Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Podcasts
Política e Economia

Hoje na História: 1925 - Professor é condenado por ensinar a teoria da evolução nos EUA

Encaminhar Enviar por e-mail

Hoje na História: 1925 - Professor é condenado por ensinar a teoria da evolução nos EUA

Max Altman

2010-07-21T09:51:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Em 21 de julho de 1925, o professor John T. Scopes é condenado por violação da lei que proibia o ensino da teoria da evolução nas escolas públicas do Tennessee, nos Estados Unidos. O caso, na verdade, jamais suscitou qualquer dúvida quanto ao resultado. Os jurados apenas trocaram ideias por alguns poucos momentos na sala reservada antes de retornarem ao salão do tribunal já com o veredicto de culpa. Ainda assim, os defensores da teoria darwinista da evolução conseguiram ganhar a batalha da opinião pública - que era o que estava em jogo, no fundo.
 
A despeito da percepção popular do caso, estimulada em parte pela peça teatral de Jerome Lawrence e Robert Edwin Lee, encenada com sucesso na Broadway e pelo premiado filme Inherit the Wind (O Vento Será Tua Herança – 1960), dirigido por Stanley Kramer e estrelado por um elenco excepcional com Spencer Tracy, Frederic March e Gene Kelly nos papeis principais, o “Caso Scopes” ou o “The Monkey Trial” (O Julgamento do Macaco) simplesmente não passou de um show judicial. Em 4 de maio de 1925, a American Civil Liberties Union (União Americana pelas Liberdades Civis) publicou um anúncio em jornal oferecendo ajuda a qualquer professor do Tennessee disposto a desafiar a lei que pôs na ilegalidade o ensino da Teoria da Evolução de Charles Darwin. George Rappleyea, um nova-iorquino que viajara a Dayton, Tennessee, leu o anúncio e persuadiu os habitantes da localidade que Dayton poderia ser o foro do julgamento o que despertaria interesse pela cidade.
 
Os líderes dos menos de 2 mil habitantes de Dayton rapidamente abraçaram a ideia de Rappleyea. O superintendente escolar concordava com a lei, porém desejava atrair notoriedade para a cidade. Até mesmo os procuradores de Dayton assentiram com o trato. A última peça do quebra-cabeças era encontrar um defensor da causa da evolução. John T. Scopes, 24 anos, professor de ciências do colégio da cidade e treinador de futebol Americano, concordou em desempenhar o papel embora não estivesse em seus planos permanecer na cidade por muito tempo. Ninguém estava na verdade preocupado se ele realmente ensinara evolução aos seus alunos. O fato de que ele estava usando os livros escolares de ciência aprovados oficialmente, que incluíam um capítulo sobre a teoria darwiniana era considerado suficiente. Um mandado de prisão de Scopes foi expedido e se noticiou que o processo começaria no verão.
 
Embora o restante de Tennessee se manifestasse descontente com o plano de Dayton, 500 lugares foram acrescentados à sala do tribunal da cidade para receber a imprensa e demais espectadores além de alto-falantes que foram dispostos no gramado fronteiro e em 4 auditórios das proximidades. Isto se provou necessário quando figuras de destaque do panorama nacional no debate do evolucionismo versus criacionismo tomaram para si o caso que não ficou restrito aos advogados locais. William Jennings Bryan, um ex-congressista quem por duas vezes havia concorrido à presidência antes de servir como Secretário de Estado de Woodrow Wilson, assumiu a acusação. Bryan havia pessoalmente iniciado a campanha contra o evolucionismo nos Estados Unidos. A lei de Tennessee foi seu primeiro grande sucesso.
 
Sabendo que este seria o fórum perfeito para debater com Bryan a questão do evolucionismo e do criacionismo, o eminente advogado liberal Clarence Darrow conseguiu ligar-se ao caso como advogado de defesa. Enquanto a imprensa se transferia em massa a Dayton para o embate entre as duas personalidades excepcionais, uma estação de rádio de Chicago iria transmitir o julgamento ao vivo pela primeira vez nos Estados Unidos.
 
