O celebrado dramaturgo norte-americano Arthur Miller nega-se, em seu depoimento diante do Comitê de Atividades Antiamericanas, presidido por Joseph McCarthy a denunciar colegas escritores e outros artistas acusados pelo senador de comunistas ou simpatizantes do comunismo.
O desafio ao macartismo custou a Miller uma condenação a prisão por desacato ao Congresso, mais tarde revogada pela Suprema Corte. Seu passaporte já havia sido negado quando tentou viajar a Bruxelas para assitir à estréia de sua peça “As Feiticeiras de Salem” (The Cricible no original), que trata dos julgamentos de bruxas da cidade de Salem, nordeste dos Estados Unidos, no século 18.
Em 21 de Junho de 1956, compareceu perante a House Un-American Activities Committee (“Comitê Parlamentar das Atividades Antiamericanas”), depois de ter sido denunciado pelo conhecido cineasta Elia Kazan como tendo participado de reuniões do Partido Comunista. No final desse mesmo mês, em 29 de junho, casa-se com Marilyn Monroe que tinha conhecido oito anos antes, apresentado, exatamente, por Kazan.
Em 31 de maio de 1957, Miller é considerado culpado de desacato ao Congresso por recusar-se a revelar os nomes dos membros de um círculo literário suspeito de pertencer ao Partido Comunista. A sua condenação foi anulada pelo Tribunal Federal de Apelação (U.S. Court of Appeals) em 8 de agosto de 1958. No mesmo ano publica as suas peças na coletânea Collected Plays.
Wikipedia
Miller nasceu em 1915 em Nova Yorkno seio de uma rica família judio-alemã proprietária de uma próspera fábrica de confecções. No entanto, essa empresa foi à bancarrota após o crash de 1929. A família que vivia numa cobertura em Manhattan com vistas para o Central Park teve de se mudar para o bairro de Brooklyn. Miller concluiu seus estudos no ensino médio aos 16 e decidiu tornar-se escritor depois de ter lido Os Irmãos Karamazov de Dostoiewsky.
Leia mais:
Hoje na História: Nasce o dramaturgo William Shakespeare
Hoje na História – 1954: McCarthy acusa CIA de ter comunistas infiltrados
Há 50 anos, a música perdia Billie Holiday, o anjo do Harlem
Miller trabalhou durante dois anos numa loja de auto-peças antes de ingressar na Universidade de Michigan, onde estudou jornalismo e dramaturgia. Suas peças de estudante, que versavam principalmente sobre a vida de famílias judaicas, ganharam prêmios. Seu primeiro sucesso literário foi um romance intitulado Focus (1945), cujo tema é o antissemitismo. Sua primeira peça representada na Broadway, “All My Sons” (Todos os Meus Filhos), foi produzida em 1947. Em 1949, estourou seu grande sucesso, uma verdadeira obra-prima teatral, A Morte de um Caixeiro-Viajante (Death of a Salesman) que ganhou o Prêmio Pulitzer e três Prêmios Tony bem como o prêmio do Círculo de Críticos Teatrais de Nova York. Foi a primeira peça a conseguir os três simultaneamente.
O casamento de Miller com Marilyn Monroe durou cinco anos, de 1956 a 1961. Nesse mesmo ano, ela estrelou o filme “Os desajustados (The Misfits) cujo roteiro foi escrito pelo dramaturgo especialmente para sua mulher.
Em 1962, casou-se com sua Terceira mulher, a fotógrafa Ingeborg Morath, continuando a escrever suas peças.
Arthur Miller morreu em 10 de fevereiro de 2005, aos 89 anos, de complicações cardíacas.
Siga o Opera Mundi no Twitter
NULL
NULL
NULL