A Missão da ONU na Colômbia começou nesta sexta-feira (06/10) a verificar o cessar-fogo bilateral firmado entre o governo do país e o Exército de Libertação Nacional (ELN) em 13 das 33 regiões estabelecidas em acordo.
“A partir de hoje estamos começando o trabalho de verificação em 13 áreas onde a missão já está atuando”, disse o chefe da delegação da ONU na Colômbia, Jean Arnault, em entrevista coletiva.
O diplomata explicou que já foram designadas as 33 equipes de verificação que estarão em todas as áreas de cessar-fogo nos próximos dias.
Agência Efe
Conselho de Segurança da ONU havia aprovado a ida de 70 observadores internacionais para acompanhar processo
O Conselho de Segurança da ONU aprovou na quinta-feira (05/10) a resolução 2381, que modifica o mandato da operação das Nações Unidas que já está na Colômbia para que trabalhe na verificação do cessar-fogo.
A ONU fará parte do Mecanismo de Monitoramento e Verificação (MV&V) junto a representantes da polícia, do ELN e da Igreja Católica. A trégua começou no domingo e vai durar até 9 de janeiro.
Arnault aproveitou a oportunidade para pedir às partes que cumpram o acordo firmado, já que o processo, considerado por ele como “incipiente”, gerou expectativas nas regiões afetadas.
“Nos parece muito importante que essas expectativas de redução da violência, de melhoria na situação humanitária, não sejam frustradas. Nossa missão fará tudo o possível para esse seja o caso”, indicou o diplomata.
No entanto, Arnault disse que o trabalho dos representantes da ONU será muito mais complicado do que o que envolveu as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), agora transformadas em partido político, porque os guerrilheiros não estarão concentrados em áreas limitadas.
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“A razão pela qual o Conselho de Segurança tomou o risco de autorizar essa verificação é porque pensamos que, por mais incipiente que seja o processo, a consolidação da paz na Colômbia vale que assumamos algum risco em termos do caráter muito 'sui generis' do tipo de verificação que nos estão propondo. Daí a importância da confiança”, indicou Arnault.
O chefe da Missão da ONU na Colômbia explicou que por isso é tão importante que o ELN explique aos guerrilheiros sobre o acordo de cessar-fogo.
“O incomum neste cessar-fogo é que não há separação de forças, as partes mantêm sua mobilidade, é a razão pela qual boa parte do mandato que temos hoje é de ajudar. Não vamos ser os únicos envolvidos na coordenação dos movimentos de uns e outros”, explicou.
A chave dessa coordenação, segundo Arnault, é evitar que unidades do Exército e membros do ELN se encontrem no mesmo momento e no mesmo lugar. Para isso, o diplomata também ressaltou o apoio da Igreja Católica no trabalho de verificação e coordenação.