Em uma carta ao editor do jornal norte-americano The New York Times publicada nesta quinta-feira (16/06), o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Luiz Alberto Figueiredo, rebateu um editorial do veículo do início de junho que afirmava que a equipe do presidente interino do Brasil, Michel Temer, fazia “soar falsa” a promessa de que não haveria interferências na Operação Lava Jato.
Antonio Cruz/Agência Brasil 26.mar.2015
Segundo o embaixador Figueiredo, o processo de impeachment de Dilma Rousseff está “sob a estrita observância da ordem constitucional”
Na carta, Figueiredo diz que o New York Times baseou a crítica em uma “visão ultrapassada” sobre o Brasil, de que a Justiça do país estaria submetida a manobras políticas. O embaixador afirmou que “a Procuradoria-Geral da República, a Polícia Federal, agências do governo e o sistema judicial contam com um amplo apoio de uma sociedade que não tolera a corrupção nem a complacência diante da corrupção”.
“A democracia brasileira amadureceu firmemente durante as últimas três décadas. Uma prova disso é o fato de que agora estamos no meio de um segundo processo de impeachment de um presidente em menos de 25 anos, sempre sob a estrita observância da ordem constitucional”, disse Figueiredo.
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Em referência ao título do editorial de 6 de junho, “Brasil é medalha de ouro de corrupção”, o embaixador disse que “o Brasil deveria receber uma medalha de ouro não por corrupção, mas, ao contrário, por coragem na luta contra a corrupção”.
O embaixador afirmou ainda que Temer garantiu publicamente a continuidade das investigações da Lava Jato. Diplomata de carreira, Figueiredo também foi o ministro das Relações Exteriores do Brasil entre 2013 e 2014.