A sessão de julgamento foi aberta em 10 de julho com magníficas exposições tanto de Bryan quanto de Darrow. Contudo, logo se tornou evidente que o presidente da corte não iria cooperar e alimentar o debate: cortava amiúde a tentativa de debater a validez do evolucionismo. O julgamento caminhava para ser um acontecimento absolutamente sem incidentes, quando repentinamente Darrow apresenta um estratagema: chama Bryan como testemunha. Embora o juiz jamais permitisse que um advogado de acusação fosse citado como testemunha de defesa, Bryan não se atreveu a fugir do desafio. Num diálogo que se tornou famoso, Darrow questionou Bryan sobre a literal interpretação do relato da Bíblia sobre o começo do mundo. Com perguntas magistrais, Darrow obrigou Bryan a admitir que uma interpretação puramente literal não era possível, fazendo-o parecer bastante apalermado.
 
A performance de Darrow não salvou Scopes de uma condenação e de 100 dólares de multa (transformada posteriormente num detalhe técnico), mas na imprensa como um todo a teoria da evolução ganhou claramente o debate. 


Siga o Opera Mundi no Twitter

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Política e Economia

Argentina promulga lei que regula cannabis medicinal e cânhamo industrial

Encaminhar Enviar por e-mail

'Um triunfo da sociedade contra a hipocrisia', assegurou o presidente Alberto Fernández sobre a nova legislação

Fernanda Paixão

Brasil de Fato Brasil de Fato

Buenos Aires (Argentina)
2022-05-27T21:20:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Nesta sexta-feira (27/05), o governo argentino promulgou oficialmente a lei 27.669 que regulariza a cannabis medicinal e o cânhamo industrial no país, conforme publicado no Boletim Oficial. A nova legislação estabelece a criação da Agência Reguladora da Indústria do Cânhamo e da Cannabis Medicinal (Ariccame) e será responsável por "regulamentar, controlar e emitir as autorizações administrativas com respeito ao uso de sementes da planta de cannabis, da cannabis e seus produtos derivados".

A Lei do Marco Regulatório para o Desenvolvimento da Indústria da Cannabis Medicinal e o Cânhamo Industrial também prevê a criação do Conselho Federal para o Desenvolvimento da Indústria do Cânhamo e Cannabis Medicinal, que contará com um representante do governo nacional e um por cada província do país. O já existente Instituto Nacional de Sementes (Inase) ditará as normas complementares.

"Este é um passo para o acesso ao direito à saúde", alegou o presidente Alberto Fernández durante o ato de promulgação da lei na última terça-feira (24/05) na Casa Rosada, sede do governo argentino. "Começamos a escutar as mães que, com a cannabis, faziam com que seus filhos pudessem ter uma vida melhor. Começamos a prestar atenção e hoje estamos ganhando uma batalha contra a hipocrisia", disse o mandatário.

"Por trás dessa lei, há uma indústria que produz, que dá trabalho, que trará dólares mas que, fundamentalmente, cure", agregou o presidente.

Também presente na cerimônia, o ministro de Ciência e Tecnologia, Daniel Filmus, ressaltou que a lei representa uma alternativa produtiva, e estima que levará à criação de pelo menos 10 mil postos de trabalho em três anos.

Twitter/Alberto Fernández
'Este é um passo para o acesso ao direito à saúde', alegou o presidente Alberto Fernández

Luta das mães contra o tabu da cannabis

O projeto de lei foi aprovado no dia 5 de maio na Câmara dos Deputados, com 155 votos a favor e apenas 56 contra. O projeto define um marco legal para o investimento público e privado em toda a cadeia da cannabis medicinal e do cânhamo industrial.

A conquista de uma lei para regularizar o uso medicinal da maconha foi resultado da luta de mães cujos filhos padecem alguma doença tratável com cannabis. Diante do tabu e da penalização sobre o cultivo e o uso da maconha, essas mães conformaram uma rede de troca de conhecimentos e produtos para o tratamento de seus filhos. A organização Mamá Cultiva esteve na linha de frente dessa militância.

O cânhamo, apesar de altamente estratégico industrialmente, também padece do tabu por ser também uma planta da família Cannabis. Neste caso, consiste em uma variedade da planta, a espécie Cannabis ruderalis, cujas fibras possuem alto valor industrial, sendo matéria-prima sustentável para a produção têxtil, como algodão, de alimentos, remédios, produtos de beleza e óleos.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Endereço: Avenida Paulista, nº 1842, TORRE NORTE CONJ 155 – 15º andar São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 4118-6591

  • Contato
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Expediente
  • Política de privacidade
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados