O Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina
(Indec) anunciou que o índice de inflação no país no mês passado fechou em 6,5%,
recorde para o ano e que iguala o total de abril de 2016, até então o mais alto
do governo de Mauricio Macri.
De acordo com os dados do Indec, a inflação acumulada nos
primeiros nove meses de 2018 chega a 32,4%. Nos últimos 12, o índice é de
40,5%. Analistas consultados pelo BCRA (Banco Central da República Argentina)
estimam que a subida de preços pode registrar um total este ano de 44,8%.
A alta, segundo o instituto, foi impulsionada pelas mudanças
nos preços ao consumidor causadas pela forte desvalorização do peso argentino
nos últimos dias do mês, em meio à crise cambiária que o país atravessa.
Pesaram também os tarifaços nos preços da eletricidade, transporte público e
alimentos.
Números do Centro de Ciências Econômicas da Argentina e do
Instituto Projeção Cidadã mostram que o aumento da inflação impactou diretamente
no consumo das famílias. Em Buenos Aires, 34% dos entrevistados reduziram o
consumo de derivados de leite; 63%, de frutas e verduras; 54%, de carnes.
Para 2018, o governo havia estabelecido, inicialmente, uma
meta entre 8 e 12%; depois, revisou os números para 15%. Em junho deste ano, o
Banco Central da Argentina simplesmente desistiu de estabelecer uma meta
oficial. Em entrevista a uma rádio no final de julho, o próprio presidente estimava
que o país deveria fechar este ano com um índice próximo aos 30%, muito abaixo
do hoje projetado por analistas.
Em 2017, a inflação do país foi de 24,8%, 7,8 pontos
percentuais acima da meta do governo, mas menor que o índice do ano anterior,
que fechou em 40,9%.
Crise econômica
O índice de setembro é mais um capítulo na crise econômica do
país. Em maio, Macri recorreu a um empréstimo com o FMI (Fundo Monetário
Internacional) para tentar estabilizar a situação.
O aumento do dólar levou o governo argentino, na época, a
elevar a taxa de juros três vezes em uma semana para tentar conter a
valorização. Foram 12,75 pontos percentuais de alta, elevando a taxa de 27,25%
a 40% ao ano. No dia 13 de agosto, a taxa subiu novamente, para 45%. A título
de comparação, a Selic, que é a taxa básica de juros no Brasil, está em 6,5% ao
ano.
(*) Com teleSUR e Efe
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