O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, incluiu nesta terça-feira (31/05) o movimento do líder religioso Fethullah Gülen entre os grupos oficialmente considerados terroristas pelo país. Gülen, que está autoexilado nos Estados Unidos há mais de 10 anos, é um dos principais opositores a Erdogan.
“Nós não iremos deixar que aqueles que dividem a nação se safem”, declarou Erdogan na cidade turca de Izmir. “Eles serão responsabilizados, alguns fugiram e alguns estão na prisão e atualmente estão sendo julgados. O processo irá continuar”.
EFE
Segundo opositores, o presidente Erdogan tem reprimido personalidades e veículos de imprensa contrários a seu governo
O presidente turco disse ainda que sua equipe aprovou o uso do termo “grupo terrorista gülenista” para se referir ao Hizmet, movimento do líder opositor. Segundo o site Turkish Minute, nesta terça autoridades turcas prenderam 12 pessoas e detiveram outras 71 sob a acusação de serem integrantes ou apoiadoras do grupo de Gülen. A operação ocorreu em diversas cidades do país, incluindo a capital Ancara.
Erdogan acusa Gülen de conspirar para retirá-lo do governo da Turquia. Segundo o presidente, Gülen criou uma rede de apoiadores em setores como a Justiça, imprensa e educação com o intuito de derrubar Erdogan, o que Gülen nega. Os dois foram aliados até 2013, ano em que promotores vistos como próximos a Gülen iniciaram investigações de corrupção contra pessoas próximas a Erdogan.
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O presidente da Turquia inicia nesta terça uma viagem à África, região onde, segundo Erdogan, Gülen é influente. “Nós consideramos a rede de Gülen uma ameaça à segurança nacional e a questão de sua influência frequentemente surge em nossas discussões com líderes africanos”, disse uma fonte próxima a Erdogan ao jornal britânico The Guardian, sob condição de anonimato.
Erdogan visitará Uganda e Quênia nesta semana. “Nessas viagens, será explicado que se trata de uma organização terrorista danosa à Turquia e que a Turquia não a apoia”, disse outra fonte próxima ao presidente, se referindo ao Hizmet.
Erdogan é acusado por opositores de, nos últimos meses, promover uma investida contra a liberdade de expressão de veículos, personalidades e jornalistas críticos ao governo.