O Palácio do Eliseu acabou com o mistério sobre o novo ministro da Transição Ecológica nesta terça-feira (04/09). É François de Rugy, ex-membro do partido Europa Ecologia Os Verdes (EELV), atualmente da legenda governista A República em Marcha (LREM) quem vai substituir Nicolas Hulot, que renunciou ao cargo na semana passada.
Um comunicado divulgado nesta terça-feira terminou com as especulações em torno do novo ministro da Transição Ecológica. Depois de sofrer um duro golpe com a renúncia de Hulot – até então o ministro mais popular de seu governo – o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou um fiel escudeiro para ocupar a pasta. Atual presidente da Assembleia Nacional Francesa, François de Rugy, deixou o EELV em 2015 especialmente para apoiar a candidatura do atual chefe de Estado.
Apesar de ter mudado de partido, François de Rugy, de 44 anos, continuou se classificando como um defensor do meio ambiente. Fontes do Eliseu revelaram que o presidente da Assembleia Nacional sonhava em ocupar o Ministério da Transição Ecológica desde o início da nova administração. Mas segundo a imprensa francesa, a nomeação tinha o principal objetivo de privilegiar um dos maiores partidários de Macron.
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“Ecologista legítimo”
O anúncio suscitou reações na classe política francesa. Para a ex-ministra do Meio Ambiente, Corinne Lepage, François de Rugy é “um ecologista legítimo, macronista de peso e que tem uma grande vantagem: contar com o apoio da Assembleia Nacional, o que Nicolas Hulot não conseguiu fazer”.
O presidente do partido de extrema-esquerda França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, destacou a falta de engajamento de Rugy no debate pela proibição do glifosato na França e ironizou, dizendo que ele será o ministro das “aparências ecológicas”, como Édouard Philippe “aparenta ser o primeiro-ministro”.
Já o porta-voz do EELV, Julien Bayou, desejou “boa sorte ao novo ministro”, destacando que “sem mudanças no sistema, essa brincadeira de dança das cadeiras não mudará nada, infelizmente”.
Volta por cima de Macron
Uma pesquisa de opinião publicada nesta terça-feira pelo Instituto Francês de Opinião Pública (Ifop) mostra que a tarefa não será fácil: a popularidade de Macron registrou uma queda de dez pontos e atualmente apenas 31% dos franceses aprovam seu governo.
Para piorar, o segundo semestre de 2018 não começou bem para o chefe de Estado. Depois da renúncia de Hulot, na semana passada, a ministra dos Esportes, Laura Flessel, também pediu demissão nesta terça-feira “por motivos pessoais”.