A Organização dos Estados Americanos (OEA) publicou nesta segunda-feira (04/12) um extenso informe sobre o processo eleitoral de Honduras, ocorrido no final de novembro (26/11). Segundo o relatório, algumas maletas estavam abertas e faltavam atas, o que não dá “certeza” sobre os resultados.
“A estreita margem dos resultados, assim como as irregularidades, erros e problemas sistêmicos que rodearam esta eleição não permitem que a missão tenha certeza sobre os resultados”, afirmou Jorge Quiroga, representante da missão da OEA em Honduras.
O documento destaca que “se constatou que foi alterada a ordem de despacho e desembarque”. Além disso, “algumas maletas chegaram abertas e incompletas, em algumas ocasiões faltando a ata, as folhas de incidente e/ou os cadernos de votação, e que algumas não continham nenhum dos mecanismos de segurança”.
O órgão informou também que, como alternativa às maletas violadas ou sem mecanismos de segurança, solicitou ao TSE as atas escaneadas e o plano de desembarque dos caminhões.
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OEA
Observadores da OEA disseram que processo em Honduras foi carregado de “irregularidades”
O documento critica também a falta de transparência do TSE, os problemas de logística e “os altos níveis de improvisação para resolver as situações”. Segundo os observadores, este improviso gerou demora para que as atas fossem escaneadas. Lembrou também do período de 10 horas onde o sistema caiu na quarta feira do dia 29, “gerando mais incertezas” sobre o processo.
“O TSE informou que esta situação se deveu a um problema técnico em um dos servidores, que alcançou sua capacidade máxima e teve que ser substituído por um novo. A missão não pode constatar a origem do problema, mas observou que o funcionamento voltou aproximadamente às 00:00 do dia seguinte”.
União Europeia
A deputada portuguesa do Bloco de Esqueda Marisa Matias, líder da missão da União Europeia em Honduras, afirmou ver necessidade de uma recontagem dos votos e apontou irregularidades no processo eleitoral. “Para garantir a transparência deste processo e garantir que o voto dos hondurenhos foi respeitado, o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) deve ter flexibilidade”.
Para ela, “a forma como se anunciou a vitória dos dois candidatos, completamente em contradição com a lei eleitoral –porque quem tem que anunciar o vencedor das eleições é o TSE -, mas também a incongruência que existe entre o tratamento que foi dado aos resultados por esse tribunal em 2013 e este ano tem gerado muita tensão entre a população, muita incerteza e movimentações nas ruas, como seria de se esperar”, destacou Marisa.