Depois da divulgação de notícias sobre ataques a
manifestantes que protestavam contra os resultados eleitorais no Zimbábue, a
ONU pediu aos líderes do país que rejeitem qualquer forma de violência.
“Estamos preocupados com relatos de que houve incidentes de
violência em algumas partes do Zimbábue”, disse o vice-porta-voz da ONU, Farhan
Haq, a jornalistas em Nova Iorque nesta quarta-feira (01/07)
De acordo com a imprensa internacional, pelo menos três
manifestantes foram mortos na capital Harare depois que as tropas foram
enviadas para reprimir protestos contra os resultados das eleições
presidenciais.
A violência irrompeu dias após o primeiro pleito geral do
Zimbábue desde que o ex-presidente Robert Mugabe foi pressionado a renunciar no
ano passado depois de mais de três décadas no cargo.
Haq lembrou as autoridades e partidos políticos do país
sobre os compromissos que assumiram por meio do Juramento da Paz, assinado em
26 de junho, e do Código de Conduta acordado para um processo eleitoral
pacífico.
“Apelamos aos líderes políticos e à população como um todo
para que exerçam contenção e rejeitem qualquer forma de violência enquanto
aguardam a resolução das disputas e o anúncio dos resultados das eleições”,
continuou ele.
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Homem registra-se para votar pela primeira vez utilizando tecnologia biométrica em Harare, no Zimbábue (PNUD/Sirak Gebrehiwot)
Em junho, o secretário-geral da ONU, António Guterres,
condenou uma explosão ocorrida em um comício eleitoral no Zimbábue, pouco
depois de o presidente Emmerson Mnangagwa — que está concorrendo a um novo
mandato — deixar o palco.
Em julho, em meio a relatos crescentes de intimidação e
coação de eleitores ligados ao partido governista ZANU-PF, o Escritório do Alto
Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH) ressaltou a necessidade
de uma eleição pacífica e confiável.
De acordo com a imprensa internacional, os resultados
oficiais até agora mostram que, enquanto o ZANU-PF venceu a maioria das vagas
nas eleições parlamentares, o movimento de oposição alega que houve manipulação
de votos, e a impaciência têm aumentado com a demora na divulgação dos
resultados completos.
Haq concluiu dizendo que a ONU estava
monitorando a situação, e pediu que todo o povo do Zimbábue respeite a lei
eleitoral, o compromisso de paz e o código de conduta, e “desista de quaisquer
declarações inflamadas e se abstenha da violência”.