O teatro Scala de Milão, um dos mais tradicionais do mundo, lamentou a lei sobre as fundações líricas recém aprovada na Itália, que prevê mudanças na gestão e financiamento dos teatros no país. O Scala ameaçou fechar as portas caso o governo italiano não aprove um regulamento específico.
O superintendente do teatro, Stéphane Lissner, pretende negociar um regulamento específico para o Scala, para livrá-lo da lei que pretende “ajudar os teatros em crise”, mas que “pode levar à crise um teatro que estava financeiramente sadio”, explicou instituição à agência de notícias espanhola Efe nesta quarta-feira (7/7).
A lei prevê mudanças na atribuição dos subsídios estatais e na organização e funcionamento das fundações líricas, segundo princípios de eficiência. Para as fundações que, como o Scala, estiverem em boas condições econômicas – três anos consecutivos de balanço positivo, 40% de recursos próprios, uma alta produtividade e renome internacional-, o texto prevê “uma forma organizativa especial”.
“Se não houver autonomia para o Scala, o teatro fechará”, disse Lissner.
A direção do teatro deve se reunir com o ministro da Cultura italiano na semana que vem para acelerar a aprovação desta regulamentação especial a fim de conseguir uma gestão autônoma, que não está formalizada na lei.
Os representantes do setor consideram que o texto faz parte da “perseguição” do governo de Silvio Berlusconi à cultura italiana. Desde a aprovação como decreto, no dia 16 de abril, aconteceram protestos, paralisações e a suspensão de apresentações como a de uma ópera no Scala protagonizada pelo tenor Plácido Domingo.
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