O Congresso do Peru aprovou nesta sexta-feira (23/03), com 105 votos a favor e 11 contra, a renúncia do presidente Pedro Pablo Kuczynski. A legislação do país exige uma votação formal para aceitar ou rejeitar um eventual pedido de saída do cargo. Em seguida, os parlamentares empossaram o novo mandatário, o até então primeiro-vice-presidente Martín Vizcarra.
“Estamos cumprindo com a responsabilidade que temos com todo o país. Fé e otimismo, o Peru sempre pode seguir adiante”, disse Vizcarra. Antes de chegar ao Congresso, o novo presidente foi condecorado pela chanceler do país, Cayetana Aljovín.
Vizcarra chegou ao Peru nesta quinta-feira (22/03) vindo do Canadá, onde ocupava o cargo de embaixador.
O novo mandatário, que já foi Ministro de Transportes e Comunicações, irá governar o Peru até 2021, quando o candidato eleito pelas eleições presidenciais de 2020 deve assumir o posto.
Wikicommons
'Estamos cumprindo com a responsabilidade que temos com todo o país. Fé e otimismo, o Peru sempre pode seguir adiante', disse novo mandatário
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Renúncia
Kuczynski anunciou na quinta-feira (22/03) sua renúncia ao cargo após forte pressão política do próprio partido e de ministros – e um dia antes da votação de um novo processo de impeachment no Congresso.
PPK é acusado de ter recebido mais de 782 mil dólares da Oderbrecht por serviços de consultoria realizados entre 2004 e 2007. Os depósitos aparecem em um documento da construtora brasileira que foi enviado à comissão parlamentar que investiga os desdobramentos da Operação Lava Jato no Peru. Por conta da acusação, uma primeira votação de impeachment ocorreu em dezembro do ano passado, onde PPK foi inocentado. No entanto, após novas evidências, uma nova votação estava marcada o mesmo dia em que o presidente decidiu sair do cargo.
A pressão para a renúncia de PPK aumentou substancialmente após a divulgação de quatro vídeos em que, em diferentes momentos, cinco congressistas – entre eles, Kenji Fujimori – ofereceriam propina decorrente de obras na região de outro deputado, Moisés Mainami, em troca do voto para livrar o então mandatário da cassação.