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Política e Economia

Havana silenciosa: cubanos vivem tristeza e incerteza sobre futuro após morte de Fidel

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Vivacidade das vielas da capital cubana, trazida pela música, pelas conversas e pelas risadas, foi encoberta por respeitoso silêncio à memória do revolucionário

Camilo Toscano

2016-11-27T14:41:00.000Z

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Nas primeiras 24 horas vividas por cubanas e cubanos em Havana desde o anúncio da morte do comandante Fidel Castro, as ruas do centro velho da cidade emitiam um raro som para quem já esteve na capital de Cuba: o som do silêncio.

A vivacidade das vielas, trazida pela música sempre presente, pelas conversas em tom de voz bem audível e pelas risadas altas, foi encoberta por um respeitoso silêncio à memória do maior líder revolucionário que o mundo já conheceu.

Agência Efe

Morador de Havana diante de sua casa com retratos de Fidel e Che Guevara na manhã de sábado (26/11), após morte de líder cubano

A atmosfera decorre de uma mistura de tristeza com deferência a Fidel e solidariedade ao irmão Raúl Castro, atual presidente do país, acrescentadas ao luto de nove dias decretado pelo Conselho de Estado da República de Cuba, que orientou a população a não promover atos públicos ou festivos nesse período, provocando o fechamento de muitos estabelecimentos comerciais. Além disso, uma pitada de incerteza sobre o futuro do país com as mudanças já em curso e sem o símbolo de Fidel mexeu com a alma e o sentimento nacionais.

"Certamente, a história está marcada por antes e depois de Fidel", resume Jorge Fuentes, tecnólogo em comunicação que atua como motorista de táxi em Havana, uma das poucas atividades que não se alteraram no cotidiano da cidade. "Está tudo tranquilo, as pessoas estão mais caladas em homenagem às coisas boas que a Revolução trouxe para o país. E Fidel era o condutor dessa jornada, com seus erros e acertos", complementa.

Agência Efe

Estudantes se reuniram diante da Universidade de Havana para prestar homenagem a Fidel neste sábado (26/11)

Entre as embaixadas na capital de Cuba, somente a dos Estados Unidos, reaberta em julho de 2015 em meio ao processo de reaproximação entre os dois países, não está com a bandeira hasteada a meio-mastro, o que indicaria o luto pela morte do líder cubano. Um sinal de que ainda há muitas arestas a aparar após quase 60 anos de hostilidades.

Agência Efe

Bandeira de Cuba hasteada a meio-mastro em Havana, em sinal de luto pela morte de Fidel Castro

As ruas seguem cheias de turistas, que alimentam a principal pauta econômica do país e caminham muitas vezes alheios ao momento histórico que os cercam. Mas os pontos mais visitados, como a Bodeguita Del Médio e a Floridita, funcionam com aparência de piloto automático: sem música, nem conversas animadas.

Os cubanos mais velhos, que costumam ocupar as praças públicas à noite para jogar dominó, falam entre si mais baixo do que o de costume, e o assunto é geralmente a morte do comandante e sua importância histórica. Os jovens circulam mais pela cidade, mas mesmo o Malecón – um grande calçadão de convívio à beira-mar – está despovoado para uma noite de sábado em Havana.

Agência Efe

Estudantes se reuniram diante da Universidade de Havana para prestar homenagem a Fidel neste sábado (26/11)

Não é que o espírito alegre e vibrante de cubanas e cubanos tenha se esvaziado com a partida de Fidel. Basta puxar um pouco de conversa que logo se vê que essa chama apenas reduziu um pouco a intensidade de seu lume. É como se estivessem em compasso de espera, aguardando o momento mais propício para relembrar ao mundo que Cuba deve muito a Fidel. Especialmente a força da ideia de que a construção de um país que se sustenta em um modelo singular de sociedade e valorização da vida não se encerra em um homem só.

