Organizações de direitos humanos do Uruguai relembram hoje com uma “jornada de reflexão” o aniversário do golpe de Estado de 1973, que deu origem à ditadura militar no país, que se estendeu até 1985.
Há 37 anos, o então presidente Juan María Bordaberry iniciou o regime ditatorial ao determinar a dissolução das Câmaras do Parlamento, abrindo as portas à ruptura da ordem constitucional do país.
Foi “um período de 12 anos de chumbo durante os quais a repressão se foi fazendo cada vez mais cruel ao amparo do terrorismo de estado”, relatou em sua edição deste domingo o jornal La República.
“Os militares e seus aliados civis não só instalaram o terror na sociedade, mas também, além disso, se ocuparam ordenadamente em aplicar receitas econômicas neoliberais que terminaram definitivamente com o Estado de bem-estar”, continuou a publicação.
Para lembrar o golpe, organizações reunidas no coletivo “Todos e todas contra a impunidade” desenvolveram varias atividades que culminaram na sexta-feira com uma marcha em Montevidéu pela anulação da Lei de Caducidade, que em 1986 anistiou militares e policiais que violaram os direitos humanos durante a ditadura.
A iniciativa incluiu projeções de documentários como “Destino Final”, sobre os assassinatos dos ex-parlamentares Zelmar Michelini e Héctor Gutiérrez Ruiz, em 1976.
Também foi apresentada a reedição do livro Memorias del Calabozo, dos ex-guerrilheiros tupamaros Mauricio Rosencof e o senador Eleuterio Fernández Huidobro, sobre a reclusão nas cadeias da ditadura, que também prendeu o atual presidente uruguaio, José Mujica.
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