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Atualizada às 16:46
Em matéria publicada na noite de terça-feira (24/05), o jornal francês Libération afirma que a legitimidade do governo interino de Michel Temer está “mais comprometida do que nunca” após a liberação de conversas do então ministro do Planejamento Romero Jucá, que deram “ares de golpe” ao processo de impeachment da presidente brasileira, Dilma Rousseff.
Agência Efe
Matéria do jornal Libération diz que legitimidade do governo interino de Michel Temer está “mais comprometida do que nunca”
Segundo o texto, “em um Brasil em recessão, a revolta popular foi instrumentalizada por políticos corruptos para depor Dilma Rousseff”.
O jornal lembra que a chefe de Estado foi afastada do cargo sob acusações de irregularidades fiscais em seu governo. Entretanto, “sabemos agora que as motivações das forças que conduziram o impeachment não tinham nada de nobre”, afirma a publicação. “Começando pelo PMDB (Partido do Movimento Democrático do Brasil), do presidente interino, Michel Temer, que rompeu com a sucessora de Lula para precipitar a sua queda”, completa.
A publicação resume o conteúdo da reportagem da Folha de S.Paulo publicada na segunda-feira (23/05) sobre o diálogo entre Romero Jucá e o ex-presidente da Transpetro, empresa subsidiária da Petrobras e alvo da Lava-Jato, Sérgio Machado. Na conversa, Jucá disse que era preciso “uma mudança de governo para parar tudo”.
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Segundo o Libération, o diálogo incorporou ao caso o PSDB, partido de oposição, de centro-direita e, “mais grave”, o Supremo Tribunal Federal, cujos membros pensavam que afastar Dilma reduziria a pressão popular sobre a Operação Lava Jato.
De acordo com o texto, “a legitimidade do governo interino está mais comprometida do que nunca”.
O jornal traz uma série de perguntas que permanecem depois das “revelações explosivas”, como por quanto tempo o procurador-geral da República manteve as gravações em mãos e por que razão as conversas, gravadas em março, não foram divulgadas antes da votação do processo de impeachment da mandatária na Câmara dos Deputados.
A publicação também critica o Partido dos Trabalhadores por pressões para que Dilma freasse a investigação – “em que a presidente sustenta não ter interferido”, diz o Libération – e por não ter feito uma reforma política nos 13 anos em que a sigla esteve na Presidência.
Além disso, a matéria afirma que esse “presente da Folha de S.Paulo para a esquerda” evidencia a deterioração da classe política como um todo. “É pouco provável que Dilma Rousseff escape ao fim da destituição. Mas as maquinações de seus detratores tornam menos improvável a realização de eleições gerais antecipadas”, encerra o texto.