Durante a Conferência sobre desarmamento da ONU (Organização das Nações Unidas), o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que “a maneira mais eficiente para reduzir os riscos de desvio de materiais nucleares por atores não-estatais é a eliminação irreversível de todos os arsenais”.
A primeira plenária da conferência, que tem o Brasil na presidência, foi realizada nesta terça-feira (15/6) em Genebra. Durante seu discurso, o chanceler brasileiro disse que as armas nucleares diminuem a segurança de todos os Estados, inclusive daqueles que as possuem.
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Para Amorim, o ambiente atual é favorável para que este encontro seja um instrumento na área de segurança internacional.
Referindo-se ao acordo nuclear firmado com o Irã, disse que o Brasil e a Turquia foram “orientados pelo objetivo de encontrar uma fórmula que garanta o exercício do direito iraniano para o uso pacífico de energia nuclear”.
O ministro lamentou o fato de a iniciativa não ter tido a “chance de amadurecer” e afirmou esperar que esta “oportunidade”, segundo ele, a mais promissora em engajar os iranianos em diálogo, não tenha sido perdida.
Ontem, Amorim havia dito que defende a busca da paz por meio do diálogo e das negociações diplomáticas. “A paz tem custos. Todos devem se envolver nos esforços para a sua construção e manutenção. O Brasil, de sua parte, escolheu o diálogo, as soluções negociadas e a diplomacia como forma de resolver os conflitos. Paz, cooperação solidária e comércio justo serão o novo nome do desenvolvimento”, disse Amorim.
A Conferência sobre Desarmamento é um fórum multilateral da comunidade internacional criado pela Assembleia Geral da ONU em 1978. A presidência do órgão é rotativa e muda a cada quatro semanas.
Declaração de Teerã
Apesar da imposições de sanções ao Irã pelo Conselho de Segurança, o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad disse que o acordo nuclear qainda está sobre a mesa de negociações e é um “mecanismo vivo que desempenha um papel na evolução da situação internacional”.
As informações são da PressTV, a rede de televisão estatal do Irã, citada pela Agência Brasil. “A Declaração de Teerã é o começo de uma nova era. Não apenas sobre a questão nuclear do Irã, mas apresentou um novo modelo de relações globais com base em negociações e na lógica e justiça”, disse o presidente iraniano.
Ahmadinejad afirmou que os termos do acordo desagradaram às grandes potências mundiais porque se baseiam na busca da solução de impasses por meio da justiça. “[As grandes potências] estão interessados apenas nos próprios interesses”, disse ele em relação aos Estados Unidos, à França, à Inglaterra, à Rússia e à China – que têm cadeira permanente no Conselho de Segurança e votaram a favor das sanções.
Na última quarta-feira (9/6), o órgão aprovou, por 12 votos favoráveis, uma série de medidas restritivas ao Irã. Apenas o Brasil e a Turquia foram contrários às medidas. O Líbano se absteve. As sanções atingem diretamente os setores comercial e militar do Irã.
*Com agências
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