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Notas internacionais

Notas internacionais: eleições no Equador e no Peru - 12 de abril de 2021

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Equador e Peru foram às urnas eleger seus novos presidentes, com resultados que surpreenderam

Ana Prestes

Brasília (Brasil)
2021-04-12T22:11:48.000Z

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EQUADOR: No Equador, o candidato da direita, Guilherme Lasso, do movimento Criando Oportunidades (CREO), em aliança com o Partido Social Cristão (PSC), venceu o segundo turno das eleições presidenciais com 52,5% dos votos contra 47,50 de Arauz. Havia muita expectativa em torno da candidatura do economista Andrés Arauz, que pontuava na dianteira nas pesquisas durante quase todo o período de campanha do segundo turno que durou dois meses. Nos dias que antecederam o domingo eleitoral (11) as pesquisas já apontavam perda de fôlego de Arauz e subida de Lasso. De todo modo, as pesquisas de boca de urna davam vitória apertada para Arauz. A Cedatos chegou a dar 53,2% a 46,7%. 

Lasso é um homem de 65 anos, historicamente vinculado ao setor financeiro, em especial ao Banco de Guayaquil, tendo sido ministro da economia do governo de Jamil Mahuad (1998-2000). Esta é a terceira vez que ele concorre à presidência do Equador (2013, 2017, 2021). Nas eleições anteriores ele ficou em segundo lugar. Um dos fatores que impactou muito no resultado eleitoral foi o fracionamento do movimento indígena. A Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE) decidiu em seu conselho ampliado, no dia 10 de março, pelo voto nulo. No entanto, uma parte das nacionalidades amazônicas divergiram e foram acompanhadas do presidente da Conaie, Jaime Vargas, na declaração de apoio a Arauz. Vargas chegou a dizer em um encontro no dia 3 de abril, em Sucumbíos, que “suas propostas (de Arauz) têm o respaldo absoluto do movimento indígena”. No dia 4 de abril veio a reação do conselho dirigente da Conaie ao dizer que ia “impulsionar o voto nulo” e que “não cai em jogo eleitoral”. A apuração está apontando para um milhão e seiscentos mil votos nulos. O universo de votantes é de 13 milhões. (Com infos de resumenlatinoamericano.org)

PERU: O domingo também foi de eleições no Peru. Uma eleição que era extremamente imprevisível, com 18 candidatos concorrendo, teve um resultado de primeiro turno surpreendente. O candidato Pedro Castillo, professor e sindicalista, do Partido Político Nacional Peru Livre, obteve a maior votação, com 16%. Seguido de três candidatos com pouco mais de 10%: Hernando de Soto (Avança País), Keiko Fujimori (Força Popular), Jonhy Lescano (Ação Popular) e Rafael López Aliaga (Renovação Popular). Veronika Mendoza (Juntos por Peru) pontua com 8,8%. Aquele que apontou por um tempo como primeiro colocado nas pesquisas, o jogador de futebol George Forsyth (Vitória Nacional) está com 6,4%. Esses ainda são dados preliminares da Ipsos Perú para a América Televisión. 

Pedro Castillo tem 51 anos e ganhou notoriedade no país ao encabeçar uma prolongada greve nacional do magistério em 2017 e ao longo da campanha nunca pontuou entre os prováveis mais votados nas pesquisas. Uma de suas propostas é trocar a atual Constituição do país convocando uma Assembleia Constituinte. Ele se posicionou nas eleições contra o recorte de gênero no currículo escolar e disse que em um eventual governo seu não se legalizaria o aborto, o casamento homoafetivo e a eutanásia. Pautas polêmicas no país. Propõe ainda 10% do PIB para saúde e educação. As últimas pesquisas apontavam para uma liderança de Lescano. O segundo turno será em 6 de junho e o novo presidente assume em 28 de julho. Os peruanos também votaram ontem (11) para renovar o Congresso, que é unicameral e possui 130 cadeiras. A tendência é de que a votação para o parlamento tenha sido fragmentada e atomizada tal como a presidencial. O Peru vive uma crise institucional prolongada, sendo que dos dez presidentes que o país teve desde os anos 80, sete foram presos nos últimos anos envolvidos em escândalos de corrupção.

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