A Geórgia, antiga república soviética no Cáucaso, desmontou uma estátua de Stalin em Góri, cidade natal do dirigente soviético (1924-1953), anunciou o governo na sexta-feira (25/6). A remoção teria sido feita na calada da noite, para evitar protestos.
O monumento ficava desde 1952 no centro de Góri, onde Stalin – pseudônimo de Iôssif Vissarionóvitch Djugashvíli – nasceu e foi criado. Na cidade, ainda há um número expressivo de stalinistas, orgulhosos de seu filho mais ilustre.
De acordo com o portal russo Gazeta, a operação de desmontagem durou cerca de três horas e, durante esse tempo, a área foi isolada pela polícia. Os moradores da cidade não foram avisados e, pela manhã, foram surpreendidos pelo vazio deixado sobre o pedestal de nove metros de altura.
EFE
Segundo a agência de notícias russa RIA-Novosti, a remoção da estátua “chocou a comunidade local e provocou a ira de alguns políticos”. De acordo com a mesma agência, em 1961, quando monumentos ao sucessor de Lenin foram retirados em toda a URSS, o de Góri foi mantido por decisão do próprio secretário-geral Nikita Khruschov, “que levou em conta as exigências da população local”.
Levantamento
Já o jornal russo Kommersant publicou que a decisão de retirar a estátua de Stalin tinha sido tomada pelo governo em Tblisi há quase dois anos, mas que “as autoridades não tinham pressa para implementá-la”. Mas depois, alegaram, esperaram o tempo “adequado” de executar a remoção.
“Fizemos um levantamento e constatamos que a maioria dos moradores de Góri – para não falar em todas as pessoas da Geórgia – tem uma atitude negativa em relação a este monumento”, disse o governador da região de Shida Kartli, Vladímir Vardzelashvili, ao Kommersant.
EFE
De acordo com relatos não confirmados citados pelo Gazeta, a polícia tentou impedir os jornalistas de filmar e fotografar o processo de remoção da imprensa. Dois jornalistas teriam sido espancados pelos agentes georgianos.
O atual governo da Geórgia, desde o golpe de Estado de 2003 (a chamada “revolução rosa”), segue uma linha política liberal e hostil contra a Rússia. Os dois países chegaram a travar uma rápida guerra pela soberania da Ossétia do Sul em agosto de 2008. As autoridades georgianas disseram que, no vazio deixado, pretendem instalar um monumento às vítimas desse confronto.
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