Os talibãs reivindicaram neste domingo (21/01) a autoria do ataque que na noite de sábado deixou ao menos 18 mortos, entre eles um estrangeiro e quatro agressores, no luxuoso Hotel Intercontinental de Cabul, capital do Afeganistão.
“Dezenas de estrangeiros e mercenários do inimigo morreram no ataque suicida em Cabul no Hotel Intercontinental contra uma reunião do inimigo”, indicou o porta-voz talibã Zabihullah Mujahid em sua conta do Twitter.
Em um comunicado, o porta-voz precisou que no momento do ataque o estabelecimento estava “cheio” de americanos e cidadãos de outros países “invasores”. Os agressores, que cifrou em cinco, identificaram “cuidadosamente” suas vítimas e mataram os cidadãos dos países “invasores” e os membros do governo afegão, segundo o texto.
“Os membros da reunião que acontecia com a participação de oficiais das administrações de Cabul e americana foram também atacados”, detalhou, em referência a uma conferência sobre tecnologias da informação que acontecia no hotel, organizada pelo governo afegão.
picture-alliance/AP/R. Gul
Ao menos 18 pessoas morreram em atentado contra o Hotel Intercontinental, na capital afegã
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A ação começou por volta das 21 horas (local) deste sábado (14h30 em Brasília) no Hotel Intercontinental, situado no alto de uma colina no oeste da capital afegã, e desencadeou enfrentamentos que se prolongaram por cerca de 12 horas.
O hotel, que já foi alvo de um ataque similar em 2011, quando morreram 21 pessoas, é frequentado por estrangeiros e afegãos ricos e frequentemente acolhe festas privadas e eventos oficiais como coletivas de imprensa, seminários e conferências.
Cabul foi alvo em 2017 de graves ataques insurgentes. No final de maio, ocorreu na cidade o pior atentado do Afeganistão desde a queda do regime talibã com a invasão americana em 2001, quando um caminhão cheio de explosivos deixou 150 mortos e mais de 300 feridos.
Desde o final da missão de combate da Otan em janeiro de 2015, o governo de Cabul foi perdendo terreno perante os insurgentes até controlar apenas 57% do país, segundo o Inspetor Especial Geral para a Reconstrução do Afeganistão (Sigar) do Congresso dos EUA.