Hoje na História - 1948: Iugoslávia é expulsa do Cominform
Hoje na História - 1948: Iugoslávia é expulsa do Cominform
Em 28 de junho de 1948, sob pressão da União Soviética, a Iugoslávia é expulsa do Cominform (Birô Comunista de Informação), órgão que reunia todos os partidos comunistas europeus, usando como pretexto a posição adotada por Belgrado em relação à guerra civil na Grécia. A expulsão expôs de maneira concreta a permanente disputa que vinha acontecendo entre a União Soviética de Stalin e a Iugoslávia de Tito.
A União Soviética havia instituído o Cominform em 1947 a fim de servir como um órgão coordenador dos partidos comunistas da URSS, Bulgária, Hungria, Polônia, Itália, França, Tchecoslováquia, Romênia e Iugoslávia. A maioria dos analistas e observadores ocidentais acreditava que o Cominform era o sucessor do Comintern, que havia sido dissolvido em 1943 num esforço de apaziguar os aliados dos tempos da guerra – Estados Unidos e Reino Unido. Com o acirramento das animosidades da Guerra Fria após a Segunda Guerra Mundial, porém, o estabelecimento do Cominform mostrou que a União Soviética queria uma vez mais posicionar-se como a líder inconteste do bloco das nações socialistas. Além do mais, a inclusão dos partidos comunistas da Itália e da França significava que a União Soviética estava disposta a desempenhar um papel político expressivo fora de suas fronteiras e além do bloco socialista dos países do Leste Europeu.
A Iugoslávia era membro original da organização, mas o seu grande líder, Josip Broz Tito, mostrou-se sempre relutante em seguir a linha indicada por Iôssif Stalin. Ao longo dos anos 1947 e 1948, Tito criticou asperamente a falta de assistência de Stalin à luta que os comunistas gregos desenvolviam para chegar ao poder em seu país. Quando Tito recusou-se publicamente a baixar o tom de suas queixas, Stalin ordenou que a Iugoslávia fosse expulsa do Cominform.
Após a expulsão, a Iugoslávia permaneceu como um regime socialista, porém distintamente independente, seguindo sua própria trajetória tanto na política interna quanto nos negócios exteriores. Os EUA deliciavam-se com o conflito URSS-Iugoslávia, passando a cortejar Tito ativamente, oferecendo ajuda econômica e militar no final dos anos 1940 e nos anos 1950. Como Stalin já havia sentido em sua própria pele, Tito recusava-se a ser fantoche de qualquer governo, tornando-se um dos líderes do Movimento dos Países Não-Alinhados formado à ocasião, ao lado de Sukarno da Indonésia, Jawaharlal Nehru da Índia e Gamal Abdel Nasser do Egito.
O Cominform, depois de 1948, aos poucos foi perdendo importância à medida que os partidos comunistas, como o da Itália, manifestaram seu desejo de se desvencilhar do controle soviético.
A própria União Soviética dissolveria oficialmente o Cominform em 1956, após a morte de Stalin.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Arauz: ‘Este é um revés eleitoral, mas, de maneira alguma, uma derrota política ou moral’
Candidato progressista pediu união e disse que os quase 4 milhões de votos que recebeu são um “mandato” para defender políticas que promovam justiça social
O candidato progressista à Presidência do Equador, Andrés Arauz, reconheceu na noite deste domingo (11/04) a derrota no segundo turno das eleições no país para o direitista Guillermo Lasso. Para ele, no entanto, o resultado – uma diferença de cinco pontos percentuais – não é uma “derrota política ou moral”.
“Este é um revés eleitoral, mas de maneira alguma, é uma derrota política ou moral. Porque nosso projeto é de vida, é uma luta pela construção de um futuro mais justo e solidário para todos os equatorianos”, disse. “Hoje, não é um final, é o começo de uma nova etapa de reconstrução do poder popular.”
Ele pediu união dos equatorianos. “A partir de hoje, temos que voltar a ser só um Equador. Que viva o Equador. Nas campanhas, discutimos e propusemos com convicção, e buscamos nos diferenciar. Claro que lutamos por valores distintos, mas, hoje, chegou o momento de avançar. Temos que ter pontes e construir consensos”, afirmou.
Arauz disse que os quase 4 milhões de votos que recebeu são um “mandato”. “São um mandato, um compromisso de defender políticas que acompanham e promovam justiça social, a dignidade e a saúde pública e, em definitivo, o futuro dos equatorianos”, disse.

Reprodução
Arauz agracedeu o apoio dos equatorianos e pediu união ao país
O candidato, que era apoiado pelo ex-presidente Rafael Correa, lembrou que sua coalizão política, a União pela Esperança (Unes), é a mais forte do país. “Estaremos atentos ante qualquer tentativa de usar o estado para benefício de poucos privilegiados. Estaremos, como sempre fizemos, defendendo as grandes maiorias, o povo digno, o povo equatoriano.”
Arauz disse que ligaria para o presidente eleito, a fim de cumprimentá-lo pelo sucesso eleitoral, e falou que é um “ator responsável e democrático” no Equador.
“Após estas declarações, realizarei uma chamada telefônica ao senhor Guillermo Lasso, o felicitarei pelo triunfo eleitoral obtido no dia de hoje e o mostrarei nossas convicções democráticas, de poder seguir aportando ao desenvolvimento do país quando se trata de beneficiar a maioria do nosso povo e de nos opor, construtiva e responsavelmente, quando se busque simplesmente atender a privilégios. Nós somos um ator responsável e democrático no Equador”, afirmou.