de Michel Temer.

A Opera Mundi, o artista salientou que o ato desta sexta-feira não se tratava de uma luta corporativista da classe artística, uma vez que as críticas ao governo interino de Michel Temer abrangem diversas outras áreas. "Acredito que as mobilizações vão continuar, os teatros no Brasil estão sendo ocupados, e no exterior todos estão nos apoiando". 

Personalidades lusófonas repudiam governo Temer

O grupo Portugal pela Democracia, que organizou o evento, publicou um manifesto em repúdio ao que classifica de “farsa política” no Brasil, assinado por dezenas de figuras de destaque no cenário português, como os escritores portugueses Valter Hugo Mãe, Gonçalo M. Tavares, o angolano José Eduardo Agualusa, o humorista Ricardo Araújo Pereira e a jornalista e escritora luso-espanhola Pilar del Río, entre outros. "Somos negros e mulheres, jovens e velhas, artistas, gays e de muitas cores. Somos tudo o que o governo de Michel Temer não é", diz o manifesto.

Portugal pela Democracia via Facebook

O escritor angolano José Eduardo Agualusa (centro) foi uma das personalidades que se uniram ao ato em Lisboa

Ao microfone, aberto aos manifestantes, o fadista Sergio Godinho cantou, e outro português entoou a canção “Carinhoso”, de Pixinguinha. Para o escritor Agualusa, houve um único ponto positivo do afastamento de Dilma, que foi “despertar consciência” popular. “Há uma juventude em luta em todo o Brasil, este governo não durará muito”, afirmou. 

Luanda Cozete, cantora e filha do ex-padre português Alípio de Freitas, preso político no Brasil durante a ditadura militar, diz ter passado a infância “a visitar cadeias”, antes de se exilar com a mãe em Guiné Bissau. “Eu gostaria do fundo do meu coração de não estar aqui hoje, e que essas histórias fossem apenas histórias, e não testemunhos de vida”, contou.

A escritora brasileira Tatiana Salem Levy também compareceu ao ato em Lisboa. Ela afirmou a Opera Mundi que, embora não tenha votado em Dilma Rousseff, estava no local “em defesa da democracia”.

Portugal pela Democracia via Facebook

'Ministério da Cultura surgiu com o fim da ditadura militar e é fechado com o fim da democracia', disse Duvivier

Vozes anônimas ao público também juntaram-se ao ato em Portugal. A médica brasileira Carla Carezzato, em turismo em Lisboa, se disse “impressionada” com a energia vinda da comunidade internacional, já que, por vezes, se sente isolada e em um clima de depressão no Brasil.

A ideia de organizar o ato surgiu quando Duvivier já estava em Portugal. “Eu não planejei nada, mas depois de chegar a Lisboa, muitos portugueses vieram me propor isso”, disse o ator a Opera Mundi. Ele se mostrou otimista com as mobilizações populares, referindo-se às diversas ocupações de pontos de cultura no Brasil. Durante a semana, Duvivier concedeu diversas entrevistas à mídia local, tecendo duras críticas ao governo interino do Brasil.

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Política e Economia

Em 1º discurso após posse, Petro promete reforma na política contra as drogas na Colômbia

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Ao lado da espada de Simón Bolívar, novo presidente colombiano disse que a política antidrogas 'fracassou profundamente', afirmando que a 'paz é possível' no país

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-08-07T22:35:00.000Z

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Ao som ovacionado das milhares de pessoas reunidas na Praça Bolívar, em Bogotá, Gustavo Petro realizou seu primeiro discurso neste domingo (07/08) como novo presidente da Colômbia. Petro reafirmou o compromisso de uma reforma na política contra as drogas no país.

"A política contra as drogas fracassou profundamente. A guerra fortaleceu a máfia e debilitou Estados, levando-os a cometerem crimes e evaporou o horizonte da democracia. Chegou o momento de mudar a política antidrogas no mundo para que seja a vida ajudada e não a morte", disse.

Durante seu discurso, Petro pediu que a espada de Simón Bolívar fosse deixada no palco, ao seu lado. Para ele, o objeto significa "toda uma vida, uma existência" que o auxiliou no processo que culminou em sua eleição à Presidência.

Petro disse não querer que a espada esteja "enterrada", que ela seja a "espada do povo". "Chegar aqui implica recorrer uma vida, uma vida imensa que nunca é sozinha. Aqui estão todas a mulheres colombianas que lutam para superar o machismo e construir uma política do amor. As mãos humildes dos operários, dos campesinos, o coração dos trabalhadores que me apoiam sempre quando me sinto débil", declarou.

Segundo o novo mandatário, os colombianos, "muitas vezes", foram "condenados ao impossível e a falta de oportunidades". No entanto, Petro declarou a "todos que estão me escutando" que, agora, "começa nossa segunda oportunidade". 

"Nós ganhamos, vocês ganharam. O esforço de vocês valeu a pena. Agora é hora de mudança, nosso futuro não está escrito e podemos escrever juntos e em paz. Hoje começa a Colômbia do impossível", disse durante a posse, declarando que sua eleição é uma história contra aqueles que não acreditavam, "daqueles que nunca queriam soltar o poder. Porém o fizemos".

Redistribuição de riqueza

Petro afirmou que a "igualdade será possível" na Colômbia, para que a desigualdade e a pobreza não "sejam naturalizadas", já que, segundo o novo presidente, o país é uma das "sociedades mais desiguais em todo o mundo", afirmando ser necessário mudar este paradigma "se queremos ser uma nação e viver em paz". 

Reprodução/ @FranciaMarquezM
Petro e Márquez tomaram posse neste domingo como o primeiro governo de esquerda na Colômbia

"Vamos ser uma Colômbia mais igualitária e com mais oportunidades a todos. A igualdade é possível se formos capazes de gerar riqueza e capazes de distribuí-la. Para isso, é necessário uma reforma tributaria que gere justiça", afirmou durante o discurso.

O presidente reafirmou que seguirá os Acordos de Paz, assinados em 2016, e também as resoluções da Comissão da Verdade em relação à violência no país. Ele declarou que é preciso terminar "para sempre" com os conflitos armados, convocando "todos as pessoas armadas para buscar um caminho que permita a convivência, não importando os conflitos que existam".

"Encontrar soluções através da busca por mais democracia para terminar a violência. Convocamos todos os armados a deixarem as armas, aceitar jurisdições pela paz, a não repetição definitiva da violência, para que a paz seja possível. Precisamos dialogar, nos entender e buscar os caminhos comuns e produzir mudanças. A paz é possível", afirmou.

Posse de Petro

Petro tomou posse neste domingo em uma cerimônia na Praça Bolívar, em Bogotá. Aos 62 anos, ele é o primeiro mandatário de esquerda a assumir o poder na história do país.

O presidente do Senado colombiano, Roy Barreras, foi o encarregado de ler o juramento a Petro, que fala em "cumprir fielmente a Constituição e as leis" do país. Na sequência, a senadora María José Pizarro, filha de Carlos Pizarro assassinado em 1990 e que foi companheiro do agora presidente na guerrilha Movimento 19 de Abril (M-19), entregou a faixa presidencial ao novo chefe de Estado.

Também na posse, a vice-presidente eleita Francia Márquez realizou juramento, que foi lido pelo agora mandatário da Colômbia.

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