Em 27 de julho de 1794, Maximilien Robespierre é destituído de seu poder e no dia seguinte, ao lado de Saint-Just “o Arcanjo do Terror”, Couthon, Robespierre jovem, irmão de Maximilien, bem como uma vintena de outros jacobinos serão executados sem terem sido julgados. A Convenção fecha o Clube dos Jacobinos e instaura a República termidoriana.
Robespierre, “o Incorruptível”, dirige-se à tribuna da Convenção do alto de sua bancada aos apupos e gritos: “Abaixo o tirano”. Seus opositores o recriminam de haver instaurado a lei de 22 Prairial (10 de junho) que pôs a vigorar o “Grande Terror” e de ter organizado um sistema de espionagem dos deputados. A grande maioria dos convencionais junta-se ao movimento.
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Como o grande líder do Comitê de Salvação Pública a partir de 1793, Robespierre encorajou a execução, principalmente pela guilhotina, de mais de 17 mil inimigos da Revolução. No dia seguinte a sua prisão, Robespierre e 21 de seus seguidos foram guilhotinados ante uma multidão que uivava em apupos e gritos na Praça da Revolução em Paris.
Maximilien Robespierre nasceu em Arras, França, em 1758. Em 1789 foi eleito como representante da comunidade de Arras nos Estados Gerais. Após o Terceiro Estado, que representava os cidadãos comuns e o baixo clero, ter se declarado em Assembléia Nacional, Robespierre tornou-se membro proeminente da direção revolucionária. Adotou uma postura radical e sendo conhecido então como “O Incorruptível” por sua dedicação à moralidade cívica. Em abril de 1790, passou a presidir o Clube dos Jacobinos, uma agremiação política poderosa que promovia as idéias da Revolução Francesa.
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Exigia febrilmente que o rei Luís XVI fosse julgado por traição e com isso ganhou muitos inimigos, mas o povo de Paris consistentemente veio em sua defesa. Em 1791, excluiu-se da nova Assembleia Nacional, porém continuou a ser politicamente ativo como membro do Clube dos Jacobinos. Em 1792, se opôs à proposta de Guerra contra a Áustria dos girondinos – líderes moderados na Assembleia Nacional – e perdeu alguma popularidade. Entretanto, após o povo de Paris ter-se levantado contra o rei em agosto de 1792, Robespierre foi eleito para a insurrecionaria Comuna de Paris. Foi então escolhido por seus pares como chefe da delegação de Paris à nova Convenção Nacional.
Na Convenção Nacional emergiu como o líder dos ‘montagnards’, como a facção jacobina era conhecida, por se situar na parte alta do hemiciclo do parlamento. Em dezembro de 1792, argumentou com êxito em favor da prisão e execução de Luis XVI e em maio de 1793 insuflou o povo a levantar-se insurrecionalmente contra as derrotas militares e a falta de alimentos. O levante deu-lhe a oportunidade de finalmente expurgar os girondinos.
Em 27 de julho de 1793, Robespierre foi eleito para o Comitê de Salvação Nacional, formado em abril para proteger a França contra os seus inimigos, externos e domésticos, e para supervisionar e vigiar o governo. Sob sua liderança, o comitê passou a exercer um controle virtual sobre o governo francês. Enfrentado com a ameaça de uma guerra civil e de invasão estrangeira, o governo revolucionário inaugurou o que veio a ser conhecido como o reino do Terror, em setembro. Em menos de um ano 300 mil suspeitos inimigos da Revolução foram presos; pelo menos 10 mil morreram na prisão e 17 mil foram oficialmente executados, muitos pela guilhotina na Praça da Revolução. No auge desse derramamento de sangue, Robespierre foi bem sucedido em eliminar muitos de seus oponentes políticos e em salvar a Revolução.
Em 4 de junho de 1794, Robespierre foi eleito, quase por unanimidade, como presidente da Convenção Nacional. Seis dias mais tarde, foi aprovada uma lei que suspendia o direito do suspeito a um julgamento público e à assistência legal. Em um mês, 1400 inimigos da Revolução foram guilhotinados. A escalada do Terror ocorreu quando aparentemente a ameaça de invasão estrangeira deixava de existir e uma complicada coalizão da direita e da esquerda se formava para se opor a Robespierre e seus seguidores.
Em 27 de julho de 1794 (9 Termidor pelo calendário revolucionário), a Assembleia Nacional deu ordem de prisão a Robespierre e seus aliados. Robespierre foi imediatamente levado à penitenciária de Luxembourg em Paris, porém os guardas recusaram-se a encarcerá-lo. O líder revolucionário foge então para o Hotel de Ville. Apoiadores armados acorreram ao local para defendê-lo, no entanto, Robespierre recusou-se a liderar uma nova insurreição. Quando recebeu a informação de que a Convenção Nacional o havia declarado fora-de-lei, atirou contra a própria cabeça, mas acabou ferindo apenas o seu queixo. Pouco tempo depois, tropas da Convenção atacaram o Hotel de Ville e cercaram Robespierre e seus aliados. Na tarde seguinte – 28 de julho – Robespierre e 21 outros companheiros seus foram guilhotinados, sem que houvesse julgamento, na Praça da Revolução. Durante alguns dias que se seguiram, outros 82 seguidores de Robespierre foram executados. O Terror chegava ao fim.
Como consequência do golpe, o Comitê de Salvação Pública perdeu sua autoridade, as prisões foram esvaziadas e a Revolução Francesa se tornou decididamente menos radical. O regime do Diretório que se seguiu assistiu ao retorno a valores burgueses e ao colapso militar. Em 1799, o Diretório foi derrubado por um golpe militar – o golpe de 18 Brumário – chefiado por Napoleão Bonaparte, que passou a exercer poderes ditatoriais como primeiro-cônsul e depois, em 1804, como imperador.
Outros fatos importantes de 27 de julho:
1549 – O jesuíta São Francisco Xavier chega ao Japão.
1866 – Termina a instalação do primeiro cabo telegráfico submarino transatlântico.
1941 – Japoneses ocupam a Indochina Francesa.
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