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Centrais sindicais fizeram um protesto nesta quarta-feira (08/06) contra o ministro do Trabalho do governo interino de Michel Temer, Ronaldo Nogueira, durante a conferência anual da OIT (Organização Internacional do Trabalho) em Genebra, na Suíça.
No momento em que Nogueira subiu ao plenário, sindicalistas de diversos países ergueram cartazes e vestiram camisetas com inscrições em diferentes idiomas para denunciar o golpe que afastou a presidente Dilma Rousseff da Presidência da República. O protesto foi liderado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores).
A fala do ministro foi interrompida duas vezes devido aos gritos que o chamavam de “golpista” e “fascista”. Por insistência da segurança, os manifestantes se retiraram do salão.
GENEBRA
Protesto de trabalhadorXs, representantes de diversos países na OIT @ilo, contra o governo GOLPISTA do 🇧🇷 pic.twitter.com/CMF0XRaStx— CUT Brasil (@cutnacional) 7 de junho de 2016
Ao retomar seu discurso, Nogueira disse que o Brasil tinha uma democracia “consolidada” e que “ninguém estava acima da lei”. Ele afirmou também que os direitos trabalhistas não seriam revogados com a troca do Executivo.
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, a diplomacia brasileira em Genebra solicitou reforço da segurança para a possibilidade de que haja novos protestos.
Divulgação/CUT
Discurso do ministro interino do trabalho foi recebido sob protestos em Genebra
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A manifestação contra Nogueira foi a primeira de um ministro do governo Temer no exterior durante um evento oficial e em meio a seu discurso. Em maio, o chanceler interino José Serra havia sido hostilizado ao chegar à embaixada brasileira em Buenos Aires.
Mais protestos contra golpistas marcam Conferência da OIT https://t.co/w9LGYD5nyr pic.twitter.com/GD47NV5ISx
— CUT Brasil (@cutnacional) 7 de junho de 2016
O afastamento de Dilma foi alvo de diversas manifestações na 105ª Conferência da OIT. Na segunda-feira (06/06) pela manhã, sindicalistas da Venezuela durante uma reunião acusaram Michel Temer de ter promovido um golpe de Estado.
Pela tarde, o presidente da Federação Mundial de Sindicatos, o grego George Mavikros, referiu-se aos membros do governo interino do Brasil como “fascistas”. A diplomacia brasileira pediu direito de resposta, mas foi vaiada quando começou a falar.
No mesmo dia, a CUT, com apoio da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e de entidades sindicalistas internacionais, promoveu em Genebra um ato para denunciar o golpe em curso no país na Unia, o maior sindicato do país.
Na sexta (03/06), um membro da diplomacia brasileira foi hostilizado por sindicalistas durante uma sessão após rebater a observação de um venezuelano sobre a ocorrência de um golpe no Brasil. Por ter feito um comentário fora da pauta da reunião, o diplomata brasileiro foi advertido pela presidente da sessão, Cecilia Mulindeti-Kamanga, e perdeu o direito a pronunciamento.