Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Coronavírus
  • Diplomacia
  • Cultura
  • Análise
  • Opinião
  • Podcasts
Política e Economia

Resultado de Bolsonaro é 'sinal de alerta para o mundo inteiro', diz jornal alemão; veja repercussão

Encaminhar Enviar por e-mail

Argentino Página/12 traz em seu título "Bolsonaro a um passo", enquanto jornal português Público fala em 'colapso do sistema partidário brasileiro'

Redação

2018-10-08T12:23:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Atualizada às 11h34

O resultado das eleições presidenciais realizadas neste domingo (07/10) foi destaque nos principais veículos de comunicação do mundo. O jornal alemão Süddeutsche, de Munique, afirmou que a ascensão de Jair Bolsonaro (PSL), que irá disputar o segundo turno contra Fernando Haddad (PT), é um "sinal de alerta para o mundo inteiro".

"Que muitos cidadãos queiram tornar alguém como ele chefe de Estado, , de livre e espontânea vontade, mostra até que ponto chegou a democracia brasileira. A ascensão de um homem que arremete contra minorias, que aponta a ditadura militar como um modelo e que há um ano era considerado sem chances, é um sinal de alerta - não só para a democracia no Brasil, mas também para o mundo inteiro. A ânsia por slogans fáceis, radicalidade e promessas insustentáveis de salvação parece cooptar cada vez mais pessoas. Apesar disso, é insuficiente creditar o sucesso de Bolsonaro somente pela tendência mundial ao populismo de direita. O Brasil tem suas próprias preocupações específicas. Assim como todas os países emergentes da América Latina, ele é dependente da exportação de commodities e, no momento em que os preços caem, o país cai em crise", diz o artigo.

O argentino Página/12 traz como título principal de seu site a manchete "Bolsonaro a um passo" e lembra que o candidato de ultradireita obteve larga vantagem sobre o ex-prefeito de São Paulo no primeiro turno. Bolsonaro alcançou 46% dos votos válidos, enquanto Haddad obteve 29%. Ao mesmo tempo, aponta que o candidato do PSL é mais semelhante ao presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, que ao dos EUA, Donald Trump.

"Ao capital reformado, agrada que o comparem a Donald Trump, mas essa analogia é imperfeita: sua biografia e gosto por sangue o assemelham ao presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, uma referência em matéria de execuções extrajudiciais. Duterte é um tirano eleito, como poderá ser Bolsonaro no segundo turno do dia 28 de outubro", diz.

O periódico ainda classificou a votação como "a mais tumultuada e imprevisível eleição brasileira" e ressaltou o perfil do candidato do PSL, "com sua defesa da tortura e da ditadura militar" e com suas "posições misóginas, machistas, homofóbicas e racistas".

Autoritarismo político

Por sua vez, o jornal português Público diz, em artigo, que, com o resultado, se anuncia o colapso do sistema partidário brasileiro. O periódico também destaca a grande quantidade de deputados federais da legenda de Bolsonaro que foram eleitos e menciona os episódios "de eleitores que apertaram botões das urnas eletrônicas com revólveres, numa alusão à liberalização do porte de armas de fogo prometido por Jair Bolsonaro – e violando a lei, que não permite sequer levar telefone celular para a cabine de voto".

"Jair Bolsonaro encarna o autoritarismo político. Mas pode vir a ser um Presidente débil, sob a tutela do Poder Judicial e das Forças Armadas", afirma o periódico. "Os golpes estão fora de moda. Há formas mais “institucionais” de autoritarismo e controle social."

O espanhol El País descreve Bolsonaro como "um político autoritário, racista, machista, homofóbico, um adorador da ditadura e defensor dos valores mais retrógrados". Segundo o jornal, o Brasil "encara agora três semanas decisivas" de polarização.

Para o jornal, há uma espécie de blindagem de Bolsonaro, dado que os ataques a sua candidatura não impediram que ele terminasse o primeiro turno na frente. "O desinteresse brasileiro pela democracia, um sentimento que se acreditava ser inexistente até que Bolsonaro chegou, parece protegê-lo de qualquer ataque. E, dessa vez, o antipetismo, um sentimento que se sabia grande, mas não o quanto, o torna um combustível inextinguível", diz o periódico.

Já para o britânico The Guardian, Haddad "tem uma montanha quase tão alta quanto Pico da Neblina para subir se quiser afundar a impressionante ascensão do populista de direita". Analistas ouvidos pelo jornal dizem que é "essencial" que se forme uma "frente antifascista" caso se queira parar Bolsonaro.

Segundo o francês Le Figaro, a ascensão do deputado do PSL "se deve muito à sua aproximação com os evangélicos, muito influentes no Brasil e no Parlamento". "Defensor ardente da ditadura militar, ele acredita que o erro da ditadura 'foi torturar em vez de matar'", publica o jornal que lembra da fala de Bolsonaro durante o voto pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, o qual dedicou ao torturador Brilhante Ulstra.

O New York Times considera que uma vitória de Bolsonaro seria uma "mudança conservadora sísmica" no Brasil, e atribui seu crescimento às "divisões políticas que racharam o país nos últimos anos".

O jornal norte-americano ainda menciona o sentimento contrário ao Partido dos Trabalhadores e escreve que "embora alguns eleitores tenham permanecido leais ao Partido dos Trabalhadores – que governou de 2003 a 2016 – por seus esforços para melhorar a vida dos pobres e da classe trabalhadora brasileira, muitos passaram a responsabilizá-lo pelas dificuldades financeiras e econômicas dos últimos anos".

Por sua vez, o argentino Clarín diz que Bolsonaro "arrasa no Brasil" e ainda escreve sobre o comportamento do candidato.

