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Política e Economia

Em carta, Mujica critica e dá adeus a Almagro, secretário-geral da OEA e seu ex-chanceler

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'Lamento o rumo pelo qual se meteu e sei que é irreversível, por isso agora formalmente, te digo adeus e me despeço', diz comunicação tornada pública recentemente

Redação

2016-06-19T17:33:00.000Z

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Diante das recentes polêmicas envolvendo o atual secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos) e ex-chanceler do Uruguai, Luis Almagro, o senador e ex-mandatário uruguaio José “Pepe” Mujica resolveu divulgar a íntegra da carta de rompimento que fora enviada a seu ex-ministro em novembro do ano passado.

Agência Efe

Não há consenso dentro da OEA sobre a questão venezuelana

Na missiva, Mujica diz estar arrependido de ter dado apoio para a designação de Almagro à frente da OEA. “Lamento que os fatos reiteradamente me mostrem que eu estava errado”.

Na comunicação, o ex-mandatário também se mostrou contrariado com a política adotada por seu conterrâneo e se despediu formalmente: “Lamento o rumo pelo qual se meteu e sei que é irreversível, por isso, agora formalmente, te digo adeus e me despeço”.

A divulgação do conteúdo ocorre em meio às críticas realizadas a Almagro que, no final de maio, pediu que a OEA analise se o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, respeita a Carta Democrática da OEA, posicionamento que é considerado um alinhamento extremo aos EUA.

Leia a íntegra da carta:

“Luis:

Sabe que eu sempre te apoiei e te promovi. Sabe que claramente respaldei sua candidatura à OEA. Lamento que os fatos reiteradamente demostrem que eu estava equivocado. Não posso compreender seu silêncio sobre [a situação] Haiti, Guatemala e Assunção [Paraguai], ao mesmo tempo em que publica uma carta resposta a Venezuela.

Entendo que sem dizer, me disse ‘adeus’.

Quando te pedi que não fosse à fronteira convulsionada da Venezuela e Colômbia, não era capricho e muito menos não querer ver a realidade. A minha preocupação não é como nos veem ou entende os meios de comunicação ou os políticos. Não, a linha da preocupação é como incidir algo em favor da grande maioria dos venezuelanos. É a mesma atitude assumida no conflito entre Estados Unidos e Cuba, ou com a paz da Colômbia. O central não é como nos veem, mas sobre ser útil ou não à maioria das pessoas. Penso que em algum momento terá que servir de ponte para que a Venezuela toda possa manejar com solvência sua autodeterminação e não deveríamos nos divorciar desse rumo. Todos sabemos que a Venezuela é uma reserva petroleira para os próximos 300 anos. Ali radica sua riqueza e sua desgraça, porque os Estados Unidos são dependentes de petróleo e seus interesses pressionam e muito. Também isso fez possível a deformação sociológica de viver da renda petroleira e terminar importando até o elementar, o grosso da comida.

A revolução bolivariana não pode escapar com voluntarismo dessa realidade ainda que tenha derramado recursos e reservas em favor dos eternos postergados. Foram muitos anos em favor da igualdade social. Não se conseguiu reverter a dependência do petróleo e das importações de alimentos, e com a queda dos preços, padece hoje um acúmulo de tensões que até turvam a democracia.

A Venezuela precisa de paz interior, quer dizer, convivência em primeiro e deveríamos trabalhar para isso. Precisa não reduzir a ideia de socialismo a estatização e precisa de NEP [Nova Política Econômica] para sua economia e seus desequilíbrios monetários. Isso parece imprescindível para viabilizar distribuição, estabilidade e democracia.

A Venezuela precisa de nós como operários e não como juízes, a pressão exterior só cria paranoia e isso não colabora para com as condições internas desta sociedade.

Repito: a verdadeira solidariedade é contribuir para que os venezuelanos possam se autodeterminar, respeitando suas diferenças, mas isso implica um clima que o possibilite.

É muito difícil hoje, mas qualquer outra alternativa pode ter fins trágicos para a democracia real.

Lamento o rumo pelo qual se meteu e sei que é irreversível, por isso agora formalmente, te digo adeus e me despeço.

Pepe”.

 

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Guerra na Ucrânia

União Europeia terá plano emergencial de fornecimento de gás em julho

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Representante anunciou nesta quarta-feira (06/07) que a União Europeia terá plano emergencial para lidar com problemas no fornecimento de gás dentro de duas semanas

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-07-06T14:45:00.000Z

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Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, anunciou nesta quarta-feira (06/07) que a União Europeia terá um plano emergencial para lidar com problemas no fornecimento de gás russo dentro de duas semanas.

"É importante ter uma abordagem coordenada baseada em dois pontos: verificar onde há mais necessidade de gás e como fazer com que esse gás vá para essas áreas. Estamos preparando esse plano porque não queremos que, em caso de emergência, haja 27 diferentes intervenções em nível nacional, como aconteceu no início da covid", pontuou a líder do Executivo ao Parlamento Europeu.

Von der Leyen afirmou que é preferível que cada Estado-membro da União Europeia tenha seu próprio plano interno, "mas se reduzirmos a demanda de energia em alguns setores da economia, isso deve ocorrer sem obstáculos no mercado interno".

A presidente da comissão ainda acrescentou que "o gás e o petróleo devem ser distribuídos onde houver mais necessidade", e alertou que os países-membros devem estar "preparados" para novos cortes no fornecimento dos combustíveis fósseis russos, como vem ocorrendo nas últimas semanas por conta das sanções contra a o país, devido a guerra na Ucrânia.

"Precisamos nos preparar para novas interrupções do fornecimento de gás, até mesmo uma interrupção completa do fornecimento por parte da Rússia. Hoje, ao todo, 12 Estados-membros são diretamente afetados por reduções parciais ou totais no fornecimento de gás. É evidente que [Vladimir] Putin está usando a energia como arma. Por isso, a Comissão está elaborando o plano de emergência europeu", disse Von der Leyen.

Flickr
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, se manifestou sobre o possível corte do fornecimento de gás russo para a Europa

A presidente da comissão também apontou que todas os países europeus já estão "diversificando as fontes" de fornecimento de energia, usando outros parceiros e "se afastando da Rússia":

"Desde março, as exportações globais de GNL para a Europa aumentaram 75% em relação a 2021. Ao mesmo tempo, a importação média mensal de gás russo teve uma forte queda de 33% na comparação com o ano passado. E estamos fazendo mais progressos, mas isso tudo funcionará só se acelerarmos a nossa transição para os renováveis. As mudanças climáticas não vão esperar o fim da guerra de Putin", acrescentou a presidente da Comissão Europeia.

A representante ainda negou especulações de que, por conta do conflito e de questões de segurança, seria necessário "atrasar a transição verde" para focar na segurança do bloco:

"É exatamente o contrário. Se não fizermos nada além de limitar combustíveis fósseis, os preços vão explodir no futuro e vão reforçar Putin. A melhor saída, mais limpa e mais segura da nossa dependência são as energias renováveis", disse.

(*) Com Ansa.

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