(atualizada às 17h13)
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou hoje (22/7) o rompimento das relações diplomáticas com a Colômbia. A decisão foi tomada após o embaixador colombiano na OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Alfonso Hoyos, apresentar supostas provas ligando as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o ELN (Exército Nacional de Libertação) a Caracas.
“Estaremos em alerta porque Uribe é um doente, está cheio de ódio. Não aceitaremos violações à nossa soberania”, afirmou Chávez em transmissão da rede Telesur, em referência ao presidente colombiano, Álvaro Uribe que, segundo ele, administra um governo “mafioso” e é “mentiroso”.
Veja o momento em que Chávez anuncia o rompimento (em espanhol):
“Levo a Colômbia no coração. Me sinto um grande colombiano, mas a elite desse país sempre tem atacado os outros povos. Felizmente o governo da Colômbia será trocado em poucos dias”, disse Chávez, durante evento ao lado do argentino Diego Maradona.
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Horas mais tarde, o ministro venezuelano das Relações Exteriores, Nicolás Maduro, anunciou prazo para o pessoal da embaixada da Colômbia em Caracas deixar o país.
“Nosso embaixador já está em Caracas. Foram dadas ordens para fechar a embaixada em Bogotá, e demos 72 horas para o fechamento da embaixada colombiana em Caracas”, declarou Maduro a jornalistas no ministério.
No dia 15 de julho Bogotá acusou a Venezuela de abrigar guerrilheiros das Farc e do ELN em seu território. O ministro da Defesa colombiano, Gabriel Silva, chegou a fornecer as coordenadas do local exato onde estaria Iván Márquez, um dos comandantes das Farc.
No entanto, o governo da Venezuela respondeu no dia seguinte que “em diversas ocasiões, foi verificada e constatada a falsidade de tais informações. Em oportunidades, as coordenadas transmitidas correspondiam a lugares situados no próprio território colombiano”. Caracas também convocou o embaixador em Bogotá para consultas.
De acordo com a chancelaria venezuelana, o anúncio foi uma “tentativa desesperada” de Uribe de “minar o terreno para uma eventual normalização das relações bilaterais”.
No mesmo dia, Chávez ameaçou romper relações com a Colômbia e cancelou a ida à posse do presidente eleito Juan Manuel Santos. “Faço um chamado ao presidente eleito: peço que fique longe de Uribe”, disse Chávez.
Desde julho de 2009, as relações diplomáticas entre as duas nações estavam “congeladas”, após Bogotá acusar Chávez de contrabandear armas para grupos guerrilheiros.
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