"O que se pode prever do comportamento de Bolsonaro? Ele participará de debates televisionados com Haddad ou manterá sua estratégia de priorizar as redes sociais? Até agora, sua tática de não se expor mais do que o necessário deu-lhe resultados surpreendentes", publicou o periódico.



Só o seu apoio pode garantir uma imprensa independente, capaz de combater o reacionarismo político, cultural e econômico estimulado pela grande mídia. Quando construímos uma mídia alternativa forte, abrimos caminhos para um mundo mais igualitário e um país mais democrático. A partir de R$ 20 reais por mês, você pode nos ajudar a fazer mais e melhor o nosso trabalho em várias plataformas: site, redes sociais, vídeos, podcast. Entre nessa batalha por informações verdadeiras e que ajudem a mudar o mundo. Apoie Opera Mundi.

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Notas internacionais

Notas internacionais: eleições no Equador e no Peru - 12 de abril de 2021

Encaminhar Enviar por e-mail

Equador e Peru foram às urnas eleger seus novos presidentes, com resultados que surpreenderam

Ana Prestes

Brasília (Brasil)
2021-04-12T22:11:48.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

EQUADOR: No Equador, o candidato da direita, Guilherme Lasso, do movimento Criando Oportunidades (CREO), em aliança com o Partido Social Cristão (PSC), venceu o segundo turno das eleições presidenciais com 52,5% dos votos contra 47,50 de Arauz. Havia muita expectativa em torno da candidatura do economista Andrés Arauz, que pontuava na dianteira nas pesquisas durante quase todo o período de campanha do segundo turno que durou dois meses. Nos dias que antecederam o domingo eleitoral (11) as pesquisas já apontavam perda de fôlego de Arauz e subida de Lasso. De todo modo, as pesquisas de boca de urna davam vitória apertada para Arauz. A Cedatos chegou a dar 53,2% a 46,7%. 

Lasso é um homem de 65 anos, historicamente vinculado ao setor financeiro, em especial ao Banco de Guayaquil, tendo sido ministro da economia do governo de Jamil Mahuad (1998-2000). Esta é a terceira vez que ele concorre à presidência do Equador (2013, 2017, 2021). Nas eleições anteriores ele ficou em segundo lugar. Um dos fatores que impactou muito no resultado eleitoral foi o fracionamento do movimento indígena. A Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE) decidiu em seu conselho ampliado, no dia 10 de março, pelo voto nulo. No entanto, uma parte das nacionalidades amazônicas divergiram e foram acompanhadas do presidente da Conaie, Jaime Vargas, na declaração de apoio a Arauz. Vargas chegou a dizer em um encontro no dia 3 de abril, em Sucumbíos, que “suas propostas (de Arauz) têm o respaldo absoluto do movimento indígena”. No dia 4 de abril veio a reação do conselho dirigente da Conaie ao dizer que ia “impulsionar o voto nulo” e que “não cai em jogo eleitoral”. A apuração está apontando para um milhão e seiscentos mil votos nulos. O universo de votantes é de 13 milhões. (Com infos de resumenlatinoamericano.org)

PERU: O domingo também foi de eleições no Peru. Uma eleição que era extremamente imprevisível, com 18 candidatos concorrendo, teve um resultado de primeiro turno surpreendente. O candidato Pedro Castillo, professor e sindicalista, do Partido Político Nacional Peru Livre, obteve a maior votação, com 16%. Seguido de três candidatos com pouco mais de 10%: Hernando de Soto (Avança País), Keiko Fujimori (Força Popular), Jonhy Lescano (Ação Popular) e Rafael López Aliaga (Renovação Popular). Veronika Mendoza (Juntos por Peru) pontua com 8,8%. Aquele que apontou por um tempo como primeiro colocado nas pesquisas, o jogador de futebol George Forsyth (Vitória Nacional) está com 6,4%. Esses ainda são dados preliminares da Ipsos Perú para a América Televisión. 

Pedro Castillo tem 51 anos e ganhou notoriedade no país ao encabeçar uma prolongada greve nacional do magistério em 2017 e ao longo da campanha nunca pontuou entre os prováveis mais votados nas pesquisas. Uma de suas propostas é trocar a atual Constituição do país convocando uma Assembleia Constituinte. Ele se posicionou nas eleições contra o recorte de gênero no currículo escolar e disse que em um eventual governo seu não se legalizaria o aborto, o casamento homoafetivo e a eutanásia. Pautas polêmicas no país. Propõe ainda 10% do PIB para saúde e educação. As últimas pesquisas apontavam para uma liderança de Lescano. O segundo turno será em 6 de junho e o novo presidente assume em 28 de julho. Os peruanos também votaram ontem (11) para renovar o Congresso, que é unicameral e possui 130 cadeiras. A tendência é de que a votação para o parlamento tenha sido fragmentada e atomizada tal como a presidencial. O Peru vive uma crise institucional prolongada, sendo que dos dez presidentes que o país teve desde os anos 80, sete foram presos nos últimos anos envolvidos em escândalos de corrupção.

Só o seu apoio pode garantir uma imprensa independente, capaz de combater o reacionarismo político, cultural e econômico estimulado pela grande mídia. Quando construímos uma mídia alternativa forte, abrimos caminhos para um mundo mais igualitário e um país mais democrático. A partir de R$ 20 reais por mês, você pode nos ajudar a fazer mais e melhor o nosso trabalho em várias plataformas: site, redes sociais, vídeos, podcast. Entre nessa batalha por informações verdadeiras e que ajudem a mudar o mundo. Apoie Opera Mundi.

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Rua Rui Barbosa, 381 - Sala 31
São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 3012-2408

  • Contato
  • Política e Economia
  • Coronavírus
  • Diplomacia
  • Cultura
  • Análise
  • Opinião
  • Expediente
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados