O jornalista saudita Jamal Khashoggi, desaparecido desde o dia 2 de outubro, teria sido esquartejado ainda vivo no consulado da Arábia Saudita em Istambul, afirmou nesta quarta-feira (17/10) o jornal turco Yeni Safak.
Segundo o periódico, Khashoggi teria sido torturado durante interrogatório e, em seguida, esquartejado.
O jornal turco ainda menciona uma gravação que indicaria a presença do próprio cônsul saudita, Mohammed al Otaibi, na sessão de tortura do jornalista.
“Façam isso lá fora. Vocês vão me causar problemas”, teria dito o cônsul, que ainda ameaçou Khashoggi dizendo “se você quer viver, fique quieto”.
De acordo com o site Middle East Eye, autoridades turcas afirmaram que o jornalista teve os dedos das mãos cortados e levou cerca de sete minutos para morrer.
O jornal norte-americano The New York Times diz que as autoridades da Turquia identificaram cinco suspeitos, dos quais quatro estariam ligados ao príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e o rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdulaziz, acertaram no último domingo (14/10) a realização de uma investigação conjunta sobre o caso.
Porém, especialistas turcos ainda não tiveram permissão de Riad para realizar investigações com produtos químicos que indicariam possíveis vestígios de sangue.
Secretário dos EUA
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, se reuniu nesta quarta-feira (17/10) com o presidente turco em Ancara.
Segundo o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, com quem Pompeo também teve um encontro, os diálogos com o norte-americano foram “benéficos e frutíferos”.
O funcionário do governo de Donald Trump também esteve em Riad nesta terça-feira (16/10), onde se encontrou com o rei saudita.
No último domingo, Trump afirmou que Khashoggi poderia ter sido morto por “assassinos” que agiram por conta própria.
Jamal Khashoggi está desaparecido há 16 dias, após entrar no consulado de seu país em Istambul para retirar documentos de seu divórcio.
O jornalista da Arábia Saudita, que trabalhava para o jornal norte-americano Washington Post, escrevia textos críticos ao governo de seu país e morava em Istambul.
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Jornalista da Arábia Saudita escrevia textos críticos ao governo de seu país