O site Opera Mundi lança, nesta quinta-feira (14/07), uma campanha de . A ideia é que os leitores, por meio de uma contribuição voluntária, ajudem a manter o jornalismo praticado, desde 2008, com um valor que caiba no bolso: R$ 12, R$ 24, R$ 36 ou R$ 48 mensais.
Opera Mundi consolidou-se como o único veículo brasileiro a tratar essencialmente de temas internacionais, com cerca de 1 milhão de visitantes únicos por mês.
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cumpre também um papel fundamental em termos de democratizar o conhecimento sobre as Relações Internacionais, desenvolvendo diversas iniciativas para abrir novos horizontes sobre política externa e direito internacional. Exemplo disso é a seção “Duelos de Opinião”, em que dois expoentes sobre determinado assunto expõem visões opostas sobre um tema, ou o programa “Aula Pública Opera Mundi” que, desenvolvido em parceria com a TVT, uma emissora educativa, e transmitido em canal aberto para grande São Paulo, trabalha com uma linguagem dinâmica e interativa para debater assuntos de relevância internacional.
Opera Mundi, que também inclui os sites Revista Samuel e Diálogos do Sul, sempre teve como principal fonte de receitas a publicidade, privada ou estatal. Em ambos os casos, enfrentou a resistência que, tradicionalmente, os veículos independentes encontram. Tanto órgãos públicos quanto empresas privadas têm um histórico, no país, de concentrarem seus investimentos em propaganda em poucos veículos de comunicação.
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Rubens Barbosa, Leci Brandão, Celso Amorim, Laerte e João Pedro Stédile, participam de a Opera Mundi
Opera Mundi optou por lançar, de forma não excludente, uma campanha de . O objetivo é ampliar as opções de sustentação econômica do projeto, sem abandonar – pelo menos por enquanto – os recursos advindos de publicidade.
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A receita publicitária atual não cobre totalmente os custos de Opera Mundi, que incluem o trabalho de jornalistas e colaboradores, aluguel do espaço onde funciona nossa redação em São Paulo, aquisição e manutenção de equipamentos e serviços de hospedagem, assim como viagens para coberturas especiais e reportagens em países de diversas regiões do planeta.
Para o editor-chefe do site, Haroldo Ceravolo Sereza, a assinatura solidária mensal permitirá dar solidez ao projeto. “Opera Mundi tem se pautado pela defesa do interesse público e pela leitura brasileira de eventos internacionais. Acreditamos na importância de manter esse projeto e defender, junto com os leitores, a democratização da comunicação”. Para Sereza, desde a criação do site, em 2008, Opera Mundi participou da construção de uma narrativa própria do país, ajudando a romper estereótipos que as grandes agências internacionais de notícias tendem a construir sobre os países em desenvolvimento, especialmente da América Latina.
Ministro das Relações Exteriores de Lula (de 2003 a 2011) e ministro da Defesa de Dilma (de 2013 a 2015), o embaixador Celso Amorim foi uma das dezenas de personalidades que gravou um depoimento sobre o projeto de financiamento de Opera Mundi por meio da assinatura solidária. Para ele, “é muito importante ter uma cobertura internacional plural, para não ficarmos restritos às agências internacionais, porque elas são internacionais apenas no nome, mas respondem aos interesses dos países de onde são. Já Opera Mundi transmite informações com o ângulo que interessa ao Brasil, com ênfase na América Latina, na África”.
Embaixador em Washington entre 1999 e 2004 (governos Fernando Henrique Cardoso e Lula, portanto) e presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o embaixador Rubens Barbosa também destaca a importância da pluralidade para que o debate sobre relações internacionais, “refletindo o pensamento de cada um”. Nesse sentido, ele destaca a importância de apoiar financeiramente Opera Mundi, para que o site se mantenha como um “fator importante para dar espaço a visões plurais sobre a política externa”.
A sambista e deputada estadual pelo PCdoB Leci Brandão ressalta que a parcialidade dos meios de comunicação tradicionais no Brasil tem prejudicado “quem defende as políticas de igualdade. E isso não se restringe à cobertura política brasileira. Ela também acontece nos assuntos internacionais. A visão de mundo que Opera Mundi privilegia é aquela que interessa ao povo brasileiro. O site é ótima fonte de informação sobre a África e a América Latina, por exemplo, trazendo assuntos que muitas vezes não interessam aos jornais”.
Nesse sentido, a cartunista Laerte observa que a imprensa tradicional tem “medo de perder o monopólio da comunicação, coisa que já aconteceu em partes graças a veículos como Opera Mundi”. Ela ressalta, porém a “precariedade” com que isso é feito e os problemas de financiamento: “a importância de apoiar essa campanha é manter vivo um dos principais canais de política internacional e com boa ótica nos movimentos mais sérios do mundo”.
Já para o líder do MST (Movimento dos Sem-Terra) João Pedro Stédile, Opera Mundi é um dos “poucos portais na imprensa que traz informações verdadeiras sobre o que acontece no mundo”. “Assim, se transformou em uma fonte de informação importantíssima para todos os militantes sociais do nosso país. Por isso, todos os movimentos e militantes devemos nos engajar para garantir a qualidade de Opera Mundi, afirmou.